Muralha de Titânio 2

C.I.R.C.E

j**k estava terminando de tirar uma árvore que tinha caído no caminho onde o caminhão iria passar, e então ele subiu no veículo de novo e eles seguiram viagem.

Hillary estava terminando de dar alguns medicamentos para Collyn, j**k se aproximou delas.

- Como ela está?

- Tem tantas fraturas e cortes aqui que eu não consigo nem contar. É um milagre ela estar viva.

- O que será que fez isso?

- Eu não consigo imaginar. Vamos direto pra C.I.R.C.E, se ela não receber atendimento logo, ela vai morrer em algumas horas.

Eles estavam se aproximando de uma das bases da C.I.R.C.E, que ficava logo depois de um rio. Eles passam por uma ponte, e j**k consegue ver um pouco a frente, um edifício que se sobressaia do meio da floresta.

- Chegamos. - avisou Hillary.

O caminhão foi parando aos poucos, e os portões da base foram se abrindo devagar, e o caminhão prosseguiu, parando no meio de um pátio.

Um agente moreno de cabelo liso, usando roupa preta e colete cinza se aproximou da porta traseira, que estava se abrindo aos poucos, até que Hillary e j**k apareceram, com j**k segurando Collyn nos braços.

Hillary desce primeiro, e ela cumprimenta o agente de colete cinza:

- Alvaro Berlusconi.

- Hillary Duff.

Eles se abraçam.

- A quanto tempo não nos vemos? - ele falava com um sotaque italiano.

- É, eu queria que fosse sob circunstâncias melhores.

- O que quer dizer?

- O Peso Vermelho foi roubado da B-4.

A expressão no rosto de Alvaro mudou, ele ficou extremamente preocupado.

- Mio Dio...

Jack desceu em seguida, com Collyn desacordada em seus braços.

Alvaro olhou para ela perplexo.

- O que aconteceu?!

- Ela precisa de cuidado médico urgente, ou não vai sobreviver. - disse j**k.

Imediatamente Alvaro fez um sinal e uma equipe de médicos veio, eles colocaram Collyn numa maca e levaram dali, Alvaro os acompanhou.

- Esse lugar é... interessante. - j**k comentou.

- Vem, tenho que te levar até a supervisora.

Hillary foi andando para dentro da base, j**k a seguiu.

Passando pelo pátio interno e pelos corredores, j**k foi percebendo o quão grande aquele lugar era, e estava completamente lotado de agentes.

Não demorou muito, e eles entraram em um elevador e foram até os andares inferiores, e após passar por mais alguns corredores, eles ficam de frente a uma porta com o desenho da letra "S", porém as pontas da letra pareciam lâminas.

- Pronto? - perguntou Hillary.

- Ela não deve ser tão assustadora assim.

Então antes que Hillary batesse na porta, ela se abriu.

Jack viu uma sala grande e luxuosa que chegava a dar inveja.

No fundo, havia uma mesa com alguém sentado em cima dela. Hillary se ajoelhou no momento que viu a pessoa e se apresentou:

- N°: 10852, Agente Hill.

- Bem vinda, agente Hill. Vejo que trouxe nosso convidado especial. - disse uma voz feminina.

- Trouxe mais do que isso, Sombra. A B-4 foi atacada e... levaram o Peso Vermelho do cofre.

A voz ficou em silêncio por um tempo.

Jack ficava tentando ver o rosto, mas o fundo da sala estava meio escuro pra ver. Até que a pessoa em cima da mesa pôs os pés no chão sem fazer o menor ruído, e depois foi andando até eles, e j**k finalmente viu seu rosto.

A supervisora de Hillary é uma mulher n***a, de cabelo cacheado, nariz um pouco gordo e olhos castanhos. Fora que ela parecia mais forte e imponente do que qualquer outro agente.

- j**k Armstrong, é um prazer enfim conhecê-lo.

- Quem é...

- Sou a Diretora Molly Wilcox, ou a Sombra, como sou mais conhecida.

Molly tinha um rosto simpático.

Jack ficou olhando pra ela, um pouco perdido.

- Não se preocupe, isso é normal na primeira vez.

Hillary se levantou e então Molly pediu:

- Agente Hill, pode nos deixar a sós por um momento? Conversamos depois.

