Momento Incerto

Capítulo 2

Boa noite! Espero que gostem do capítulo, comentem, votem! Vou tentar postar , um bônus do ponto de vista do Alex o que acham??

Se quiserem comentem! Boa leitura!!!

Acordei decidida de deixar tudo para trás, arrumei minhas malas e peguei tudo que achava importante fui olhando pelo apartamento para ter certeza que não tinha esquecido de nada e meu olhar parou logo em um papel em cima do sofá, cheguei mais perto e vi o cartão que eu tinha feito com tanto carinho amassado e largado como se não fosse nada.

Na mesma hora minha visão ficou turva e meu olhos começaram a arder mas me recusei a deixar as lágrimas a descerem. Peguei e o coloquei em cima do balcão e do lado deixei um bilhete, sabia que Alex voltaria para casa e queria que ele visse o que fez comigo, destruindo nosso amor e nossa vida juntos.

Liguei para Beca e pedi que ela me encontrasse para almoçar - mos juntas, logo ela aceitou e disse que queria saber como o Alex tinha reagido a tudo, eu disfarcei o máximo que pude para não deixar evidente o meu estado.

Logo depois liguei para uma companhia aérea e encomendei uma passagem para o Nova York para hoje mesmo, queria ir embora o mais rápido possível.

Tomei um banho coloquei um vestido florido que vai até os joelhos e coloquei uma sapatilha bege, passei um pouco de maquiagem para tentar disfarçar o máximo possível minhas olheiras que estavam horríveis, sai de casa e fui pegar um táxi por mais que eu estivesse melhor não estava em condições de dirigir.

Mandei uma mensagem para Beca falando que já estava a caminho e ela disse que estava me esperando. Quando estava quase chegando perto do restaurante, recebi uma mensagem.

" Bom dia meu amor, resolvi tudo com meu amigo e logo poderemos dar fim a esse problema. Te amo até a noite

Beijos Alex "

Na mesmo instante a minha vontade era de gritar e chorar como ele podia ser tão covarde e falar com tanta naturalidade de uma coisa desse tipo.

Me segurei ao máximo que pude para não lhe dar a resposta que ele merecia, a primeira coisa que eu tenho que fazer hoje é trocar o chip do meu celular, não quero ter que aguentar mensagens ou ligações dele me perguntando onde estou ou querendo saber de mim.

Cheguei no restaurante e fui direto para a mesa, no mesmo instante que vi Beca tive que respirar fundo incontáveis vezes para não desabar ali mesmo na frente de todos.

- Oi amiga, tudo bem ? - ela perguntou se sentando com um largo sorriso

- Tudo e com você ? - tentei manter minha voz o mais normal possível mas saiu um pouco falhada

- Samy, o que houve com você? Ontem estava tão alegre, já hoje tá tão pra baixo.

- Não foi nada, eu só não consegui dormir bem só isso - falei e tentei mostrar o meu melhor sorriso forçado

- Ah sua safada, ficou a noite toda comemorando né ?

- Quem me dera - murmúrei baixinho

- Mas mudando de assunto como estão as coisas com Matheus? - perguntei

- As coisas estão ótimas ele vai me levar esse fim de semana para conhecer a família dele, estou tão nervosa espero que eles gostem de mim.

- É impossível não gostar de você, mesmo sendo louca. - falei tentando rir

Beca continuou falando de coisas banais que eu nem estava prestando a atenção, meu pensamento voava para a noite anterior e tudo voltava e o aperto no meu coração só aumentava cada vez mais.

- Samy? Samantha!? Dá pra você me responder. - Beca falou

- Claro, o que foi.

- Eu vou te perguntar pela décima vez, como foi que o Alex reagiu?

Ah, como ele reagiu? Bem, ele quase teve um treco e logo depois falou para eu abortar não foi lindo?! - pensei

Por mais sarcástico que tenha sido o meu pensamento, eu podia contar que ele não queria um filho, e ainda quer que eu aborte! Se eu falar a verdade para ela posso até imaginar o escândalo que ia ser.

- Eu estou indo embora. - falei de uma vez só Beca estava bebendo um pouco de vinho quase engolindo quando foi subitamente lançado para fora

- O que?

- É isso mesmo,eu estou indo embora.

- Não não isso eu entendi, agora eu quero saber o porque ?

Respirei fundo e pensei, eu não posso falar a verdade e não posso mentir para minha amiga, Rebeca era como uma irmã para mim.

- Vamos dizer que ele não aceitou muito bem a notícia. - falei, bom por parte era a verdade

- Perai, deixa eu ver se eu entendi, o Alex aquele filho da mãe, que eu só não xingo por que a mãe dele é um amor de pessoa, não aceitou bem a notícia? - ela falou e eu tive que rir

- É isso mesmo, ele falou que não era o momento certo para "isso" acontecer - falei fazendo aspas e apontando para minha barriga.

- Aquele fudido, eu vou matar ele. Quem ele pensa que é para falar assim do meu afilhado. - ela falou com raiva se eu não a controlasse iria dar briga

- Beca pelo amor de Deus, se acalma está tudo bem. - falei e uma lágrima solitária caiu, eu tinha que me segurar para não chorar

- Puta que pariu Samantha, como pode estar tudo bem olha o seu estado, merda eu vou matar aquele fudido e vai ser hoje.

