Refúgio

3060 Palavras
Quinn desceu as escadas do apartamento o mais rápido que conseguia, apesar de estar com as pernas muito bambas. Ela chega até a velha garagem, onde tinha uma van cinza e de modelo bem antigo, porém em boas condições.A garagem tem as paredes escuras, pneus velhos em um canto e bastante óleo pelo chão. Ela abre a porta, e então se senta no banco do motorista, e vê no banco de trás uma mala enorme, e Quinn abre para olhar o que tinha dentro, e encontrou muitos suprimentos novinhos ali. Ela chora vendo aquilo, mas logo começa a ouvir gemidos das criaturas do lado de fora, e então ela rapidamente gira a chave na ignição, e encontra um controle remoto no velocímetro, o qual ela pega e pressiona um botão para abrir a porta, e a porta começa a abrir aos poucos. Enquanto isso, Quinn percebe uma coisa no porta-copos quando a luz começa a entrar na garagem escura, era um celular, ela o pega e assim que o liga, abre direto em um GPS indicando a rota mais rápida para o Shopping Lemury. Vendo isso, ela não perde tempo, e assim que a garagem abre, ela solta a embreagem e sai da garagem. Virando à esquerda, Quinn sai em direção ao destino, e fica impressionada quando olha pelo retrovisor a enorme horda de zumbis que dava pra ser vista a uns quarteirões de distância, era loucura quantos tinham ali, pareciam infinitos. - Ok, se concentra Quinn. Deixa pra surtar depois que você chegar no shopping. Então ela foi seguindo o caminho do GPS, que estava dando previsão de chegada em 18 minutos. Quinn foi dirigindo com cuidado, apesar de as ruas estarem desertas, ela conseguia ver pessoas pelas janelas dos apartamentos, todas olhando confusas para a van enquanto ela passava. Quinn desejava poder alertar sobre a horda que estava chegando daqui a pouco, mas pensou que provavelmente isso só causaria mais problemas. Então, ela segue o caminho até virar numa rua e dar de cara com aquele gás vazando pela janela de uma casa. - Tá brincando comigo?! Logo ela viu uma parede derretendo e aquela criatura disforme caiu da parede e se espatifou na rua, mas ainda estava viva, parecendo uma massa cinza que acabou de criar boca, dentes e olhos. Aquela coisa ficou sedenta quando viu Quinn dentro da van, e já estava para vir na direção dela, mas rapidamente Quinn pisou no acelerador, mas alguma coisa agarrou o carro por trás e suspendeu os pneus traseiros. Quando Quinn olhou pra trás, ela viu aquela criatura, forte, branca e completamente lisa com aquela boca medonha e os olhos parecendo dois furos negros. Ela dá um grito vendo aquilo, e tenta continuar acelerando, mas estava sendo inútil. Ao mesmo tempo em que aquela outra criatura disforme estava se aproximando cada vez mais rápido da van, e abrindo aquela boca enorme. Quinn pensou rápido e pegou a pistola, então se virou e começou a atirar na criatura atrás do carro, mas estava errando alguns tiros por conta do nervosismo, e só conseguiu no máximo quebrar o vidro. De repente ela começou a ouvir uma gritaria, e viu que dos prédios ao redor também estava saindo aquele gás, e os moradores estavam caindo de altos andares, já transformados nas criaturas. Quinn se vê ficando encurralada, já que por mais que muitos deles morram na queda, alguns continuam vivos e se arrastando pelo chão na direção da van. - CHLOE! - gemeu a criatura disforme. Quinn estava ficando sem opções, então ela se concentrou e segurou a arma com firmeza, e atirou quatro vezes na criatura, acertando as balas pelo peito do monstro, que deu um grito e soltou a van. Ela deu um salto dentro da van quando ele soltou e ela caiu batendo os pneus traseiros no chão. Num movimento rápido, Quinn trava a arma e acelera o carro de novo, e sai cortando pra esquerda, passando raspando pela criatura disforme, e sai cantando pneu pela rua, esmagando com os pneus a cabeça de alguns zumbis que estavam se arrastando pelo chão. Ela acelera o máximo que consegue, mas de repente começam a cair zumbis em cima da van, mas eles estavam só caindo e morrendo na queda, vindo de cima dos prédios, e isso estava prejudicando o controle da direção da van. Quinn olhou no GPS e viu que já estava mais próxima do Shopping