CAPÍTULO 5

1392 Palavras
Alergias: Não registradas Parentes: Não registradas Observações: problemas de raiva, problemas alimentares. Violência injustificada. Continuamos observando o arquivo, que é bastante grande. Aparentemente, o pai dela era um i****a com ela e com a mãe, caramba. Seu pai matou sua mãe na frente dela. Provavelmente tem problemas de transtorno de estresse pós-traumático e registros de diversas fraturas. Jak saiu do orfanato mais confusa do que no começo, até que, ao entrar novamente na mansão, recebeu uma ligação. Tudo o que lhe foi dito na ligação o deixou com raiva. — Filha da p**a! — Ele rugiu, tirou a arma das costas e foi para a mansão. — O que está acontecendo? — Orion perguntou, descendo as escadas somente com calças de moletom. — Onde está? — Jak rugiu novamente. Orion apontou para o corredor onde ficava o porão. Jak correu até lá, batendo a porta, fazendo-a bater bruscamente na parede. Um corpo pequeno dormindo no pequeno colchão ficou surpreso com o barulho, mas Jak a havia alcançado e apontado sua arma para sua testa. — Que p***a é Jak?! — Orion rugiu. Jak piscou confusa diante do sonho, mas nem sequer recuou diante da arma apontada para sua cabeça. — Onde está? — Jak perguntou, com o maxilar cerrado de raiva. — Onde está quem? — perguntou a Lyra. — Higor. O nome daquele homem deixou-a tensa da cabeça aos pés, seu sorriso desapareceu e seus olhos brilharam com algo que eu não conseguia decifrar. Orion ficou tenso ao meu lado quando ouviu o nome e seu rosto escureceu. — Não sei de quem você está falando — a loira refuta. — Não? — Jak ironicamente — Que tipo de filha não sabe onde está o pai? Os dados me petrificam, assim como Orion. A Lyra é filha de Higor. Lyra fica ainda mais tensa, com o rosto escurecendo. — Aquele filho da p**a não é meu pai. — Não minta para mim, droga! — Kael explode, agarrando-a pelo pescoço e levantando seu corpo enquanto sua outra mão segura a arma em sua testa. — Você tem o maldito sobrenome dele. Consta nos registros. — Meu pai não faz isso. O rosto de Lyra começa a ficar vermelho, suas mãos apertando o aperto de Jak, que não cede. — Eu deveria te matar — ele rosna — Dessa forma, eu devolveria um pouco de dor àquele filho da p**a. A Lyra ri, cínica. E eu gosto mais do som do que deveria. — Você faria um favor a ele se me matasse, é algo que ele não realiza há tantos anos — refuta. — O que faz você pensar que ele se importa comigo? Se você se importasse comigo, você realmente acha que poderia ter me levado com você? Kael a solta, ela cai no chão e tosse, recuperando o fôlego, enquanto Orion se aproxima para ajudá-la a se levantar. Sigo Jak escada acima, ele está em seu escritório, servindo-se de uma dose de uísque enquanto suas mãos tremem levemente. — Mate-a — eu exclamo. A família sempre vem em primeiro lugar. Se ela representa algum perigo para minha família, não vou pesar minha mão para matá-la, nem um dos meus irmãos o fará. A Lyra é filha do Higor, ela é uma arma tanto a nosso favor como a dele. Não podemos arriscar que ele perceba que sua filha está aqui, temos que agir diante dele. Mas Kael não fala, ele move o copo de uísque vazio em suas mãos, vejo as engrenagens em seu cérebro se moverem daqui, seus olhos vagam por todo o bar, em todas as garrafas de uísque. — Não — exclama — Matá-la não adiantaria nada, ela sabe de alguma coisa. Ele se senta na cadeira em frente à mesa e pensa, pensa. — Lyra é um ás na manga, Jak — diz — Ela é filha dele, ele a odeia ou pelo menos é o que parece, ela é uma faca de dois gumes, se lembra dos relatórios do orfanato, ele matou sua mãe e ele deve ser a causa de suas fraturas que constam no relatório — pensa enquanto continua movendo o copo de uísque — Ela quer vingança, a vingança é como fogo, uma