Capitulo3

756 Palavras
Charlote m*l conseguia conter o turbilhão de sensações que a invadiam enquanto conversava com aquele homem. Odysseus Megallos era, para ela, um pedaço de céu: educado, charmoso e capaz de fazê-la se sentir nas nuvens com um simples sorriso. Cada palavra dele soava como música, e quanto mais ele falava, mais Charlote queria ouvir. Laura, ao notar o estado de fascinação da amiga, interrompeu a conversa de forma pragmática, lembrando que elas tinham um dia cheio pela frente. — Meninas, está ficando tarde, e amanhã vai ser corrido… melhor irmos agora. Nicolai, o sócio e amigo de Odysseus, riu e tentou convencê-las a ficar um pouco mais: — Poxa, a noite está só começando… podemos esticar mais um pouquinho. Mas Laura foi categórica: — Nada disso. Vocês são ótimos, mas precisamos ir. Odysseus, percebendo que não haveria jeito de prolongar o encontro, sugeriu: — Então… que tal fazermos um passeio de iate amanhã? Posso organizar tudo. Laura vibrou: — Adoraríamos! — ela disse, sem titubear. Na hora de se despedir, Odysseus chamou Charlote de lado. Estendeu-lhe um cartão dourado, com o número da cobertura presidencial, e sussurrou: — Se quiser “esticar” a noite, estarei à sua espera. Antes de se afastar, ele a beijou lentamente, deixando Charlote com o coração disparado. Ela quase perdeu o ar, sentindo aquele sabor agridoce de mistério e desejo que crescia dentro dela. Em seguida, os dois cavalheiros as acompanharam até a porta do respectivo andar onde as amigas estavam hospedadas. Assim que as duas entraram no quarto de Laura, esta bateu palmas, animada: — Nós arrasamos, Char! Aqueles dois são lindos, mas não podemos entregar o ouro ao bandido de primeira, entende? Precisamos deixá-los querendo mais. Charlote franziu o cenho, confusa. — “Deixar querendo mais”? Como assim? Laura deu uma piscadela. — Ah, amiga, é só um jeito de dizer que, às vezes, o mistério faz parte da conquista. Mas, tão logo Laura saiu para ir ao próprio quarto, Charlote sentiu o coração bater mais forte. As borboletas no estômago voltaram a esvoaçar. Ela se pegou lembrando do olhar de Odysseus e do jeito como ele a fazia se sentir: viva, curiosa, intensa. Era como se tivesse passado a vida toda trancada em um mundo de dor — e, de repente, aquele homem abrira uma porta para algo totalmente novo. Sem pensar duas vezes, ela tomou coragem, pegou a chave do quarto e foi até a cobertura presidencial. Ao chegar, encontrou a porta encostada. Empurrou-a com cuidado e se deparou com Odysseus de pé, perto da janela panorâmica, observando as luzes de Las Vegas se espalharem pela noite. Ele a olhou por cima do ombro, um sorriso surgindo no canto dos lábios: — Você demorou… Charlote sorriu de volta, sentindo o coração quase sair pela boca. Antes que ela pudesse responder, Odysseus se aproximou e a envolveu em um beijo apaixonado. Nenhuma palavra precisava ser dita; o desejo falava por eles. Aos beijos, foram andandopelo espaço da suíte, trocando carícias, as roupas foram sumindo até que já não havia mais nenhuma barreira — nem de roupa, nem de receio. Charlote estremeceu ao toque dele, ciente de que era sua primeira vez, mas não sentiu medo. A segurança e a intensidade de Odysseus a faziam confiar e se entregar a cada instante daquele momento único. Ele, por sua vez, surpreendeu-se ao perceber o quanto Charlote era inexperiente — mas, ao mesmo tempo, tão genuinamente intensa. Havia nela uma doçura e uma entrega que ele nunca presenciara antes. Sentiu o próprio coração disparar ao entender que ela jamais estivera com outro homem. A madrugada seguiu numa mistura de beijos e descobertas, de sussurros e confissões. Por horas, foram apenas eles dois, sem passado nem futuro; apenas o presente de um desejo que parecia incontrolável. A cada gesto, Charlote se sentia mais viva, mais plena, sentindo que, pela primeira vez, existia um momento inteiramente dela — sem obrigações, sem culpas, sem medos. Quando o sol começou a iluminar as janelas da cobertura, os corpos cansados, porém saciados, repousaram juntos. Odysseus a envolveu com seu braço, e Charlote o fitou, embalada por uma sensação de segurança que nunca conhecera. Sim, havia um medo sutil do que aquilo significava; no entanto, naquele instante, não importava. Porque, naquele quarto luxuoso, ela era apenas uma jovem se permitindo sonhar, entregando-se por completo à vida que decidira abraçar, sem pensar em mais nada. E, por alguns momentos, ela pôde acreditar que aquele homem — seu pedaço de céu — era de fato real
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