Lemury, faltando apenas 5 minutos para a chegada. Ela acelera o máximo que pode pela rua reta, até que do nada, no exato momento em que ela passou por cima da tampa de um boeiro, alguma coisa bateu forte ali e atingiu a parte debaixo da van, e isso quase fez Quinn perder o controle, ela pisa no freio e tenta manobrar, mas sai rodando com a van e para batendo em um poste. Ela bate a machuca a cabeça, abrindo um corte na testa que começa a sangrar, mas ainda estava consciente, e rapidamente se solta do cinto de segurança e sai da van, e acaba vomitando na rua. Ela se levanta, e quando olha pra frente, vê outra daquela criatura forte saindo do boeiro, então ela rapidamente volta pra van e tenta dar partida, mas a van não estava acelerando, e quando Quinn olhou para nível do tanque, estava muito baixo. Então ela se deu conta do som de algo derramando no chão, e quando saiu para ver, ela viu a gasolina vazando e caindo por um boeiro. - TÁ DE s*******m?! Ela vê a criatura forte vindo na direção dela, então rapidamente abriu a porta de trás da van e pegou a mala cheia de suprimentos, e estava pesadíssima, mas ela ainda deu um jeito de pôr nas costas e saiu correndo para longe, e saiu bem a tempo de quando a criatura chegou correndo e acertou um soco que amassou a van toda. Quinn fica apavorada, e ela tenta correr o mais rápido que pode com o GPS em uma mão e a pistola na outra. Vendo a criatura já estava para vir atrás dela novamente. ela se virou e começou a dar muitos disparos tentando acertar a gasolina que estava vazando. E depois de errar tanto, ela se concentrou e deu um tiro certeiro, pegando direto no tanque, e o atrito causou uma faísca que explodiu o tanque e consequentemente a van toda em cima da criatura, que morreu na explosão. Mas Quinn sabia que não tinha muito tempo, então ela saiu correndo na direção que o GPS indicando, e logo começou a ver outros daqueles monstros decompostos surgindo de todos os cantos, gemendo e se movimentando devagar na direção dela. Olhando no GPS, Quinn percebe que consegue cortar caminho por dentro de um beco, e assim ela faz, sai correndo por ali, mas encontra um muro com grade, e ela muda de ideia e tenta voltar, mas já tinha um monte de criaturas chegando por trás e a cercando no beco. Então pensando bem rápido, ela segura aquela mala com as mãos e usa toda a força que tem para jogá-la por cima da grade, mas de primeira a mala só bate na beirada e cai no chão. Ela tenta novamente, e apesar de estar sentindo os seus braços doendo, ela ergue a mala e a joga pro alto novamente, porém erra de novo. As criaturas estava começando a se amontoar no beco, e Quinn estava ficando desesperada, e pega a mala de novo, e tenta jogar mais uma vez, mas dessa vez usando toda a sua força e arremessa a mala direto por cima da grade, fazendo ela cair no chão do outro lado. Vendo os monstros chegando bem perto dela, Quinn rapidamente escala a grade e chega do outro lado, mas ela enrosca o jaleco numa ponta do arame da grade e acaba se atrapalhando, e rasga o jaleco e toma no chão, caindo f**o e se machucando. Ela ainda estava sentindo a dor do tombo, quando de repente um dos monstros deitou em cima dela e tentou mordê-la, mas Quinn rapidamente pôs o braço na garganta dele e ficou afastando a criatura com toda a força que tinha, mas vendo que iria perder essa disputa de força, ela o empurra com as duas mãos e um pé, e o zumbi cai pra trás, mas ainda se mantém de pé, e ela rapidamente pega a pistola e atira direto na cabeça dele, estourando a cabeça do monstro, mas o sangue respingou nela, deixando Quinn toda suja. Sem muito tempo pra sentir nojo, ela percebe que as criaturas estavam forçando a grade para derrubá-la, e então rapidamente ela se levanta e percebe que tinha outro monstro na frente dela, e tenta atirar nele, mas percebeu que as balas da arma tinham acabado quando ela tentou disparar e só faziam clicks. - d***a! Ela guardou a arma no bolso, e quando o monstro estava vindo, ela usou o restante da força que tinha e ergueu a mala, dando com ela na cabeça do monstro, que estourou também e espirrou mais sangue em cima de Quinn. Mas novamente ela não teve nem tempo de