A proposta

1881 Palavras
Sofia -Você me ouviu, querida, agora você é minha. - o homem feio com a cara do seu Madruga e o corpo do Nhonho falou para mim segurando o meu braço. Eu ainda continuo desorientada, não consigo acreditar no que está acontecendo, e muito menos entender o porquê esse homem invadiu a minha casa e está dizendo que agora eu pertenço a ele. O meu pai ao invés de me explicar o que tá acontecendo, ele apenas chora e me pede perdão. -Vamos parar com essa palhaçada, que eu não estou achando graça, chega ,e me solta que eu não sou sua, não sou de ninguém.-berrei e deixei bem claro para aquele quilômetro parado, que não sou qualquer pessoa, mesmo ele sendo o dobro do meu tamanho ele não vai conseguir me intimidar eu já dei uma surra em pilantras piores que ele e muito maiores que ele também. Mas antes mesmo de eu continuar a falar fui interrompida por uma voz diferente, na verdade uma voz extremamente sexy e rouca. -Na verdade Sofia, não é o que esse contrato diz, segundo ele agora você pertence a mim. -o homem usando um terno cinza muito bem feito falou enquanto adentrava a minha sala de estar. -Marcos solte ela,não a machuque - ele disse, e aquele brucutu finalmente me largou. -Escuta aqui moço… -Augusto, mas pode me chamar de delícia. É assim que as princesas como você, me chamam. -ele disse se aproximando. E eu simplesmente não consegui entender o porquê daquilo. -Escuta aqui senhor Augusto, eu não sei o que está acontecendo aqui, mas até onde eu sei, não sou um objeto e muito menos uma propriedade que você pode simplesmente colocar escrito num papel e acreditar que eu sou sua. -Primeiramente senhor está no céu, me chame de Augusto. E segundo, acho que voce não me entendeu direito.- ele abriu os botões do terno caro dele , se sentando no sofá velho e surrado,que por sinal é mais velho que eu. -Então deixa eu te explicar para que fique bem claro para você.- ele falou bem devagar, como se eu fosse uma criança. Nesse momento eu comecei a me sentir um pouco enjoada com aquela situação. -o seu pai, vem muito a minha casa de apostas, e nessas idas e vindas ele acabou conhecendo uns caras, e eles de muito bom grado decidiram ajudar o seu pai, emprestando-lhe cerca de quinhentos mil reais, só que o que o seu pai não sabia é que esses caras não trabalhavam para mim, eles eram pessoas que visitavam o meu clube, procurando pessoas viciadas e deprimentes. -Então, por não tolerar esse tipo de comportamento dentro o meu estabelecimento eu resolvi a dívida do seu pai com aqueles caras. E para isso ele teria que me dar o bem mais precioso dele, me surpreendi quando ele me ofereceu você, no máximo eu achei que ele daria a casa. -Ele o que?- eu perguntei desacreditada e ao mesmo tempo chocada com o meu pai, como ele pode fazer isso comigo, depois de tudo o que eu fiz por ele, depois de ter largado os meus estudos depois que a empresa dele faliu para poder sustentar a casa e os vícios dele, todos esses anos jogado no lixo por uma burra atitude de um pai irresponsável. -Mas isso não faz sentido algum, mesmo que ele tenha assinado um acordo com você ele não pode fazer isso eu sou uma mulher adulta, isso não pode…isso.. é… Naquele momento a minha vista ficou escura, as vozes ficaram estranhas, minhas pernas começaram a bambear e a última coisa que eu me lembro ele sentiu o cheiro daquele perfume amadeirado. *** Ai que dor de cabeça,abrir os olhos e não consegui reconhecer onde estava. Um quarto lindo e bem caro pela aparência,era uma gigante e confortável cama. Olhei ao redor e tudo era muito branco, as paredes, as cortinas na janela, o chão, o lençóis e…. -Aí meu Deus será que eu morri?não, não,não, não pode ser.. Se bem que… esse deve ser o céu… -Acordou princesa? -Perguntou o dono daquela voz sexy de antes, entrando pela porta e chegando até mim, ainda estava deitada na cama. -Mas o que pensa que está fazendo? -não tem gente tirando a sua mão da minha testa. -Estou tentando saber se você ainda está com febre.-ele respondeu na maior naturalidade do mundo, como se toda essa situação maluca fosse normal para ele. -Você dormiu por 12 horas Sofia, estava com febre e o médico disse e se você piorar se eu deveria levar uma hospital. -Olha aqui querido, se existe alguém doente aqui , esse alguém é você.-eu empurrei ele e levantei da cama no impulso. -Olha, não sou responsável pelas encrencas do meu pai ele já é bem grandinho para se resolver sozinho então você resolve tudo isso daí com eu disse isso enquanto eu procurava alguma coisa minha para ir embora. O que é de fato loucura já que eu nem sequer sei onde eu estou. Corri em direção à porta e tentei abri-la mas estava trancada. -Pera aí isso que é um sequestro? Você me sequestrou? Então além de agiota você também sequestra pessoas inocentes? - indaguei fazendo cara de deboche. -Sinceramente Sofia, acho que eu me enganei com você, pensei que fosse mais esperta que isso.-disse Augusto se sentando em uma das cadeiras das duas da mesa daquele quarto. -Eu só quero ir embora, me deixa ir embora,que saco! você não pode me prender aqui. - falei entre os dentes. -Se não o que? - debochou. O meu sangue começou a ferver ao vê-lo tripudiar dessa forma. Respirei fundo mas não adiantou quando eu percebi já havia espatifado um jarro de vidro no chão. Havia cacos por todo lado. -Já acabou? -Ele perguntou calmamente. O jeito como ele continua calmo mesmo eu estando extremamente pilhada, só me faz ter mais raiva dele. -O que você quer? Perguntei pausadamente. -Quero apenas conversar com você, para que cheguemos a um acordo, e dessa forma todo mundo sai ganhando.