Voltando para casa

839 Words
"Boa Tarde!", diz o vendedor sorridente me olhando. "Boa tarde!", eu apontei para uma caminhonete cabine dupla como Ash gostava e me fez gostar, ela era vermelha e a frente incrível arredondada, Quanto é essa DAKOTA?". "Vejo que gosta de carros grandes!", ele sorriu e foi comigo até o carro, falou sobre ele e seu conforto e potencia e parecia se gabar, cruzei os braços, eu só queria o preço, mas deixei que falasse, ele precisava fazer seu papel para me convencer, sorria com aquilo, era legal, "Custa 6.800,00 Dólares". "Tudo bem!... Vou levar!", disse puxando as malas para ele por no carro. "Nem vai dar uma volta e experimentar o carro?", Perguntou o vendedor surpreso. "Eu terei uma bela estrada pela frente para experimentar, agora estou com pressa e quero ir para a casa dos meus pais o quanto antes!". O rapaz sorriu e seguimos para a loja, lá tirei o pacote de dinheiro e contei por debaixo da mesa enquanto ele digitava a venda do carro, eu teria uma boa grana para viajar sem mexer na conta de Brenda Dorneles, depois de duas horas saí com o carro e o documento na mão, passei em uma loja de conveniência e comprei suprimentos para comer e beber, um mapa para não me perder e segui viagem, foi uma paz poder viajar sozinha e ter a liberdade que eu tanto precisava e desejava, relembrei minha vida e os momentos que vivi com Ash e viajamos juntos, ele ficava lindo dirigindo e compenetrado na estrada, eu cantando e ele rindo e debochando de mim, puxei o pen drive e conectei ao aparelho de som do carro e logo George Michel começa a cantar suas musicas antigas, ali eu sabia que tinha tudo que eu precisava, principalmente as imagens de Dereck apontando uma arma para mim, e eu usaria isso contra ele se caso tentasse me forçar a alguma coisa, eu só sairia de Axton morta. Procurei não me cansar, sempre parando e esticando minhas pernas e comendo algo e me hidratando, como sempre não dava conversa para ninguém, comia e sumia assim que estava pronta, o dia estava maravilho e a noite agradável, parei em um hotel de beira de estrada, desisti de usar a peruca e a tirei, mesmo assim continuava como Brenda e como o meu rosto era parecido, não tive maiores problemas, procurando sempre andar na velocidade permitida e atender aos postos policiais diminuindo a velocidade para ver que eu era uma mulher e estava sozinha e seguia tranquila, eu podia usar o meu documento, era apenas para consulta e não tinha nada de errado com ele. No segundo dia cheguei a minha casa em Axton, foi um alivio ao estacionar e finalmente estar em casa, desci do carro e cai de joelhos no chão, o sol a traz de mim deixava tudo dourado e abri o berreiro de tanta saudade e sofrimento que sentia no coração, eu novamente estava sozinha e sofrendo por alguém, e agora grávida e não tendo ninguém para me ajudar, espalmei as mãos no chão, a grama tinha ido embora pela falta de cuidado e abandono, chorei como uma louca, eu precisava soltar toda a minha angustia. "Mãe!", chamei, "Pai... Eu voltei!", e as lágrimas rolaram como cachoeiras dos meus olhos, eu estava cansada da viagem, cansada da vida de falsidades, cansada de mim mesmo e das besteiras que eu fiz na vida, abracei minha barriga criando coragem para me levantar e seguir em frente, olhei para a porta tentando me acalmar e me levantei, passando a mão no rosto sem me importar que estava misturando a terra daquele local nas minhas lágrimas, ela fazia parte de mim e isso era o que importava, abri a porta de casa e voltei para pegar as malas, tranquei o carro e entrei e deixei as malas num canto, depois resolveria o que iria fazer, ainda chorando me arrastei para a cozinha, procurei os disjuntores antes que escurecesse, liguei tudo e a casa ganhou vida, sorri contente, ela estava inteira e Ash soube fazer um ótimo trabalho quando reformamos pela segunda vez mandando alguns funcionários para arrumar a parte elétrica, abri a geladeira e a liguei, estava limpinha e não tinha cheiro de mofo, provavelmente titia vinha na casa para fazer alguma coisa, ela sempre dizia que vinha, fui até o termostato para aquecer a casa e liguei e verifiquei a caldeira para aquecer a água e os banheiros e também liguei, eu merecia um banho e me arrastei para o quarto dos meus pais depois de trancar a casa, eu estava exausta emocionalmente e fisicamente, mesmo assim abri as torneiras da banheira do quarto dos meus pais e deixei a água correr para tirar a ferrugem e depois coloquei para encher, a caldeira estava tinindo de boa, a água saia quente, coloquei sais de banho que achei no meu armário do meu antigo quarto e mergulhei dentro dela e fiquei até enrugar, mal me sequei e caí na cama com bastante edredom e dormi.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD