A Filha Do Pastor

3034 Words
Rosé havia chegado em casa, com a sua família. Ela e a sua mãe, guardavam as compras, enquanto separavam os alimentos que iriam usar para o almoço. Naquele dia o namorado da garota, viria almoçar com eles. - Eu vou buscar o resto das sacolas, que estão no carro. - Disse o pastor Johnson, saindo da cozinha. Enquanto isso, Rosé estava concentrada, empilhando as latas de milho dentro do armário. - Você viu o estado que estava a filha da senhora Manoban? A garota parecia bem desleixada. Provavelmente ainda deve está usando drogas. - Comentou a senhora Park. - Eu ouvi dizer que ela está tentando larga o vício. Talvez ela só esteja sofrendo com a abstinência. O papai já ajudou vários dependentes químicos, eu sei como eles ficam quando estão sem as drogas. - Disse Rosé. - Eu espero que o seu pai, não queira ajudar aquela garota. Esse tipo de gente não tem jeito. - Disse a mulher. - A senhora não deveria dizer isso. A igreja já ajudou a libertar vários dependentes químicos. Eu acredito que o meu pai, poderia sim, salvar aquela garota. - Disse Rosé. - A culpa de tudo, deve ser da mãe, que não soube criar, nem educar as filhas. Isso é oque faz, a falta de um marido. Se a filha tivessem um pai, não estariam nessa situação. - Disse a senhora Park. - Eu acho que a senhora Manoban, é uma boa mãe, não acho que ela tenha culpa. Pelo que eu vejo, ela parece amar as filhas. - Disse Rosé. - Não acho, se ela fosse mesmo uma boa mãe, a filha dela não séria uma droga. Veja a diferença da nossa família para a dela, você é uma garota exemplar, que nunca se envolveu com coisas erradas, e que nunca deu trabalho. - Disse a mãe, da garota. Rosé não gostava quando a sua mãe, a usava como exemplo. A jovem sempre se sentiu pressionada a ser perfeita, e aquelas comparações só a faziam se sentir m*l. - Pronto, essas são as últimas sacolas. - Disse o pastor Johnson, colocando as compras, sobre a mesa da cozinha. Rapidamente a senhora Park, parou de tocar no assunto que estava falando. A mulher sábia que o seu marido não gostava de fofocas, principalmente as que envolvia pessoas que frequentavam a igreja. O pastor se sentou em uma das cadeiras da cozinha. Ele tinha a expressão de que estava pensando em algo. - Filha, eu poderia pedir um favor? - Perguntou o homem. - Claro, pai. - Disse Rosé. - Aquela jovem, a Lalisa Manoban. A mãe dela está tentando aproximar a filha da igreja. Imagino as dificuldades que aquela senhora deve está tendo, com o problema da filha com as drogas. Eu realmente acho que se a garota fizer parte da congregação, ela teria mais chances de vencer o vício. Se ela tivesse uma amiga na igreja, talvez ela se sentisse mais a vontade... - Nem termine o seu raciocínio, eu sei muito bem oque você irá pedir. Eu não deixarei que a minha filha se torne amiga de uma drogada. - Disse a senhora Park, interrompendo o marido. A mulher parecia está muito nervosa com aquilo. - Não tem nada de errado nisso, a Rosé só iria fazer a outra garota se sentir acolhida pela igreja. - Disse o pastor. - A nossa filha não tem que ficar se metendo nós problemas das outras pessoas. - Disse a mulher. Rosé apenas observava aquele início de discussão, sem saber oque dizer. - É a minha missão como pastor, ajudar todas as pessoas que precisão. - Disse o homem. - Esse é o seu dever, não da nossa filha. Meses atrás você não queria que a Rosé se aproximasse daquela garota, agora você quer que elas sejam amigas!? - Disse a mulher. - Agora é diferente, a garota está tentando lutar contra um vício. E eu não estou pedido para que a nossa filha se torne amiga da outra garota, eu só quero que ela faça a jovem Manoban se sentir acolhida na igreja. - Disse o homem. Rosé não gostava quando os seus pais falavam dela, como se ela não estivesse alí. Parecia até que a garota não tinha uma opinião própria. - Eu acho que o papai tem razão. Nós devemos ajudar aquela garota, a se sentir acolhida, e bem recebida na igreja. Eu irei fazer isso por ele, mas isso não significa que eu me tornarei amiga dela. A senhora pode ficar tranquila. Agora por favor, eu imploro que vocês não discutam