pov. Anthony
Depois de saber o que o Felipe tinha feito nós junto ao Eduardo saímos a procura do comumicador, cada brecha do vilarejo começou a ser vasculhada com anfico.
Leticia se encarregou de procurar entre as mulheres e crianças caso alguma delas tenha achado ser um brinquedo, Eduardo foi o único autorizado a procurar na casa do líder e Gabriel procurava entre os homens.
Minha paciência já estava se esvaindo enquanto eu procurava perto das motos e na pequena mata que nos cercava, a única coisa que eu não queria achar no momentonera a cara do Felipe e foi exatamente o que eu encontrei.
- Tony, o que está fazendo? - contei até dez mentalmente antes de responder, sugar todo o ar em volta dele seria uma boa ideia e me pouparia muito esforço físico, mas ai eu lembro que a Leticia gosta desse i*****l e desisto da ideia.
- Tentando consertar suas merdas, como conseguiu perder a p***a de um comunicador?! - eu não iria mata-lo mas nada me impedia de lhe dar uns bons socos.
- Ah, ele sumiu. Não sei onde o coloquei, eu estava conversando com uma garota muito linda e o comumicador desapareceu da minha mão. - claro, como um maldito passe de magica.
- Como a Leticia consegue gostar de você? Só de ouvir a sua voz já me da vontade de te matar. - resmungo voltando para a cidade, não tive sorte mas algum deles talvez tivesse.
- Não tenho culpa se ela é linda, gostosa e gosta de mim. As vezes acho que sou irresistível. - parei e lhe soquei o nariz, ele caiu sentado no chão, odiava que se referissem a ela desse jeito. Leticia não era um objeto para ele ficar brincando quando quisesse.
- Dobre a língua antes de falar dela desse jeito novamente, dessa vez só usei meu punho mas da próxima vou te sufocar até você morrer! - eu era paciente e calmo, brincalhão e divertido em grande parte da minha personalidade mas tinha uma escuridão dentro de mim, algo que eu não mostrava a ninguém. Eu odiava que tratassem mulheres como objetos, que as chamassem de nomes obscenos ou qualquer coisa parecida, quando isso acontecia a escuridão que tinha dentro se mim aflorava como um tornado levando tudo que estivesse perto.
- Até parece! Um dominador do ar que vive a sombra do parceiro, Antony eu e você sabemos que não é nada sem o Ruan por perto. Essa é a verdade. - ele lançou um raio contra mim, desviei com facilidade deixando seu comentário passar. Eu não precisava mostrar a ninguém o que sou capaz de fazer, a verdade é que o meu parceiro é o melhor de mim e sem ele eu sou apenas um psicopata louco por sangue.
O Ruan me ajudou a controlar a raiva e o ódio depois que presenciei aquelas cenas, em meus braços estavam estampados as vezes que tentei suicídio e que precisava aliviar a dor. Cada um leva seu inferno de um jeito e o meu tinha cheiro, cor e sabor de sangue quente.
Cuspi no chão em hábito r**m de espantar os pensamentos, sempre que eu tentava fazer algo ele me impedia, ele estava lá e talvez o Felipe tenha dito a verdade eu não sou nada sem o meu parceiro. Eu sabia que ele estava bem, Ruan é forte e nenhum Telecto o mataria ou conseguiria tirar alguma informação dele e era isso que me mantinha aqui. A certeza que ele ia retornar e estaríamos lutando juntos novamente.
Passei o pé sobre as folhas negras no chão e sorri como um sádico para o Felipe que já estava em pé, se eu fizesse com ele tudo o que realmente queria fazer perderia o que quero ter. Perderia meu parceiro e meu lugar no GEC mas acima de tudo perderia a garota que eu amo, eu suportaria ver Leticia feliz com outro mas não poderia viver em um mundo onde ela me odeia.
- Se eu fosse você iria procurar a p***a do comumicador enquanto ainda estou pensando em relevar suas palavras. - ele gargalhou olhando para os lados, se ele não saísse eu temia de não responder por mim, de agir e depois acabar fazendo merda.
- Tem medo de lutar aqui? Sabe Tony, por mais que eu tentasse nunca conseguia alcançar suas notas na academia embora sempre fosse o primeiro a chegar nas aulas. Eu sempre ficava um ponto abaixo de você, e agora tenho a chance de ficar com a garota que você gosta e acha que vou desperdiçar? f**a-se o comunicador, lutar com você vai ser bem mais interessante. - respirei fundo e dei as costas, eu não ia lutar com ele por causa das porcarias das notas. Não tinha motivos para mata-lo e a Leticia fica com quem ela quiser, nunca iria contra suas decisões.
- Não tenho medo de nada, tenho repulsa por idiotas que usam "H" como um ponto de masculinidade. Tenho repulsa por pessoas como você que nunca vão saber o que é satisfação pessoal porque sempre estão tentando tomar o lugar dos outros, quer lutar por coisas tão banais quanto folhas no chão. Eu não preciso te derrotar para mostrar que sou melhor ou mereço a Leticia, ela escolhe quem ela quiser e não é uma luta que vai decidir isso. - comecei a andar me afastando para nenhum lugar em específico, eu só queria sair se perto dele antes que eu deixasse de resistir a tentação e quebrasse seu pescoço ou o fizesse voar daqui.
- Fraco! - ele gritou, gargalhei. Se ele soubesse do que realmente sou chamado iria se envergonhar de ter gritado um xingamento tão fraco.