7 - Cheia de surpresas

1819 Words
Louis A olhei, triunfante, esboçando um sorriso discreto enquanto a mulher à minha frente me encarava com olhos ardentes. — Me fode — disse ela, implorando como eu já sabia que faria. Mas eu não seria i****a o suficiente para admitir isso. Achei que levaria mais tempo. Antes de ir até o quarto dela, preparei-me mentalmente para um jogo mais demorado, um namoro forçado antes de dobrá-la à minha vontade. Anos cortejando mulheres te ensinam coisas que ninguém deveria saber: como se esconder em armários, deslizar por canos, desviar de sapatos voadores — e, claro, como manter a compostura enquanto o mundo cai ao seu redor. E com um alvo como a detetive Davenport — ou doutora, ou qualquer pseudônimo que ela quisesse usar — um pouco de cautela não era apenas recomendável. Era essencial. Não significava que eu recuaria. Eu só repeti pra mim mesmo: vai ser só isso. Seu autoengano é tão frágil quanto as desculpas dela, Vincenzo. Ah, cala a boca, retruquei mentalmente à voz irritante que morava dentro da minha cabeça. Eu resolvo isso. Meus pensamentos se dissiparam quando a doutora Davenport envolveu meu pescoço com seus braços esguios, puxando-me para mais perto. — Em que está pensando? — perguntou. — Acho que você está bem ansiosa pra alguém que disse à supervisora que estava fazendo de tudo para se livrar de mim — comentei, casual, com um sorriso torto. — Eu falei sério — respondeu, sem rodeios. — Pelo menos naquela época. — Por quê? E por que isso agora? Ela fez uma careta, como se a pergunta a incomodasse. — Você fala demais, Louis Vincenzo. Pensei que fosse um homem de ação, não de palavras. Sorri de leve. — Talvez eu queira saber o que está em oferta. Ela soltou meus ombros e deu um passo atrás, seus olhos queimando de perguntas que ela se recusava a fazer. Seus dedos deslizaram lentamente até os botões da camisa de seda. — É isso que está em oferta — disse com uma voz aveludada. Desabotoou o primeiro botão devagar, piscando com aqueles cílios indecentemente longos. Cada movimento seu era uma provocação meticulosamente calculada. — Não tenho dúvidas sobre o que eu quero — continuou, lambendo os lábios. — Quero que você me f**a até eu dizer que terminei. Nem mais, nem menos. Uau. Meu coração disparou. Eu conhecia essa sensação. A última vez que algo parecido me atingiu, foi quando quase cortejei a morte. Seria isso que eu estava fazendo de novo? Eu havia escapado daquelas experiências transformadoras que você supostamente deveria ter ao quase morrer. Uma pena. Talvez isso me tornasse um bom palestrante motivacional. Mas meu foco voltou quando vi a mulher à minha frente desabotoar a blusa inteira e tirá-la dos ombros com uma calma destruidora. Só parou quando a jogou no tapete surrado aos seus pés. Ela te assusta, Louis. Isso era a pura verdade. Como lidar com uma mulher tão segura de si? Ela falava e se movia como se tivesse domínio absoluto do mundo — e do próprio corpo. Aquilo deixava pouco espaço para manipulação. — Vai me dar uma de Sharon Stone em Instinto Selvagem? — perguntei, num tom leve, mesmo que por dentro eu queimasse de vontade de descobrir o gosto da b****a dela. Ela mostrou os dentes num sorriso quase predatório. — Talvez. Não temos tido muitas manchetes interessantes nos noticiários ultimamente, você notou? — Ah — bufei, imaginando se meu nome estaria nos jornais no dia seguinte. — Seria um bom jeito de morrer. Sim, ela me assustava. Mas era mais do que isso. Ela me desarmava. Eu nem precisei fazer o habitual — jantar, conversa fiada, convencer a mulher de que eu era a fuga perfeita para a vida miserável dela. Nada disso. Ela estava ali, pronta para me f***r até eu sumir do mapa. Foi... desconcertante. Ela se sentou na única cadeira do quarto. A virou propositalmente para mim, e então abriu as pernas, revelando um toque de renda preta. Sorri. — Você apresenta um caso vencedor, doutora Davenport. Ela ronronou. Caminhei até ela e sentei no chão, cruzando as pernas no carpete áspero. Meus dedos roçaram seu braço, e um desfile de manchetes imaginárias passou diante dos meus olhos: Cirurgião renomado encontrado morto no quarto da funcionária júnior. Mulher fatal à solta? Louis Vincenzo finalmente fode até a morte. Casanova de Connecticut é castrado com picador de gelo. Amante foge da cena. Uma compreensão repentina me atingiu: eu estava pateticamente curioso sobre ela. As palavras de Nikolas ecoaram em minha mente — não se venda por prazer, Vincenzo. Bem, f**a-se isso. — Bem, f**a-se — murmurei. Era um pensamento sombrio, digno da vida de Nikolas, um homem mais íntimo do bisturi do que de qualquer mulher. A última vez que Nikolas deve ter sentido o toque de uma mulher? Algum acidente nos anos 90, talvez. — Estou tentando — disse ela, irritada. — Mas você é lento. Tenho muito a estudar. Podemos continuar? Fiz um gesto dramático, fingindo ser esfaqueado no peito. — Então, Louis Vincenzo — ela entoou, doce como veneno. Mesmo com o rosto sem emoção, sua voz era um convite. Ela desabotoou os últimos botões da camisa branca e puxou o tecido apenas o suficiente para revelar seus s***s — redondos, firmes, rosados. Me deu água na boca. Toquei a pele nua de sua coxa. Ela estremeceu imediatamente. Uma reação automática, encantadora. — Quem é você, Srta. Davenport? Ela enrijeceu os ombros. — Você sabe quem eu sou. — Não sei como te chamar. A menos que você prefira que eu diga "doutora Davenport" enquanto te como. Um traço de sorriso brotou em seus lábios finos. Ha. Ela sorriu! — Pode me chamar de Julienne — sussurrou, quando peguei suas mãos e a conduzi ao chão. Ela não resistiu. Seus músculos tensionaram levemente enquanto eu deixava uma trilha de beijos da concha da orelha até a curva suave da clavícula. Ela se contorceu de leve. Rolei o nome na boca. — Julienne. — Não se acostume com isso — murmurou, enquanto minha boca se aproximava dos montes perfeitos de seus s***s. — É como meus amigos me chamam. — Concordo — respondi, a voz rouca. — Podemos ser muitas coisas, Julienne, mas nunca seremos amigos. Suas mãos caíram sobre meus ombros, me obrigando a encará-la. Havia algo sombrio nas profundezas dos olhos dela — uma urgência que queimava. — Escute bem — sibilou, respirando com impaciência. — Tempo não é um luxo que eu tenho. Se fosse para joguinho de sedução, acredite, eu não estaria aqui. Nem nua, nem exposta. — Você ainda está completamente vestida — provoquei, com um sorriso irônico. — Talvez eu prefira um ritmo mais lento. Isso te irrita? Seus lábios se fecharam numa linha fina. Havia um brilho de raiva em seus olhos. — Você precisa mesmo preencher o silêncio com suas palavras? Sem aviso, ela se lançou contra mim, me empurrando no carpete. Seus cabelos negros e cacheados caíam ao redor como uma cortina selvagem. Afastou minhas mãos com uma força surpreendente. Me vi deitado, apoiado nos cotovelos, encarando-a de baixo. Ela montou em mim como uma imperatriz. — Não complique isso — ordenou, como quem repreende uma criança insolente. Sua pele brilhava sob a luz fluorescente crua e impiedosa do quarto. — Eu não vou te bater — prometeu. Mas naquele momento, eu não teria apostado nem minha vida nisso. Ela fez uma pausa, com um brilho diabólico nos olhos. — A menos, é claro, que seja isso que você deseje. Um sorriso relutante surgiu em meus lábios. A audácia dela era desarmante. — E você? — perguntei, espreguiçando-me languidamente. — A ideia de controle te atrai? Ela deu de ombros, desabotoando minha calça com uma calma quase clínica. — Não muito — admitiu. — Mas estou aberta a explorar suas preferências. Sem julgamentos. Afinal, dificilmente seria o fetiche mais peculiar que já encontrei. Meu olhar se demorou em seus s***s pequenos e perfeitamente moldados, com m*****s rosa-morango, enquanto ela se inclinava sobre mim para me despir. A proximidade do seu rosto da minha excitação crescente foi... devastadoramente eficaz. — Você é cheia de surpresas — comentei, tentando manter o tom indiferente. — Muito mais livre do que aparenta ser. — Sua mão deslizou pela minha ereção com naturalidade, arrancando de mim um gemido contido. Julienne manteve o olhar baixo, focada, observando a ponta úmida com um interesse que me incendiava. — As aparências enganam — murmurou, quase num sussurro. — No fim das contas, elas não significam nada. Suas palavras flutuaram entre nós, um prenúncio de algo mais profundo — ou mais perigoso. Então ela envolveu a cabeça do meu p*u com os lábios, provocando primeiro com a língua, depois descendo mais, até quase me consumir. Minha cabeça caiu para trás, a respiração entrecortada, rendida àquela boca quente, firme e habilidosa. Seus cabelos escuros balançavam no ritmo dos movimentos, criando uma visão quase poética da perdição. Suas unhas roçaram de leve sob minhas bolas, fazendo minha espinha se arquear involuntariamente. Aquilo não podia ser real. — Isso... não pode ser real — sussurrei, sentindo o corpo inteiro vibrar. Mas não era assim que terminaria. Não comigo completamente fora de controle. Franzi o cenho e levei as mãos aos ombros dela, detendo-a com um toque firme. Ela ergueu o olhar, a carranca formando-se em seus lábios entreabertos. — O quê? Seus olhos, cinzentos como o céu antes da tempestade, estavam turvos, como se ela estivesse longe dali. Mechas de cabelo colavam em sua testa úmida de suor, emoldurando-a como um anjo caído. E por trás daquela fachada de indiferença, eu enxerguei o desejo. Cru. Impaciente. Inescapável. Estava estampado na tensão de seu maxilar, na firmeza teimosa do seu queixo. Naquele momento, ela era irrevogavelmente minha. Inalei o cheiro adocicado de caramelo e baunilha que se escondia entre seus s***s. — Diga-me... o que Julienne representa? — insisti. Seu peito subia e descia com força, o controle oscilando. — Senhora Julienne — disse ela, com a voz tensa. — Já terminou de me entrevistar? Porque, se sim, podemos continuar. — Ai... — Sorri para o vazio, quase me divertindo com a tensão entre nós. — Mas tudo bem, senhora. Só que há uma condição. Ela arqueou uma sobrancelha. — Qual é a condição? Inclinei-me até sua pele estremecer sob minha respiração. — Não vou te f***r pela primeira vez nesse cubículo miserável — murmurei, firme. — Você vai estar no meu quarto em dez minutos. Ela não hesitou, mas seu olhar se estreitou, desconfiado. — Dez minutos? Por quê? O que você vai fazer? Afiar facas? Soltei uma risada baixa, abafada contra sua clavícula. — Nada tão sinistro. — Toquei suavemente sua cintura. — Mas gosto de me preparar. E por mais delicioso que isso esteja agora... — respirei fundo, absorvendo novamente seu perfume — ...se é para fazer, faremos direito.
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