por causa disso. - Disse Rosé. - A nossa filha como sempre, sendo a voz da sabedoria. - Disse o pastor Johnson. - Ela puxou essa sua teimosia de bom samaritano. Um dia isso irá trazer problemas para a nossa família. - Disse a mulher. - Eu vou tomar um banho, e me preparar para o almoço. - Disse o pastor Johnson, se retirando da cozinha. A senhora Park aproveitou a ausência do marido, para poder dar uma bronca em sua filha. - Não gostei nada dessa ideia. Nem pense em se aproximar daquela garota. - Disse a senhora Park, dando um aviso a filha. Rosé soltou um longo suspiro, voltando a guardar as compras. A garota não gostava do jeito controlador da sua mãe. A mulher sempre opinava nas escolhas da sua filha. As vezes Rosé se sentia sufocada, com tudo aquilo. As vezes a jovem desejava ser invisível. - Deixe que eu guardo o resto das compras. Vá se arrumar, logo o seu namorado estará aqui. Eu quero que você esteja bem apresentável. Não é todos que tem a sorte de ter o filho do prefeito como genro. - Disse a mulher. - Eu não preciso me arrumar agora, o Shawn ainda vai demorar para chegar. - Disse Rosé, ainda empilhando as latas de conserva. - Vá se arrumar. - Disse a mulher, tomando a lata de milho, que estava na mão da garota. - Sim, senhora. - Disse Rosé. A garota loira respirou fundo, saindo da cozinha. A jovem subiu desanimada para o seu quarto. Rosé se jogou sobre a cama, fechando os olhos. A garota precisava de alguns minutos, sem ouvir as ordens da sua mãe. Rosé olhou para a escrivaninha que ficava ao lado da sua cama, pegando a bíblia que estava sobre o móvel. A garota abriu o livro, em uma página aleatória. Ela sempre fazia isso, quando estava se sentindo esgotada. Rosé começou a ler a bíblia, como se fosse encontrar a solução dos seus problemas, nas frases escritas ali. - Você ainda não foi se arrumar!? - Disse a senhora Park, assustando Rosé, que estava distraída lendo a bíblia. - Eu só estava lendo alguns versículos. - Disse Rosé. - Está escrito na bíblia, que é para obedecer os país. Você não está seguindo essas palavras. - Disse a mulher, levantando uma das sobrancelhas. - Eu vou tomar o meu banho. - Disse Rosé, devolvendo a bíblia a escrivaninha. A garota caminhou em direção ao banheiro, com uma certa urgência. Talvez ali fosse o único lugar aonde a sua mãe, não fosse dar ordens. A jovem demorou propositalmente no banho, pós queria ficar um tempo sozinha. Depois do banho, a garota escolheu um dos seus vestidos preferidos. A jovem se sentou de frente ao espelho, fazendo um penteado simples em seu cabelo. Rosé não usava maquiagem, pós o seu pai não gostava. Ela então, estava sempre com o rosto limpo, exibindo apenas a sua beleza natural. A garota era tão perfeita, que podia dispensar os cosméticos, que não iria fazer diferença alguma. Rosé já estava pronta, para o almoço. A garota saiu do seu quarto, descendo as escadas. A garota se surpreendeu ao ver que o seu namorado já a esperava. O rapaz estava sentado em um dos sofás, enquanto conversava com o seu pai. A sua mãe como sempre, estava paparicando o seu querido genro. Shawn se levantou do sofá, ao ver Rosé descer as escadas. O rapaz tinha um enorme sorriso em seu rosto. - Você está linda. - Disse ele, beijando o rosto da namorada. - Pensei que você chegaria mais tarde. - Disse Rosé. - Eu estava louco para te ver, por isso decidi vim mais cedo. - Disse o rapaz. - Ele não é uma graça? - Disse a senhora Park, sorrindo sem parar. Shawn era realmente um bom partido, qualquer mãe iria querer ter ele como genro. Afinal de contas, o rapaz era filho de um dos homens mais importantes da cidade. - Façam uma pose, eu irei tirar uma foto. - Disse a senhora Park, pegando o seu celular. - Precisamos mesmo, posar para uma foto? - Disse Rosé, sem graça. - Vocês formam um casal tão bonito. Eu quero registrar esses momentos em família. - Disse a mulher, apontando a câmera do celular para o casal de jovens. Shawn abraçou Rosé, sorrindo para a câmera do celular. A garota sempre ficava sem graça quando tinha que tirar fotos. O pastor Johnson, não opinava naquilo, pós sábia que a sua esposa, adorava exibir com