sentir nojo, ela só saiu correndo vendo que a grade ia ceder com as criaturas empurrando do outro lado. Assim que saiu do outro lado do beco, Quinn já conseguia ver que estava bem perto do shopping, e o GPS recalculou uma nova rota, uma bem mais rápida, e ela saiu correndo pela rua, com os zumbis pela rua percebendo a presença dela ali e aos poucos se virando na direção dela. Quinn estava sentindo muitas dores no corpo enquanto carregava aquela mala pesada nas costas, mas não para de correr, e continua com toda a velocidade, até que vê uma porta de grade que dava para uma entrada de serviço do shopping, e ela chega ali e começa a sacudir a porta gritando: - SOCORRO! ALGUÉM! TEM ALGUÉM AÍ! RÁPIDO! Ela olha pra trás e vê os monstros se aproximando e cada vez ia chegando mais ali pela rua. - SOCORRO! - ela grita com ainda mais força. Até que do fim do corredor interno, surge Mendrika, que vem correndo e rapidamente destranca a porta com uma chave e deixa Quinn entrar, e ela rapidamente passa e ele tranca a porta de novo. E ele a ampara quando ela quase cai no chçao, bufando de cansada. - Você está bem, senhorita? - M-Muito obbrigada... muito obrigada... o-brigada... Ele tira aquela mala pesada das costad dela e carrega com uma mão, e com a outra ele ajuda Quinn a levantar. - Vamos, você está segura agora. Mendrika ajuda Quinn a levantar, apoiando ela no ombro, e a leva para dentro do shopping. Assim que os dois chegam na sala de segurança, Hank Jones vê Quinn toda suja de sangue e comenta: - Você tá ficando maluco, Mendrika?! Essa mulher tá suja de sangue dos pés à cabeça! - Ela precisava de ajuda. Hank. - E isso automaticamente imuniza ela? Você é retardado por acaso?! - Nosso trabalho aqui é ajudar as pessoas, lembra?! - É, trabalho esse que eu estou empenhado em fazer, mas não de qualquer jeito. - Cala a boca! Quinn estava tremendo muito, mas tenta dizer: - S-Senhor, eu não estou infectada. - Como você pode garantir? Não está com nenhuma mordida escondida aí? - disse Hank. - Não. - disse ela, bufando. - Não acredito em você. Tire suas roupas agora mesmo! - O que? - Hank, não precisa chegar a tanto. - disse Mendrika. - Eu não sou nenhum t****o, só precisamos verificar se não estamos correndo nenhum risco aqui. É pelo bem dela, o meu, o seu e o de todas as pessoas aqui dentro, que já não são muitas por conta das dezenas de baixas que sofremos. Quinn estava ficando assustada, e por um momento, Hank reconheceu a pistola no bolso dela, e disse: - Essa arma, onde conseguiu isso? Mendrika olhou também, e logo viu que a arma era familiar. Quinn estava assustada, e olhou para Mendrika, que disse: - Mostre a arma. Ela ficou exitante, e tirou a arma do bolso, e a segurou com as duas mãos. - Está descarregada, eu ju... Hank agarrou a arma e verificou a numeração: - É do 012. Mendrika arregalou os olhos e olhou para Quinn e perguntou: - O que aconteceu com o Julian? Quinn abaixou a cabeça, e Mendrika entendeu, mas mesmo assim ela explicou: - Julian foi um herói, ele me salvou dos monstros, me deu abrigo, suprimentos, me deu essa arma e um meio de chegar até aqui em segurança. Teria dado tudo certo, as infelizmente as coisa saíram dos trilhos. - O que aconteceu com ele? - perguntou Hank. - Ele... ele... virou uma dessas coisas. Isso abalou muito Hank e Mendrika, que prenderam o ar, e Hank se sentou em uma cadeira, olhando para arma em sua mão. - O último ato de heroismo dele foi me enviar pra cá. - disse Quinn. Mendrika segurou as lágrimas, e Hank disse: - Vá tomar um banho, moça. Por favor, seja honesta com a gente se você tiver algum ferimento, se não houver, você está convidada a ficar aqui. Ela olhou de Hank para Mendrika, que acenou sorrindo pra ela, e Quinn disse: - Eu prometo. Em seguida ela se levantou, e Mendrika a acompanhou até um banheiro, e entregou roupas novas pra ela. - Leve o tempo que precisar, moça. - disse Mendrika. Quinn acenou com a cabeça, e então Mendrika fechou a porta, e ela tirou as roupas e entrou no chuveiro, e ficou muito feliz quando verificou seu corpo todo e não encontrou nenhum ferimento, a não ser o corte em sua testa. A água estava saindo completamente vermelha de tanto