pequena chama basta, e eu lhe darei o combustível que lhe falta para que tudo se queime em pedaços. — Eu vejo para onde você está indo. — Daremos a Lyra o combustível de que ela precisa, ela já o estava rastreando antes, só precisa de recursos, ninguém conhece Higor melhor do que sua filha, ela cresceu com o monstro, deve conhecer seus padrões melhor do que ninguém. Vamos caçá-lo, encontrar aquele filho da p**a e então ele pagará todas as contas pendentes que tiver conosco. — E o que acontecerá com a Lyra a seguir? — Quando ela não nos servir mais, nós a matamos. Eu sorrio. — Qual é o plano? Orion, me ajuda a sentar enquanto termino de recuperar o fôlego. — Acho que seus irmãos não gostam de mim — eu reclamo. — Não é que — tente se desculpar, com um pequeno sorriso compassivo — Kael é apenas algo explosivo. Kael, o último dos lobos. Alto, cabelos pretos, olhos cinzentos como metal frio, braços cheios de tatuagens com o lobo no pescoço. Tento dormir um pouco depois do que aconteceu, mas não consigo, um ponto na minha cabeça sabendo que eles devem ter estado no meu apartamento para encontrar qualquer relacionamento entre Higor e eu, já que sempre me registrei com o sobrenome da minha mãe, Marta Carvalho. O sobrenome Vons nunca apareceu em meu nome porque meu pai nunca acreditou que eu fosse digna de carregar seu sobrenome nojento. Não que eu também me importasse muito. Jamais me interessei em me relacionar com o sobrenome nojento dele. Quanto mais distância houver entre meu pai e eu, melhor. Não consigo voltar a dormir, dois dos homens de Draven entram no quarto e me levam para um banheiro minúsculo onde me deixam tomar banho, alegando que eles estão me esperando para o café da manhã, me dando uma mochila cheia de roupas. Roupas que reconheço, confirmando minha teoria de que eles estavam bisbilhotando meu apartamento. Com jeans e uma camiseta limpa, eles me guiam até a cozinha, Dedico um tempo para detalhar a mansão em si, ela é gigantesca. Eles me deixam na sala de jantar, uma mesa longa com os três homens sobre. A sala de jantar é cercada por luz natural por grandes janelas ao longo dela. Kael está sentado na cabeceira da mesa, com Orion e Jak ao seu lado, então decido sentar ao lado de Orion, que é o que menos me assusta dos três. Uma das cozinheiras vem colocar meu café da manhã na mesa, agradeço a ela por isso, mas quando Kael está de olho nela, ela corre aterrorizada. — Queríamos lhe oferecer um acordo, Lyra Vons. — Kael fala. Faço um movimento com a mão, pedindo-lhe que continue enquanto devoro meu café da manhã. Minha falta de atenção a ele parece divertir Orion. — Veja, Lyra, quero a cabeça do Higor, e acho que sabe onde encontrá-la. Fico tenso, paro de comer e olho para cima, o que colide com o cinza dele. — Não sei onde está. — Mas você pode encontrá-lo, com os recursos necessários — exclama Jak. — Ninguém pode conhecê-lo mais do que você — Orion continua. — E o que recebo em troca de entregá-lo? — perguntou. — Você realmente acha que está em posição de pedir alguma coisa? — Kael bufa, sarcástico. — Bem, a verdade é que eu acho que sim — Eu sorrio — Vocês mesmos estão dizendo isso, eu o conheço melhor do que ninguém, eu sei como ele pensa, como ele se move, é por isso que tenho estado mais perto de encontrá-lo sem um único recurso, do que você com todo o seu poder. Se eu decidir calar a boca, levará meses para encontrá-lo, supondo que realmente o façam. Prometo a você que a cabeça dele estará na metade do tempo. Orion ri, e Jak se vira para Kael, que sorri, um sorriso que promete dor e sofrimento. — Ok, Lyra Vons, a cabeça de Higor pela sua liberdade. — Acordo fechado. Grito alegremente e consigo ver um toque de sorriso no rosto de Kael.
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