orgulho, as fotos do casal para as amigas da igreja. Depois de tirar várias fotos a pedido da sua mãe, Rosé se sentou no sofá da sala, ao lado de Shawn, que segurava uma das mãos da garota. Aquele era uma reunião normal de família, em um domingo a tarde. Aquela cena já havia se tornado rotina, na vida de Rosé. Shawn sempre ia visitar a garota. Claro sempre sobre os olhos atentos dos pais da garota, que nunca deixavam os jovens sozinhos por muito tempo. Era um típico namoro cristão, cercado pelas regras da igreja. Rosé as vezes se perguntava como séria ter um namoro mais livre, sem regras, ou a vigilância rígida dos seus pais. - Eu irei servir o almoço, tenho certeza de que você irá adorar, Shawn. Eu fiz um prato especial para você. - Disse a senhora Park. Rosé sentia que a sua mãe, as vezes tratava melhor o seu namorado, do que ela. A garota sábia que para a sua mãe, era um sonho ter um genro como Shawn. Afinal de contas, ele era um rapaz perfeito. Todos se sentaram a mesa, enquanto eram servidos pela senhora Park. - Vamos Shawn, experimente a comida. Eu quero saber se você gostou. - Pediu a senhora Park. O rapaz pegou uma garfada generosa, levando a boca. - Senhora Park, isso está maravilhoso. - Disse o rapaz, elogiando a mulher. A senhora Park parecia está nas nuvens, com o comentário do rapaz. - A minha esposa cozinha divinamente, meu rapaz. Espero que a Rosé também seja uma boa esposa na cozinha. - Disse o pastor Johnson. Rosé olhou para o seu pai, desaprovando o seu comentário. A garota não queria ser apenas uma "Boa esposa". A jovem tinhas outros planos, como se formar em biologia, e ser uma grande profissional nessa área. A garota morria de medo de que acabasse como a sua mãe, sendo uma dona de casa dedicada ao lar. - Acho que cozinhar não seja um requisito para ser uma boa esposa. Há muitas outras coisas importantes que uma mulher pode ser. - Disse Rosé. - As mulheres que não se dedicam ao seus lares, acabam fadas a ter um casamento falido. Eu não quero que você seja uma mulher divorciada, tendo que trabalhar em uma lanchonete, enquanto os seus filhos se tornam uns viciados sem futuro. - Disse a mulher, que não perdia a oportunidade de sitar o caso da família Manoban como exemplo. - Acho que toda mulher precisa se formar, e ter um emprego. - Disse Rosé. - Uma dona de casa dedicada, é a melhor coisa que você pode ser. - Disse a senhora Park. - Não faz m*l algum, ter um diploma pendurado na parede. - Disse o pastor Johnson. Rosé queria ter muito mais que um diploma pendurado na parede. Mas parecia que os seus pais não conseguiam enxergar isso. - Se o problema for dinheiro, eu digo para você não se preocupar. Eu e a minha família somos proprietários de vários imóveis. Eu nunca irei deixar faltar nada para você. - Disse Shawn, segurando uma das mãos de Rosé. Se a intenção do rapaz era ser romântico, ele acabou falhando drasticamente. - Escutou isso? O Shawn será realmente um ótimo marido. - Disse a senhora Park. - É bom saber que você irá cuidar da nossa filha. - Disse o pastor Johnson. Rosé suspirou desistindo daquela conversa. A garota apenas se concentrou no prato de comida, que estava a sua frente. A jovem passou o almoço todo em silêncio, apenas ouvindo os planos que os outros tinham para a sua vida. Rosé sentia que não era dona das suas próprias escolhas. Uma pergunta começava a ecoar na cabeça da garota. Será que ela estava fazendo as escolhas certas para a sua vida? Até o seu namoro com Shawn era algo tão superficial. A garota lembrava do dia que o rapaz veio até a sua casa, para a pedir em namoro. Rosé lembra da sua mãe respondendo um "Sim" por ela. De um dia para o outro, Rosé e Shawn já estavam namorando, e ela não sábia exatamente por que. Desde então, já havia se passado um ano. A tarde passou relativamente rápido. Rosé estava tão distraída em seus pensamentos, que nem parecia está presente. - Eu adorei o almoço de hoje. Passar as tardes com vocês, sempre é algo muito agradável. Mas agora eu tenho que ir. - Disse Shawn. - Vejo você na igreja, hoje a noite. - Disse o pastor Johnson. - Como sempre, eu estarei lá. - Disse o rapaz. Shawn