Caminhando

827 Words
Olhei para Nigel assustada, e escutei Dereck no telefone, ele falava alto e descontrolado, Nigel sorriu para mim, amável e querendo passar segurança, mas não me deixou parar, continuamos a andar, Dereck estava em seu encalço. "Escuta aqui!... Se continuar me ameaçando e ameaçando a minha família vou tomar as minhas providencias e você não vai gostar nada!... Agora me deixe em paz e deixe Victória em paz... Se ela não quer aparecer, é por que tem seus motivos e não acho que você e um bom homem para ela!". ele se calou, mas logo rosnou, "Victória não merece seu amor!". "Desligue e pare de dar conversa a ele!", disse baixinho. "Nos deixe em paz!". Nigel desligou o aparelho e me olhou e sorriu terno, "Ele está me rastreando!". Continuamos andando pela mata até que chagamos a um pequeno caminhão baú, dois homens me ajudaram a entrar, eu me sentei em um colchão e Nigel entregou o celular que usava e pegou outro na mão do rapaz, "Suma com isso!", pediu ele, as portas foram fechadas, Nigel acendeu uma luz amarelinha só para amenizar a escuridão e se sentou ao meu lado e me puxou para ele, acariciando meus cabelos, seu coração estava tão disparado que parecia em sofrimento, ele só queria me tirar dali e me ver a salvo, foi aí que caí em si que estava correndo um grande perigo e ele estava arriscando tudo para me salvar. "Me conta o que está acontecendo?", o lacei pela cintura. "Eu conto, mas não agora!", Nigel suspirou fundo, o caminhão começou a andar naquela estrada de terra batida, deitei a cabeça em seu colo e fechei os olhos e comecei a rezar, o seu silêncio estava me apavorando suas mãos que acariciavam meus cabelos pareciam querer me proteger de todo o mal. Uma hora depois, já na estrada, cinto que o caminhão perde potencia e logo para, as portas são abertas rapidamente, Nigel me ajuda a me levantar e dois rapazes me ajudam a descer eme colocam no chão e Nigel me leva para um ônibus enorme, um Moto home elegantemente luxuoso, entramos e levei um susto ao ver Jeffrey como o motorista, sorrindo e de braços abertos para mim, eu quase gritei de saudades e espanto, o agarrei e o abracei apertado, ele usava uma camisa polo marítima, estava barbudo e grisalho, não era nada do homem que trabalhava para mim. "Minha menina!... Como pode fugir assim e sem se despedir de seus amigos?". Dei um beijo em seu rosto, sorria contente em vê-lo ali, "Me desculpa Jeffrey, mas era preciso sumir!". "Ainda me fez ajudar a carregar as malas, como não percebi que era você!". "Talvez não fosse eu mesmo!", torci a boca em um sorriso tímido. Nos acomodamos no sofá, Jeffrey fechou a porta, Nigel mostrou o mapa para ele e ele concordou com a cabeça, agora nossa viagem iria começar definitivamente e eu teria que esperar para saber o que realmente estava acontecendo, o ônibus saiu, e tivemos tempo de ver cinco carros cercar o pequeno caminhão que nos trouxe até aquele ponto, Nigel ainda gritou dentro do ônibus contente por ter conseguido me tirar a tempo, levantando os dedos do meio e mandando todos para aquele lugar, ele conseguiu, o caminhão estava vazio e abandonado, todos estavam dentro do ônibus comemorando o sucesso do resgate, eu respirei aliviada e Nigel finalmente se juntou a mim ao sofá, passou o braço sobre meus ombros e me puxou para me abraçar e deu um beijo na minha testa, mas eu não queria só ser mimada e protegida, queria ficar a par de tudo. "Suas roupas e tudo que é seu está no armário do quarto da suíte, acho que deveria ir dormir um pouco e descansar, depois vamos ter uma longa conversa". "Por que não conversa comigo agora?". "Por que é uma longa conversa e teremos muito tempo para conversar e quero você bem preparada para escutar o que tenho a dizer". "Eu detesto quando me enrolam Nigel!". "Eu sei!... Mas no momento eu preciso de um tempo e você também... estamos numa adrenalina forte e você precisa se cuidar e cuidar do bebê!", ele acariciou meus cabelos, "Eu quero tanto quanto você que esse bebê vingue!". "Você diz como se fossemos ficar juntos definitivamente!". "Esse é o objetivo... Mesmo se você disser que não me quer!... Sou capaz de sobreviver ao seu lado, criar seu filho e não tocar em você... Por que eu amo você e sei te respeitar!". "Você está me colocando em primeiro lugar Nigel?". "Sempre Victória e você sabe disso!". Minha garganta se fechou, ele me amava tanto ao ponto de suportar só a minha presença, me levantei e segui para o quarto, fechei a porta depois de olhar para Nigel e me arrastei para a cama puxando o edredom me cobrindo, demorei para dormir, mas consegui, aquele ônibus era uma delicia e quase não se sentia ele chacoalhar.
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