- Por favor não faça nada, eu estou indo embora e não quero que você fique assim, eu preciso que você fique ao meu lado como amiga e irmã e não atrás das grades que de lá você não vai me ajudar em nada. - falei a ultima parte rindo para descontrair um pouco

Logo depois disso ela se sentou novamente e ficou me encarando até perguntar:

- Você pretende ir para onde?

- Eu estava pensando nisso ontem a noite. Minha mãe sempre quis que eu morasse com ela, eu acho que o melhor a fazer é ficar perto da minha família agora.

- Obrigada pela consideração. - ela falou em um tom sarcástico me fazendo rir

- Beca, você sabe que é a irmã que eu nunca tive, mas eu preciso do apoio da minha mãe e eu não posso ficar aqui. - falei não contendo mas o choro

- Ai Samy, não fica assim olha eu entendo o seu lado. Mas você não vai poder se esconder e ficar fugindo do Alex, por mais fudido que ele seja ele é o pai.

- Eu não vou esconder o nosso filho dele, nunca seria capaz de fazer isso, mas eu também não posso ficar aqui e escutar que ele não quer ter um filho agora.

- Ok, você que sabe o que vai ser melhor para o meu afilhado. - ela falou se levantando e parando ao lado da minha cadeira — Anda Samy, não me deixa no vácuo. - eu tive que rir.

Me levantei e ela me deu um abraço bem forte, quando eu vi a Beca pela primeira vez nunca pensei que virariamos amigas e quase irmãs, quem diria que essa loira, altona com perfil de modelo seria esse doce de pessoa, mesmo com essa cara de nojenta ela tinha um coração enorme, sempre sendo meu porto seguro nas horas mais difíceis.

Tudo bem que eu tinha o Alex, mas tem horas que você precisa de alguém que possa só te ouvir e te apoiar sem perguntar ou questionar nada. Me afastei e vi que ela estava com o olhos marejados e eu já estava quase criando um lago dentro do restaurante de tando chorar.

- Você vai embora quando?

- Vou hoje mesmo, o quanto mais rápido melhor. - falei enxugando as lágrimas enquanto ela fazia o mesmo.

- Você já falou com o Alex?

- Não, nem vou falar, eu deixei um bilhete esclarecendo algumas coisas pra ele. Não quero que fique importunado, mas como você disse ele é o pai do meu filho. - falei soltando um longo suspiro

- Dona Nanda vai ficar arrasada.

Dona Nanda era a mãe do Alex, ela sempre foi como uma mãe para mim sempre me dando conselhos e me ajudando na minha relação com o Alex. Ela ficou eufórica quando sobre que ia ser avó. Não sei como ela vai ficar quando descobri que eu fui embora, mas não vou ter coragem de mentir para ela.

- Eu não tenho coragem para falar com ela.

- Samy olha. - ela solta um suspiro- Você é só uma vítima dessa situação, ela vai entender o seu lado.

- Eu vou escrever uma carta para ela , não vou ter coragem de olhar para ela e contar tudo.

- Você que sabe o que é melhor, vamos já esta tarde e você precisa terminar de arrumar suas coisas.

Assenti e fomos embora, combinei com Beca de vir me bucar e me levar para nos despedirmos.

Arrumei o que ficou pendente, liguei para minha mãe e perguntei se podia ficar um tempo na casa dela, ela obviamente aceitou e disse que podia ficar o tempo que quisesse. Já eram quinze para as seis e meu vôo era as seis e meia, me sentei e escrevi uma carta para a Dona Nanda, não contei as intenções do Alex de abortar o nosso filho, disse que estava indo embora mas não afastaria nem ela nem o Alex do meu filho, isso mesmo meu filho depois de ter renegado o nosso filho ele virou só meu.

E ainda disse que se sobrasse alguma dúvida que ela perguntasse ao Alex que ele esclareceria tudo a ela. Terminei e recebi uma mensagem da Beca falando que estava me esperando lá em baixo. Recolhi tudo, dei uma última olhada no apartamento fechei a porta e passei a chave por debaixo dela.

O caminho tudo fomos em silêncio. Chegamos na hora do embarque, eu já estava chorando e Beca estava com os olhos marejados.

- Vê se cuida direitinho do meu afilhado, e nessas férias mesmo eu vou lá te perturbar e mimar esse bebê. - ela falou acariciando minha barriga me fazendo rir

- Beca eu estou com um mês ainda, mas vou te esperar ansiosa. Ah quase me esqueci, tem como você entregar ela pra mim. - falei lhe dando a carta

- É claro, eu vou sentir muita saudades de vocês. - ela falou já chorando

- Ah, mas que madrinha carente que eu fui arranjar para o meu filho, mas mesmo assim eu não, nós amamos muito você.

- Vamos parar de choradeira, você vai acabar se atrasando, vai logo. E não se esqueça que eu amo muito vocês.

Nos despedimos e fui logo ir para a área de esbarque, dei uma última olhada e vi lá minha melhor amiga e irmã com os olhos vermelhos e acenando que nem uma louca o que me fez ir.

Não demorou muito o embarque, o vôo seria longo e tentaria esquecer tudo o que eu vivi com o Alex, por mais que eu continuasse o amando teria que me esquecer e matar o resto desse sentimento e focar esse amor só no meu filho. Eu tinha que deixar tudo para trás e o amor que eu sentia pelo Alex era uma das mais importantes. Eu precisava de uma vida nova e era isso que eu ia fazer, e hoje seria só o primeiro dia.