- Sim, senhora.

Ela saiu pela porta logo atrás, deixando eles sozinhos.

- É maior do que eu pensava, j**k. Não sei como essa camisa cabe em você sem rasgar.

- Obrigado, eu acho.

Ela ri, então serve um pouco de Martini pra ele.

- Sua bebida favorita.

- Peraí, como você sabe disso?

- Sei de muitas coisas, meu caro. Essa é a minha função aqui.

Ele deu um gole no Martini e sentiu um gosto muito bom.

- É isso que você faz? Saber das coisas?

- A C.I.R.C.E foi fundada em 1916, após a batalha de Somme, pelo Húngaro Albert Circe. A princípio, a C.I.R.C.E deveria ter sido só mais uma divisão secreta de inteligência das Potências Centrais na Primeira Guerra, mas Albert acabou... dando de cara com a verdade.

- O que quer dizer com "dando de cara com a verdade"?

- Albert descobriu que esse universo é maior do que a imaginação poderia se quer alcançar. Haviam seres especiais agindo em segredo durante a Primeira Guerra. Ele descobriu que haviam forças que o mundo não estava preparado para combater, então ele transformou a C.I.R.C.E na única força capaz de resolver esses conflitos entre "SCSP".

Jack franziu a testa.

- Seres Com Super Poderes.

- Vocês gostam mesmo de abreviar.

- É um charme.

Molly então ligou um holograma que flutua no meio da sala, mostrando vários pontos ao redor do mundo.

- Esses são lugares onde aconteceram eventos com SCSP pelo mundo desde que a C.I.R.C.E foi fundada.

Jack via pontos de concentração em todas as partes do mundo, América do Sul, América Central, América do Norte, Europa, Ásia, África e até pelos oceanos.

- A principal função dessa organização secreta é garantir a segurança desses seres e também do mundo. Não deixamos que nenhuma dessas informações vaze para o mundo.

- Por que não? As pessoas já sabem que esse tipo de coisa existe.

- j**k, se você soubesse metade das coisas que eu sei, sairia correndo por aquela porta. Imagina então o resto do mundo.

- Faz sentido, eu acho.

Molly desligou o holograma.

- Conheci uma mulher no Brasil que tem poderes de disparar feixes de luz tão fortes que podem cegar alguém. Tem um garoto andarilho que pode se transformar em qualquer coisa. Existe um homem que consegue m***r pessoas somente falando o nome delas. Isso te assusta?

- Nem um pouco.

- Você é durão, eu gosto disso.

Jack terminou de tomar o Martini, e Molly ofereceu mais, porém ele recusou.

- Por que me chamou aqui hoje? Hillary falou que você tinha uma oferta irrecusável pra mim.

- Ela não mentiu.

Ela ligou o holograma novamente, mas dessa vez mostrando as identidades de várias pessoas.

- Quem são esses?

- Que bom que perguntou. São pessoas que desenvolveram tipos de doenças raras altamente contagiosas e que não existe cura ainda.

Jack viu os nomes e os rostos das pessoas, todas parecendo muito doentes e até mortas.

- As geleiras estão derretendo, j**k. E isso está causando um estrago maior do que só enchentes ou efeito estufa. O derretimento do gelo está liberando vírus pré-históricos na humanidade, e contaminando a água do planeta aos poucos. É só uma questão de tempo até a raça humana ser extinta.

A visão do estado daquelas pessoas era assustador, tinha vídeos e imagens delas em situações horríveis, alguns com placas bizarras nascendo sobre a pele, outros sofrendo mutações e alguns até sofriam hemorragias mortais de repente.

- Recentemente Chernobyl quase explodiu de novo, e dessa vez iria ser a um nível global, com a chance de acabar com toda a vida no planeta em 100%.

- Por que está me mostrando isso? Eu não quero ver.

- Porque se todas essas catástrofes acontecerem, você seria o único sobrevivente no planeta inteiro, j**k.

- Como assim?

Ela mudou o holograma, mostrando uma corrente sanguínea de j**k.

- Isso é em tempo real. - avisou ela.

Os glóbulos de j**k simplesmente esmagam facilmente todos os tipos de males que estavam pelo corpo dele.

- Peraí, como isso pode ser em tempo real? Eu estou doente?

