No dia seguinte acordei completamente deprimida, me sentia uma pessoa covarde por ter assinado aquele documento, eu deveria ter mandado procurar a justiça e conquistar por meios legais, esse seria o certo e Vincent estaria orgulhoso de mim, mas não, eu coloquei os pés pelas mãos e deixei que todos entrassem em pânico, mas já era tarde, a confusão já estava feita e tinha que esperar pelas consequências, me arrastei para fora da cama, fui ao banheiro, fiz xixi e voltei para a cama e dormi novamente.
No dia terceiro dia, cansada, exausta e com fome e sem coragem para levantar e ir ao mercado, comecei a chorar, eu estava realmente me perdendo na minha solidão e depressão, o futuro era inserto e a decepção comigo mesmo era enorme, eu não sabia se o bebê vingaria e quanto tempo conseguiria me manter em segredo ali, afinal de contas e era a Sra. D'Villa e fui enganada, a importância do meu nome faria com que me achassem e rápido, agarrei o travesseiro e deixei as lágrimas rolarem.
"Me perdoa Vincent... Eu só fiz besteiras!".
"Victória!", diz a voz mais doce que eu conhecia, abri os olhos, Vincent estava sentado à beirada da minha cama, sorria terno, não parecia chateado comigo, "Vamos?... Levante-se desta cama e vá à luta!".
"Como ir a luta Vincent?... Eu dei tudo, eu abri mão daquilo que você me fez prometer em nunca perder e continuar a ajudar quem precisa!", solucei, "Você me deixou!... Por que teve que morrer tão rápido?".
Vincent riu gostosamente, "Por que estava na hora e você precisava assumir tudo e fez um ótimo trabalho, estou orgulhoso de você!".
"Que orgulho mais besta esse Vincent, eu acabei com tudo... Eu não fui forte o bastante para mandar aquele canalha a merda!".
"Você só estava salvando a sua vida e a de seu bebê!", ele sorriu e apontou para mim, "Seu nome já diz tudo, Victória, você é a vitória em pessoa!".
Comecei a rir relembrando quando me disse na sala que era de Renzo, e ele sumiu ainda sorrindo para mim.
Acordei com a minha tia batendo no meu rosto com vontade, as lágrimas no meu rosto ainda estavam molhadas dando um sinal claro de que eu realmente chorava, minha tia parecia apavorada.
"Filha?... O que faz aqui?", ela estuda o meu rosto, "Você está pálida... Há quanto tempo está aqui?".
Eu não conseguia falar, estava fraca demais para isso, fechei os olhos novamente e dormi.
Acordei com um paramédico me levando para dentro do hospital lendo meu diagnostico, eu estava desidratada e com sinais claros de depressão, fechei os olhos novamente, minha tia falava ao telefone, acho que falava com meu tio, logo desligou e ficou ali comigo na emergência, o médico Scott me atendeu com amabilidade, gostei dele logo de cara, adoraria trabalhar ali.
"Há quanto tempo não se alimenta direito?".
"Há muito tempo!", disse passando a mão no rosto, "Desde que os enjoos começaram e descobri que estou grávida!".
O médico respirou fundo e mandou colocarem mais um soro em mim, fiquei com duas bolsas de soro e me levaram para o quarto, titia Ema se juntou a mim me olhando e encarando desconfiada, abri o jogo para ela e pedi que em hipótese nenhuma falasse onde eu estava e se tinha me visto, não importe-se, nunca contasse onde eu estou e que estou grávida, titia ficou perplexa com o que contei, chagando a cair na cadeira ao lado, eu estava pobre e tinha perdido tudo para um homem que eu julgava amar e pai do meu bebê, ela criou coragem depois de um tempo, se aproximou e me abraçou.
"Você de agora em diante será minha filha e responsabilidade minha e se alguém atrever a te fazer mal, eu juro que mato e ainda enterro para não acharem nunca o corpo!".
Ri com seu drama de mãe postiça, mas era disso que eu precisava, proteção total para sobreviver aos seis meses seguintes, fiquei no hospital três dias e segui para a minha casa, titia Emma e Titio Oliver abasteceram a minha dispensa e geladeira, eu tinha tudo para me manter alimentada, já que não queria ficar com eles, era melhor, assim Nigel se manteria longe de mim e sei que titia se sentia melhor assim.