Olhei para Nigel assustada, e escutei Dereck no telefone, ele falava alto e descontrolado, Nigel sorriu para mim, amável e querendo passar segurança, mas não me deixou parar, continuamos a andar, Dereck estava em seu encalço. "Escuta aqui!... Se continuar me ameaçando e ameaçando a minha família vou tomar as minhas providencias e você não vai gostar nada!...
Agora me deixe em paz e deixe Victória em paz... Se ela não quer aparecer, é por que tem seus motivos e não acho que você e um bom homem para ela!". ele se calou, mas logo rosnou, "Victória não merece seu amor!".
"Desligue e pare de dar conversa a ele!", disse baixinho.
"Nos deixe em paz!". Nigel desligou o aparelho e me olhou e sorriu terno, "Ele está me rastreando!".
Continuamos andando pela mata até que chagamos a um pequeno caminhão baú, dois homens me ajudaram a entrar, eu me sentei em um colchão e Nigel entregou o celular que usava e pegou outro na mão do rapaz, "Suma com isso!", pediu ele, as portas foram fechadas, Nigel acendeu uma luz amarelinha só para amenizar a escuridão e se sentou ao meu lado e me puxou para ele, acariciando meus cabelos, seu coração estava tão disparado que parecia em sofrimento, ele só queria me tirar dali e me ver a salvo, foi aí que caí em si que estava correndo um grande perigo e ele estava arriscando tudo para me salvar.
"Me conta o que está acontecendo?", o lacei pela cintura.
"Eu conto, mas não agora!", Nigel suspirou fundo, o caminhão começou a andar naquela estrada de terra batida, deitei a cabeça em seu colo e fechei os olhos e comecei a rezar, o seu silêncio estava me apavorando suas mãos que acariciavam meus cabelos pareciam querer me proteger de todo o mal.
Uma hora depois, já na estrada, cinto que o caminhão perde potencia e logo para, as portas são abertas rapidamente, Nigel me ajuda a me levantar e dois rapazes me ajudam a descer eme colocam no chão e Nigel me leva para um ônibus enorme, um Moto home elegantemente luxuoso, entramos e levei um susto ao ver Jeffrey como o motorista, sorrindo e de braços abertos para mim, eu quase gritei de saudades e espanto, o agarrei e o abracei apertado, ele usava uma camisa polo marítima, estava barbudo e grisalho, não era nada do homem que trabalhava para mim.
"Minha menina!... Como pode fugir assim e sem se despedir de seus amigos?".
Dei um beijo em seu rosto, sorria contente em vê-lo ali, "Me desculpa Jeffrey, mas era preciso sumir!".
"Ainda me fez ajudar a carregar as malas, como não percebi que era você!".
"Talvez não fosse eu mesmo!", torci a boca em um sorriso tímido.
Nos acomodamos no sofá, Jeffrey fechou a porta, Nigel mostrou o mapa para ele e ele concordou com a cabeça, agora nossa viagem iria começar definitivamente e eu teria que esperar para saber o que realmente estava acontecendo, o ônibus saiu, e tivemos tempo de ver cinco carros cercar o pequeno caminhão que nos trouxe até aquele ponto, Nigel ainda gritou dentro do ônibus contente por ter conseguido me tirar a tempo, levantando os dedos do meio e mandando todos para aquele lugar, ele conseguiu, o caminhão estava vazio e abandonado, todos estavam dentro do ônibus comemorando o sucesso do resgate, eu respirei aliviada e Nigel finalmente se juntou a mim ao sofá, passou o braço sobre meus ombros e me puxou para me abraçar e deu um beijo na minha testa, mas eu não queria só ser mimada e protegida, queria ficar a par de tudo.
"Suas roupas e tudo que é seu está no armário do quarto da suíte, acho que deveria ir dormir um pouco e descansar, depois vamos ter uma longa conversa".
"Por que não conversa comigo agora?".
"Por que é uma longa conversa e teremos muito tempo para conversar e quero você bem preparada para escutar o que tenho a dizer".
"Eu detesto quando me enrolam Nigel!".
"Eu sei!... Mas no momento eu preciso de um tempo e você também... estamos numa adrenalina forte e você precisa se cuidar e cuidar do bebê!", ele acariciou meus cabelos, "Eu quero tanto quanto você que esse bebê vingue!".
"Você diz como se fossemos ficar juntos definitivamente!".
"Esse é o objetivo... Mesmo se você disser que não me quer!... Sou capaz de sobreviver ao seu lado, criar seu filho e não tocar em você... Por que eu amo você e sei te respeitar!".
"Você está me colocando em primeiro lugar Nigel?".
"Sempre Victória e você sabe disso!".
Minha garganta se fechou, ele me amava tanto ao ponto de suportar só a minha presença, me levantei e segui para o quarto, fechei a porta depois de olhar para Nigel e me arrastei para a cama puxando o edredom me cobrindo, demorei para dormir, mas consegui, aquele ônibus era uma delicia e quase não se sentia ele chacoalhar.