pov. Anthony
No centro da cidade estava um completo vazio, parecia que as pessoas tinham se isolado em algum lugar por um motivo estranho. Felipe não ousou me seguir e eu acabei me perdendo em pensamentos enquanto andava, o autocontrole fugindo entre meus dedos a cada minuto.
Sem achar uma alma se quer por ali me arrisquei em tentar entrar na casa do líder que diferente de quando viemos não tinha ninguém na porta. Quando entrei o coração disparou em alarte, Leticia estava inconsciente sobre uma cadeira e varios móveis revirados, o estalo da trava de uma pistola me deixou travado.
- Olha só quem resolveu aparecer. Bom amanhecer, Antony. - eu não conhecia a voz mas o fato de saber meu nome denunciava que era próximo.
- Traidor, está entregando seu próprio povo para a forca. - era um dos soldados que vigiavam os muros, e por vezes fazia ronda na academia, eu o reconheci assim que virei porque precisava escapar naa madrugadas e conhecer os seguranças era essencial.
- Ele não é o único. - Felipe apareceu com o comunicador em uma das mãos, seu sorriso rasgava o rosto ao meio. - Não tente nada, a cidade está cercada de Telectos.
- Filho da p**a. - murmurei e o soldado me chutou exigindo que ficasse de joelhos. Minha preocupação estava muito além do meu próprio bem estar, Lericia tinha um corte na cabeça e Gabriel estava perdido em algum lugar por aqui provavelmente ferido. Tavarres provavelmente já estava sendo atacado e sabe mais o que podem estar fazendo com a Eris.
- Não foi difícil ficar entre vocês, sabe são tão tolos que aceitam qualquer um. Não existe bondade nesse mundo existe tolisse. Telectos nunca aceitariam estranhos entre si, mas os Elementais precisam ser diferentes, não é? Bom, agora você vai usar o comumicador para falar com o Tavarres e nos assegurar que a Zero foi abatida. - ele estendeu o comunicador em minha direção e eu cuspi em seu rosto, i****a maldito! - Não vai fazer?
- Se quer me matar, va em frente. - ele gargalhou fazendo um sinal com a mão, dois Telectos entraram arrastando Eduardo e Gabriel que aviam passado por espancamento. Uma arma foi engatilhada próximo a cabeça de cada um.
- Matar você? Eu sei o quanto se preocupa com as pessoas a sua volta, principalmente com a nossa amada Leticia. Então façamos o seguinte, você fala com ele e eu poupo a vida dos seus amigos. - eu não podia protege-los, Gabriel estava próximo a mim mas Eduardo e Leticia estavam muito distantes para que meu elemento funcione de forma devida. Todos estavam exaustos fisicamente e usar os elementos estava longe de ser uma ideia boa.
- Não faça! - gritou Gabriel, eu não iria permitir que ninguém os machucasse, não podia. Peguei o comunicador e foquei meu olhar nos cabelos cacheados de Leticia.
- Aqui é o Anto Number Quatro, GEC. Necessito falar com Tavarres. - o comunicador chiou do outro lado e tivemos que esperar alguns minutos para conseguir retorno.
- Tavarres na escuta, como estão as coisas em Aruna? - era um alívio ouvir a voz dele principalmente porque sinalizava que estavam seguros.
- As coisas aqui estão... perfectamente bem. Onde está Eris? - a tranquilidade voltando a tomar conta do meu corpo, eu sabia que Victor e Tavarres tinham alguns códigos secretos para situações como essa, o erro de linguagem foi proposital para que ele entendesse a gravidade da situação.
- Eris está dormindo, ela e o Luiz ainda não se recuperaram. Nos mantenha informados, quanto a situação de vocês. - ele desligou, Felipe bateu com a arma em minha cabeça e se afastou para me observar.
- Não foi tão difícil assim, não é? Preparem-se homens, vamos ao ponto de encontro. - eles saíram trancando a porta da casa, desamarrei Gabriel e Eduardo e corri para examinar Leticia, tendo a certeza que ela não tinha sofeido mais do que uma pancada na cabeça.
- Agora eles vão atrás da Eris, seu i****a! - Gabriel gritou me empurrando contra a parede, bufei o tirando da minha frente com toda a força que eu tinha.
- A Eris não está lá, eu falei para o Tavarres que estavamos em perigo. "Perfectamente" é um código que ele e o Victor usam. Tudo vai ficar bem. - ele assentiu se acalmando, segurei a elemental da água em meus braços e a coloquei sobre a mesa da sala. Limpei o ferimento da cabeça torcendo para que tenha sido superficial.
- Ela vai ficar bem. - Eduardo se aproximou estendendo as mãos sobre o corpo dela, uma luz rosada brilhou na ponta de seus dedos. - Sou um bárbaro, nós temos habilidades fracas que não se encaixam em Numbers. A minha é poder curar ferimentos, embora nem todos eu tenha capacidade para reverter.
- Não sabia que os bárbaros tinham habilidades, eu achei que eram Elementais e Telectos que se opunham as cidades. - Gabriel murmurou se aproximando.
- Nem todos tem. Bárbaros são misturas de Numbers, ferais e sem números. - suas mãos abaixaram e o brilho sumiu, agora ela estava descansando. Minha cabeça trabalhava a todo vapor para conseguir sair daqui.
- Quantas entradas existem aqui? - Eduardo parou por alguns minutos e correu derrubando algumas coisas em um comodo nos fundos, quando voltou trazia uma espécie de mapa consigo. Cobrimos uma mesa menor com o mapa e ele começou detalhar os locais.
- Em todos os pontos temos a floresta, existem caminhos que nos levam para a área desprotegida, caminhos que perdem invasores e existem o topo das árvores. - ele apontou para todos os lugares, Aruna era aberta, não tinha muros ou barreiras e isso era uma vantagem. Para eles conseguirem fechar tudo iriam precisar de um exército e teriam que deixar Rebelion e as cidades desprotegidas, Aruna era grande apesar de tudo e sempre existem pontos cegos. Por mais que eles tivessem trazido o exército tinhamos chance de escapar.
- Faz exatos vinte minutos que o Felipe saiu, precisamos acordar a Leticia e dar um jeito de escapar daqui. Poderiamos ir pelo topo das árvores e evitar sermos vistos, eu posso balançar as outras árvores para ocultar nosso deslocamento. - Eduardo aparentou gostar da ideia e Gabriel parecia animado. Eu queria muito matar o Felipe mas não fazia ideia de quantos Telectos ele tinha trazido para cá, e não ficava dúvidas que a maioria eram silenciadores. - Certo, vamos agir,