Elisângela Narrando — Porque você quer saber, pra que comunidade eu me mudei, Elisângela? — a voz da Liliane soou do outro lado da linha, carregada de desconfiança. Eu respirei fundo, fechei os olhos e falei o mais firme que consegui: — Porque eu preciso sair daqui o mais rápido possível. Se não fosse tão tarde, eu metia o pé hoje ainda. — O quê?! — ela ficou preocupada. — Que que tá pegando, mulher? A gente nem conseguiu trocar ideia direito hoje porque a lanchonete tava virada no caos, mas tu me fala uma dessas agora? Suspirei, sentindo o peito queimar. — Tu lembra que ontem eu saí mais cedo, né? — Claro que lembro. Até te cobri lá no caixa. Que que houve? — Pois é. Saí, vim direto pra casa, tomei um banho, me arrumei bonitinha… Porque eu sabia que o Daniel ia tá lá no nosso apa