sangue, mas Quinn consegue se limpar e sai do chuveiro e veste as roupas que Mendrika deixou enroladas em um plástico. Dessa vez eram realmente roupas femininas, e Quinn se sentiu bem mais confortável. Quando ela saiu do banheiro, entregou as roupas sujas de sangue para Mendrika, que estava parado do lado da porta. - Nenhum ferimento. - disse ela. Mendrika sorriu e respirou aliviado. - Se alimente e descanse, eu imagino que deve estar exausta de ficar carregando aquela mala. - Só estou com fome, e algumas dores no corpo. - Talvez você queira dar um jeito nesse corte também. - disse ele apontando para a testa dela. - Claro que sim. Ele deu um kit de primeiros socorros para ela e falou: - Imagino que você saiba oque fazer com isso. Quinn pegou o kit e acenou com a cabeça. Ela voltou pro banheiro e começou a tratar do medicamento em sua testa. Ela primeiro desinfetou e depois deu alguns pontos de leve e por fim tampou com algodão. - Vai servir. Ela saiu, e depois devolveu o kit médico para Mendrika, que disse: - Tem sobreviventes reunidos no espaco co-working, se você não estiver afim de ficar sozinha. Caso queira, temos dormitórios prontos em uma loja de colchões no primeiro piso. - Obrigada, mas acho que ficar sozinha só vai me fazer ter pesadelos. Mendrika sorriu e entregou uma marmita com uma bebida pra ela e perguntou: - Se importa se ficarmos com sua mala? Poderíamos usar isso para distribuir para os sobreviventes igualmente, já que os nossos recuros aqui não são infinitos. - Claro, tem bastante coisa lá, podemos fazer bom uso disso. - Você é muito generosa. Qual o seu nome? - Quinn Chloe Sullivan. Mendrika sorriu e falou: - Qualquer coisa pode nos chamar, Sullivan. Ela acenou com a cabeça e saiu. Quinn se direcionou até o espaco co-working, onde tinha algumas luzes acesas, e ela estava ouvindo uma cantoria: "Moça do corpo dourado, do Sol de Ipanema O seu balançado é mais que um poema É a coisa mais linda que eu já vi passar.." Quinn segue a cantoria, e de longe, ela vê um roda pequena de sobreviventes sentados e comendo, enquanto um homem branco, forte, cabelos pretos desarrumados e barba feita estava cantando uma música e tocando um violão. Todos pareciam hipnotizados ouvindo ele cantar e tocar o violão enquanto comiam. "Ah, por que estou tão sozinho? Ah, por que tudo é tão triste? Ah, a beleza que existe A beleza que não é só minha" Ela vai se aproximando devagar, o homem parecia empolgado enquanto tocava a música, e Quinn estava gostando da melodia. " Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça É ela, menina, que vem e que passa Num doce balanço a caminho do mar Moça do corpo dourado, do Sol de Ipanema O seu balançado é mais que um poema É a coisa mais linda que eu já vi passar Ah, por que estou tão sozinho? Ah, por que tudo é tão triste? Ah, a beleza que existe A beleza que não é só minha Que também passa sozinha" O homem tocando a música percebe a presença dela, ele olha pra ela sorrindo e canta uma parte da música: "Ah, se ela soubesse que quando ela passa O mundo inteirinho se enche de graça E fica mais lindo por causa do amor..." Quando ela enfim chega na porta, ele para de tocar e todos percebem a presença dela, e então todos sorriem e o cantor diz: - Seja bem vinda, moça. Quinn se aproxima timidamente, e as pessoas abrem espaço na roda, e ela se senta ali, meio sem jeito. - Qual o seu nome? - perguntou um alemão magrinho sentado do lado do cantor. - Quinn Sullivan. Todos olhando sorrindo pra ela, e o cantor diz: - Muito prazer, Quinn. Eu sou Ulisses de Sá. - Ulisses... - ela repetiu, sorrindo. - E eu sou Dominic Splinder. - Anja. - Adry. - Hasina. - Hery. - Kiady. - Lova. - Mahery. - Mihaja. - Ony. Depois que todas as pessoas na roda se apresentaram, Quinn começou a se sentir mais à vontade, e ela comentou para Ulisses: - Aquela música era linda, que língua é essa? - Português, é a minha língua mãe? - De onde você é? - Do Brasil, essa música é muito famosa na minha cidade. - Dá pra entender o porquê, a melodia é muito boa. Ulisses sorri. Rapidamente todo ali começam a se entrosar e ficam conversando por horas.
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