Capítulo 03

944 Palavras
Núbia Naquela manhã, acordei assustada com berros na sala. Meu coração disparou quando percebi que as vozes não eram familiares. Com medo do que poderia estar acontecendo, me levantei rapidamente e corri até a sala. Eu saí correndo do meu quarto e segui os berros até a sala. Quando abri a porta, fui recebida por um pesadelo vivo. Homens armados com fuzis estavam espalhados pela sala, apontando as armas para mim e minha família. Meu irmão estava no chão, coberto de sangue, e minha mãe chorava em desespero. Meu pai estava sentado em uma cadeira, imóvel e sem reação. Eu não conseguia acreditar no que estava acontecendo. Os homens pareciam esperar por mim. Um deles me puxou pelos cabelos e me forçou a ficar de joelhos na frente deles. Eu não conseguia tirar os olhos dos homens armados na minha sala. Meu irmão estava caído no chão, minha mãe chorava e meu pai parecia paralisado pelo medo. Eu precisava ser forte, por eles e por mim mesma. — Ótimo, família reunida. — o traficante disse com deboche. Ele parecia estar no comando, mas meu medo não me permitia ver seu rosto. Eu sabia que aquelas pessoas eram perigosas. Não foi à toa que eu queria que eles ficassem longe daqui. Nossas terras não eram as primeiras que eles tentavam usurpar para seus negócios sujos. — Carioca, deixe a minha família, sou eu quem você quer. — o meu irmão diz, tentando manter o equilíbrio em pé. Eu precisava pensar em uma solução, mas antes que eu pudesse falar algo, o meu irmão interrompeu. — Vamos, eu vou com vocês, mas deixem a minha família em paz. — ele disse para Carioca. Eu mantinha a minha cabeça baixa, aqueles olhares maliocoso fizeram eu ver que ainda estava com o meu pijama, embora fosse um vestido florido, o seu tecido era um pouco fino, o calor de Minas exigia. — Calma, calma, calma. Não é você quem dita as regras. — o tal, Carioca respondeu com um sorriso malicioso. Eu não podia permitir que o meu irmão se envolvesse com essas pessoas. Eu sabia que ele tinha culpa no cartório, mas isso não justificava o fato de ele se colocar em perigo. — Não, ele não vai com vocês. Nós não vamos deixar que vocês entrem na nossa casa e ditem regras. Essas terras são do meu pai, ele suou para conquistá-las. Não vamos permitir que vocês as usem para seus negócios ilegais. — eu disse, tentando manter a voz firme. Os meus olhos enfrentando o dele, eram frios e vazios, eu não gostaria de descobrir o que teria ali dentro. Carioca deu uma risada irônica. — Vocês acham que podem me impedir? Tem algo mais precioso que eu quero aqui. — ele disse, olhando diretamente para mim. Eu senti um arrepio percorrer minha espinha. Eu sabia o que ele queria, e não era algo que eu estava disposta a dar. — Não vou deixar que você leve nada daqui. Agora, saiam da minha casa antes que eu chame a polícia. - eu disse, determinada. — Vocês têm que sair daqui agora. Se não saírem, vou chamar a polícia. — disse novamente, sabendo que provavelmente não seria a melhor ideia, mas eu não conseguia deixar minha família em perigo. Carioca olhou para mim com um sorriso debochado. — Oh, não se preocupe, garotinha. Nós não vamos fazer m*l a você ou à sua família. Afinal, você é uma garota valente, não é — Ele se aproximou de mim, encostando o seu corpo no meu, e eu senti o cheiro forte de cigarro e álcool na sua respiração. Eu me afastei, enojada. — Não me chame de garotinha. E eu não quero saber se você não vai fazer m*l a nós, vocês não têm o direito de estar aqui. Carioca riu. — Ah, essa garota tem atitude. Eu gosto disso. — Ele se afastou de mim e se virou para Marcio. — Você vê isso? Sua irmãzinha é uma fofura. Eu podia sentir a raiva borbulhando em mim, mas tentei manter a calma. — Você ainda não entendeu. Vocês precisam sair daqui agora. Marcio aproximou de mim. — Calma, Núbia. Eu vou resolver isso.— Ele se virou para Carioca. — Vamos embora. Mas antes, quero que vocês me deixem claro que não vão mais mexer com a minha família. Aquele tiro disparado por Carioca me fez gritar e meus pais se assustaram. Minha mãe correu para me abraçar e meu pai pulou da cadeira. Eu olhei para aquele homem com medo, mas também com raiva. Ele estava claramente perdendo o controle da situação. Foi então que ele anunciou que teríamos uma semana para sair dali e que receberíamos papéis para assinar no dia seguinte. Ele disse que teria gente vigiando para garantir que cumpriríamos o prazo. Mas o que mais me chamou a atenção foi quando ele disse que apenas três pessoas iriam embora, o que significava que meu irmão não iria com a gente. Eu imediatamente protestei: — Meu irmão não vai com vocês. — disse com raiva, mesmo sabendo que tínhamos várias armas apontadas para nós. Carioca respondeu com um sorriso cínico: — Não vai mesmo, boneca. — Foi a primeira vez que o olhei com mais atenção. Ele era alto e um pouco musculoso, com um sorriso que parecia mais uma careta. Seu olhar era frio e debochado, e eu podia sentir a maldade emanando dele. Eu sabia que não podíamos enfrentá-los sozinhos, mas também não podia simplesmente deixar que eles nos expulsassem de nossas terras. Minha família tinha lutado muito para conseguir aquela propriedade e não podíamos deixá-la nas mãos daquela gente.
Leitura gratuita para novos usuários
Digitalize para baixar o aplicativo
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Escritor
  • chap_listÍndice
  • likeADICIONAR