- Você nunca está. Esse Martini que você bebeu, ele tinha doses de vírus e amostras de doenças mortais que as probabilidades de sobrevivência ao contrair essas doenças é zero. Tipo Câncer, Aids, todas as hepatites, peste n***a, Varíola e outras.

Jack ficou com v*****e de vomitar.

- Coloquei um pouco de açúcar também, pro gosto não ficar tão amargo.

- O que você tá fazendo?!

- Mostrando que você é a salvação da humanidade.

Ela mudou o holograma de novo, mostrando o corpo inteiro de j**k, e todas as doenças que estavam tentando infectar ele foram dizimadas completamente.

- Fazem exatamente 1 minuto e 12 segundos desde que você tomou o Martini todo, e todas essas doenças já foram eliminadas pelo seu organismo. Você é a cura perfeita, j**k.

Ele ficou um pouco atordoado.

- Nem se quer você sentiu nada, nunca saberia que tinha essas amostras se eu não tivesse te falado.

- Isso... é loucura.

- A partir do seu sangue, nós podemos criar a vacina definitiva para todas as doenças. A expectativa de vida humana aumentaria pra uns 170 anos!

- Como você pretende fazer isso?

- O sangue Armstrong por si só é inofensivo para qualquer um, mas banhado a raios UV em uma certa intensidade, ele se torna muito mais poderoso, e aplicado da maneira certa, ele se torna um agente potencializador, que pode aprimorar permanentemente o organismo daquele que o recebe.

Jack fica pensativo.

- Muitas pessoas boas seriam poupadas da dor e da morte. Nenhuma doença nunca mais vai m***r pessoas tão boas de forma tão fria, pessoas boas, conforme Margareth Armstrong era.

Jack sente essa, Molly se aproxima dele e diz:

- Você aceita, j**k? Se aceitar, nós coletaremos um pouco do seu sangue hoje, e em alguns meses nós já teremos a vacina desenvolvida e pronta para distribuir ao mundo.

Jack fica muito pensativo.

- Isso poderia fazer mais diferença do que ficar doando milhões inutilmente, achando que isso vai resolver alguma coisa.

Ele olha as imagens das pessoas doentes no holograma pelo ar, então ele junta toda a força dentro de si e responde:

- Não.

Molly fica surpresa.

- Você disse não?

- É isso aí, eu não quero.

- Eu não estou entendendo, pode me explicar?

- Essa história de sangue Armstrong e raios UV custou a vida da minha mãe. Meu pai, Willard Piwbrins, fez a mesma coisa que você está sugerindo, e isso transformou ele em um lobisomem de seis metros e ensandecido, ele ficou completamente fora de controle.

- Willard teve uma overdose, ele ficou viciado na sensação de força, por isso ele acabou perdendo o controle.

- Imagine isso em uma escala mundial.

- Isso não vai acontecer.

- Como você garante isso?

- Nós vamos aplicar a dosagem certa, só o suficiente para imunizar cada pessoa.

Jack ri, então ele responde:

- Meu tio é o Presidente da maior corporação do planeta, pode parecer que não, mas eu sei bem como funciona esse esquema político, por causa dele. Quanto tempo você acha que vai levar até uma guerra começar por causa dessa sua vacina milagrosa?

- A C.I.R.C.E é uma organização independente de qualquer país.

- Todos são, no início.

- Vocês preferem apostar a vida de 7 bilhões de pessoas nisso?!

- Eu sou muitas coisas, diretora. Principalmente irresponsável, mas não a esse ponto. Tem coisas com as quais eu me importo nesse mundo, e eu não quero que elas sofram mais por minha causa. Além do mais, tem muita gente mega inteligente por aí, com certeza vocês vão achar outra solução.

Molly fica pensativa.

- Essa é a minha decisão, Diretora.

Molly vai andando devagar até a mesa, e se senta sobre ela, então olha para j**k e diz:

- Muito bem, j**k. Respeito sua decisão.

Ele acenou com a cabeça.

- Agradeço por ter cedido a nós um pouco do seu tempo. Como forma de agradecimento, eu tenho uma informação para dividir com você que com certeza é de seu interesse.

- Estou ouvindo.

- Temos a localização exata de Willard Piwbrins.

A expressão de j**k mudou drasticamente, e ele ficou muito sério.