- ele disse enquanto gesticulava com as suas mãos. Respirei fundo e pensei, que opção eu tenho? Se ouvi-lo talvez ele me deixe ir embora. -Tá legal, desembucha. O que você quer? - respondi sentando na cadeira à minha frente. -Ok Sofi… -Sofia! -Corrigi. -Sofi. - e sorriu descaradamente percebendo meu completo desconforto, por ele me chamar pelo meu apelido. -Fala logo!- cuspi -Vou ser direto com você, eu preciso de uma esposa, e você precisa manter o seu pai longe da cadeia. -Case-se comigo, e eu perdoo a dívida do seu pai. -Desculpe, pode repetir ? Acho que eu não entendi direito. -Você quer casar comigo em troca de pagar a dívida do meu pai? -Exatamente isso Sofia.-sorriu de forma irônica e descarada, não o conheço muito bem, mas eu consigo reconhecer quando um homem está m*l intencionado apenas pelo seu olhar. -E eu posso saber porque me escolheu? Eu perguntei me sentindo a última bolacha do pacote, porque para um homem desse porte, simplesmente aparecer na minha vida, me propondo casamento. Alguma coisa no meu cabelo loiro chamou atenção dele. Será fetiche ? -Eu não te escolhi Sofia, você foi mandada para mim.- Ele respondeu com um tom de voz ludibriado -Tá legal já entendi, você é completamente maluco! -e eu aqui achando que o meu charme tinha hipnotizado ele. -Sofia, não estou brincando, o seu pai me deve uma grana, então ou você se casa comigo , ou eu mando ele para cadeia você decide. -Resolveu mostrar as garras, né príncipe encantado?! -Ou seria o lobo mau? -Olha sinceramente, se você quer que eu realmente me case com você, é melhor fazer uma proposta muito melhor que essa, meu pai já foi preso uma vez. Não é a segunda que vai acabar com a vida dele,na verdade ele já fez isso sozinho. - eu falei tranquilamente e ele ficou de boca aberta.Ele realmente acreditou que me ameaçar era a melhor opção para ele conseguir o que quer. -Tá bom, então me diz o que você quer ,para se casar comigo.- ele disse parecendo não acreditar no que ele mesmo estava dizendo. -Quero dinheiro, me diz quanto vale a sua proposta?- eu só pude pensar nisso mas eu não estava realmente disposta a aceitar, se bem que não é sacrifício nenhum casar com um homem desses, mesmo usando tanta roupa eu já consegui imaginar como ele é sem ela. -Ok estou disposto a te dar 500. -Quinhentos mil?-perguntei levemente assustada, acredito que eu nunca vi tanto dinheiro na minha vida. -Quinhentos milhões! - ele respondeu com um sorriso de canto. -Put* que pariu! -exclamei assustada. 500 milhões de reais eu não precisar trabalhar nunca mais na minha vida inteira, na verdade é dinheiro suficiente para as próximas 13 gerações. -Então o que me diz? -ele perguntou rindo da minha reação exagerada. -O que acontece com meu pai, se eu aceitar? -perguntei curiosa. - Nada, no máximo internamos ele numa clínica para viciados.-ele sorriu. -Porque você precisa de uma esposa? - perguntei interessada. -Não acha que está sendo intrometida demais Sofia? -Se vamos mesmo nos casar precisa saber qual é o seu motivo, como vou saber se você não armou tudo isso porque é um stalker psicopata, louco para possuir o meu corpinho, só para depois de me matar, e me cortar em pedaços para deixar o meu corpo espalhados em 5 países diferentes. -Que isso garota? Credo. - ele me olhou como se eu fosse maluca. -Não, eu preciso de uma esposa porque o meu pai morreu. -Quê? -Deixa eu terminar de falar, o meu pai morreu, e eu sou seu único herdeiro,mas deixou toda a sua herança congelada, e eu só vou receber uma parte depois que eu me casar, e a outra parte depois que eu tiver um filho. -Um filho? Você quer casar e ter um filho comigo? Tá pensando que sou sua chocadeira? Que tipo de maluquice é essa? Ter um filho por dinheiro, que tipo de monstro é você? -Calma aí, eu não falei que faria isso. Só preciso descongelar uma parte da grana, o suficiente para ganhar tempo para encontrar uma brecha no testamento, e descongelar a outra parte. -isso é muita loucura, olha, isso…- eu me levantei da cadeira e dei um passo para trás. Ai… -O que foi? Você está bem?-ele perguntou também se levantando. -Pisei em um caco de vidro. - que ironia eu mesma me machuquei. Ele me pegou no colo, e me levou até a cama. -Porque você foi andar descalça, ein? Olha onde pisa! - ele começou a procurar pelo guarda roupa de madeira, até que encontrou uma caixa de plástico na cor vermelha. Ele se abaixou e começou a limpar o sangue do meu pé com um cotonete e iodo. E enquanto ele fazia um curativo, fiquei vidrada na beleza dele, olhos verdes cativantes, maxilar bem cerrado, um furinho no queixo. Suas mãos são fortes, e graças a camisa de manga curta que está usando consigo ver as veias saltadas do seu braço. Barba por fazer e… -Ai, cuidado aí… -Desculpe, eu devia ter avisado, vai arder um pouco. Ele assoprou enquanto colocava o remédio no corte. -Acabei, você acha que consegue andar? -Eu aceito, eu caso com você.
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