se aproximou de Rosé, dando um selinho na garota. - Tê vejo a noite. - Disse ele. A senhora Park, e o pastor Johnson, acompanharam o rapaz até a porta. Rosé se sentou no sofá, respirando aliviada. A garota parecia está cansada, mesmo não tendo feito nem um esforço físico. Da sala, a garota pode ouvir o barulho do carro do namorado indo embora. - Esse rapaz é realmente um bom exemplo de jovem correto e dedicado. Fico feliz que ele faça parte da nossa família. - Disse o pastor Johnson. - Ouviu Rosé? Você deveria levantar as mãos para o céu, e agradecer. - Disse a senhora Park. - Eu vou para o meu quarto descansar. Logo mais nós teremos que ir ao culto dessa noite. - Disse Rosé. - Eu estou preparando um culto especial hoje. Eu quero que os sermões, toquem no coração dos fiéis. - Disse o pai, da garota. - O senhor sempre sabê oque falar aos fiéis. Tenho certeza que hoje não será diferente. - Disse Rosé, sorrindo para o seu pai. A garota subiu as escada, indo para o seu quarto. A jovem se deitou em sua cama, tentando descansar um pouco. A garota colocou os seus fones de ouvido, escutando as músicas cristãs de costume. Rosé esperava que aquilo afastasse os pensamentos que tanto a incomodavam. Já estava na hora de ir para a igreja. O pastor e a sua família, estavam atrasados para o culto daquela noite. - Vamos, eu não posso chegar atrasado. - Disse o pastor, apressando a sua esposa e filha. - Nós já estamos indo. Fique calmo, a igreja não irá sair do lugar. - Disse a senhora Park. - Eu tenho que dar exemplo ao fiéis, um pastor que se presa, não chega atrasado ao próprio culto. - Disse o homem. - Já estou pronta. - Disse Rosé descendo as escadas. - Finalmente, agora vamos. - Disse o pastor, praticamente arrastando as duas para fora de casa. Os três caminharam em direção, ao carro da família. O pastor e a sua esposa, foram no banco da frente, enquanto Rosé foi no banco de trás. O homem dirigia com uma certa pressa. O pastor tinha receio de deixar uma má impressão, a os seu fiéis. O homem achava que tinha que dar sempre, um bom exemplo. A igreja não ficava muito longe da residência da família. Logo eles haviam chegado ao local. O pastor Johnson, estacionou o carro, perto da entrada do templo. - Chegamos encima da hora. - Disse o homem, abrindo a porta do veículo. Rosé saia do carro, quando avistou a família Manoban, se aproximando do local. - Boa noite, pastor Johnson. - Disse a senhora Manoban. - Boa noite, fico extremamente contente em ver que a senhora e a sua família, estão frequentando os cultos. - Disse o pastor, com a satisfação de ver mais fiéis frequentando o templo religioso. A senhora Manoban, e a sua filha mais nova, pareciam está indo ao culto de boa vontade, ao contrário da filha mais velha. Lisa não tinha uma expressão muito amigável. A garota de cabelos curtos, olhava para o chão, como se estivesse ignorando o pastor, e a sua família. - Minha jovem, me alegra ver você aqui outra vez. - Disse o pastor Johnson, tentando ser simpático com Lisa. A garota não respondeu o homem, ficando em silêncio. A atitude arrogante da jovem, estava irritando Rosé. A senhora Park também parecia detestar a outra família. A mulher achava que aquelas pessoas não mereciam frequentar o templo. - Pai, é melhor nós entrarmos. O senhor precisa se preparar para o culto. - Disse Rosé, puxando o seu pai pelo braço. A garota só queria sair dali, a presença de Lisa parecia está incomodando a garota loira. - Vejo vocês lá dentro. - Disse o pastor, se despedindo. A família Park, adentrou a igreja. - Custava ser um pouco mais simpática!? - Disse a senhora Manoban, dando uma bronca em Lisa. - Eu já estou fazendo o sacrifício de frequentar essa igreja i****a. Por favor, não me peça mais que isso. - Disse a garota. - Pelo menos desfaz essa cara amarrada. - Pediu a senhora Manoban. Mal sábia a mulher, que a cara "Amarrada" da filha, era por causa de uma dor de estômago insuportável que a garota estava sentindo. Lisa sentia que aquela séria uma noite difícil. Com longas horas de tédio, olhares de julgamento, e sermões vazios.
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