Vida tranquila

795 Words
Com um mês em Axton me sentia bem melhor para curtir a vida e a solidão, caminhava pela floresta quase todos os dias, colhia as flores do campo e enfeitava minha casa, quase não aparecia na cidade para não ser reconhecida, quando precisava de dinheiro eu ia num horário que as pessoas estavam dentro de suas casas e voltava e titia fazia compras para mim, comprei um aparelho de som novo, um vídeo game e TV nova e grande, era a minha diversão para o tempo de frio, minha barriga de quatro meses já apontava, minha cintura estava sumindo e minha bunda estava cada vez maior, era um escândalo, eu detestava me ver no espelho e ainda não me conformava com a gravidez apesar de curtir, mas não conseguia me ver segurando um bebê, e ainda sendo de Dereck, aquilo me dava um gelo na espinha, eu não queria nada que me lembrasse dele, eu o repudiava literalmente e quando meus pensamentos se fixavam nele eu vomitava mesmo tomando o remédio do enjoo, minha pressão estava controlada, meu pré natal em dia e me registrei como Victória Portman, pois ainda possuía uma conta conjunta com ele mesmo depois de falecido e era através desta conta que mantinha a casa e a empresa na Filadélfia funcionando e aos poucos fui transferindo o dinheiro de Brenda Dorneles para essa conta, junto com as aplicações, eu tinha um afortuna na verdade e podia viver onde eu quisesse e como quisesse, isso me dava uma margem para fugir. Acordei com o barulho da chuva, me arrastei para fora da cama e me espreguicei, meu bebê fez a mesma coisa, ri com as tremedeiras provocadas no meu útero. "Bom dia para você também", disse correndo para o banheiro para fazer xixi, quando saí titia estava me procurando dentro de casa e me puxou para ver a TV, já estavam noticiando meu desaparecimento e uma recompensa para quem desse informações, eu e ela ficamos abraçadas ouvindo e vendo minha foto na TV, aquilo embrulhou meu estomago, Dereck apareceu bem abatido e contou uma mentira dizendo que eu elaborei um documento e passei tudo para ele e que eu precisava aparecer para confirmar tudo e que sabia que ele era o filho legitimo de Vincent D'Villa, a família estava contestando a fortuna na justiça, era um monte de repórteres saindo com ele do hospital onde trabalhava, seus olhos se direcionaram para uma das câmera e em um tom de sofrimento, mandou um recado direto para mim. "Victória!... Onde você estiver meu amor... Entre em contato e de noticias de que está bem e volte, por favor!?". Eu não consegui nem terminar de ver a reportagem, só tive tempo de correr para fora de casa e vomitar tudo que tinha no estomago, me agachando ajoelhada no chão só de escuta-lo a falar com tanto amor, eu o odiava cada vez mais, eu o repudiava de uma tal maneira que eu queria bem longe de mim, minha tia segurou meu cabelo e eu senti sua angustia, logo alguém iria dizer onde eu estava e isso seria muito ruim, eu seria obrigada a voltar e assumir um papel que eu renunciei, eu queria todos afastados de mim. "O que pretende fazer filha?", pergunta minha tia assim que me ver levantar. Passei a mão pela boca, ofegante e sem saber o que fazer, a olhei de lado, "Ficar neutra até quando puder e não sair daqui para não ser reconhecida e pelo jeito ele está pagando muito para estampar o meu rosto em todos os jornais". Minha tia consentiu com a cabeça e me deu um beijo me puxando para dentro de casa, me sentei no sofá respirei fundo, eu ainda tinha uma margem de segurança por estar usando o sobrenome de Ash, o meu pré natal estava assegurado no momento. "Você precisa descansar", titia pegou na minha mão. "Eu estou realmente casada, mas não quero me deitar", me levantei e saí, minha tia ficou na varanda me observando, caminhei para a floresta abraçada a mim, titia sabia que eu precisava ficar sozinha para pensar e entrar ali me dava paz e eu voltava renovada. Caminhei entre as arvores, relembrar minha infância era ótimo, via meus primos correndo comigo entre as arvores, gritávamos como um bando de loucos, mas era bem divertido, tentar pegar esquilos e Joe correr com lagartas nas mãos a traz de mim, eu tinha tanto nojo que me agarrava a Nigel e ele me defendia dando tapas na mão de seu irmão e fazendo o inseto voar longe, comecei a rir sozinha andando por ali, uma coisa que nunca conseguimos foi deixar nossos nomes gravado em arvores, aquilo era tão romântico, mas eu e Nigel tínhamos segredos e eles precisavam ser preservados.
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