O jantar

1647 Words
- Tudo bem? - perguntou Parker assim que sai da cozinha. - Tudo - falei tranquila. - vamos aonde? - Kyera e Matthew conseguiram com uma testemunha a descrição de um suspeito. Localizamos e não fica longe daqui onde ele mora, o chefe pediu pra irmos buscar ele. - Tudo bem. - falei me virando, mas Parker ficou parado. - O que foi? - O que tem nessa pasta? - perguntou olhando para a mesma e foi só quando ele falou, que lembrei que ainda estava com ela. - Isso não é hora Parker - fui até minha mesa e guardei na gaveta. Jesse fico observando o que eu estava fazendo - Outro momento eu conto a você. - falei ao Parker. - Odeio você Apenas ri e descemos, nos trajamos com p******o e entramos no carro. Segui os carros da frente e conseguia ver, sentir toda a ansiedade do Parker em querer saber o que tinha pasta. Não dava para falar, pois nossos comunicadores estavam todos ligados, e o que eu disse, o pessoal ouviria e não podíamos simplesmente desligar. Chegamos na casa e eles desceram primeiro, Parker e eu fomos para os fundos da casa, não tinha movimentação alguma na casa. Passei a informação pelo rádio e entrei quando vimos que a porta estava aberta. - não entrem - gritei quando vi as bombas plantadas no quarto ao lado e ouvi o clique quando pisei no assoalho. - O que houve? - perguntou Parker assustado. - Bomba - falei trêmula e ele me olhou apavorado. - Quantas? - Não sei, o quarto ao lado está cheia e acho que no chão da casa também. - Não se mexa - disse Parker e eu a encarei irônica. Ele saiu correndo sumindo do meu campo de visão. Fiquei calma e tentando controlar a respiração. Tudo bem que passei por inúmeras explosões na minha carreira, tanto no exército, como na CIA e no FBI, mas nunca me acostumava com a ideia de ter uma preste a explodir sob meus pés. - Alice - olhei a janela e vi Jesse preocupado, Jessica demonstrava a mesma apreensão. - Eu tô bem - respondi forçando um sorriso. - O que consegue ver? - perguntou Jessica. - O quarto ao lado está lotado de bomba e assim que pisei, ouvi o clique de um acionador. Não sei se tem temporizador ou se eu tirar meu pé explode. - olhei rápido para o corredor e tinha minha sangue. - tem sangue no chão. - Parker está procurando algo no sistema que nos fale sobre o dono da casa. - disse Jesse e eu assenti. - Um de você consegue entrar em baixo da casa? - Jessica assentiu e se abaixou. - Consegue uma lanterna? - perguntei a Jesse. - Aqui - foi até a porta por onde entrei e se esticou para entregar a lanterna. Liguei e analisei o chão, dava para ver as partes mais gastas do assoalho, se fosse a casa de um maniaco por bombas, claro que saberia onde pisar. - Você não está sob uma bomba - disse Jessica da janela. - tem várias embaixo da casa, mas se souber onde pisar, consegue sair. - prosseguiu aflita e eu assenti. - Melhor esperar o esquadrão - disse Jesse. Usei a lanterna para ver as partes em que o assoalho estava gasto, com calma me mexi e dei o primeiro passo, mais dois e estaria na porta, quando basicamente me joguei no gramado. Jesse me ajudou a levantar e voltamos para frente. - Você saiu sem explodir nada? - disse Parker um pouco chocado. Bastou ele levantar para que houvesse uma explosão na casa. Fui arremessada contra o carro. - Porque você tinha que falar - falei fazendo uma cara de dor, Parker tinha caído para dentro do carro. - Acho melhor nem falar mais nada - disse Parker. Jesse e Jessica tinham caído no chão e se levantaram. - O que descobriu? - perguntei. - Nada, a casa está no nome de uma pessoa que morreu anos atrás, não tinha nenhum parente. - Poderia ter um perdido? - perguntou Jessica e Parker negou. - O cara era sozinho. - resmungou Parker. - Haward mandou voltarmos, disse que o FBI tá tomando o caso. - Odeio quando fazem isso - falei e todos me encararam. - eu sei, mas nunca fiz isso. Guardamos as coisas e fomos para delegacia de volta, o FBI já saia com as caixas de provas que tínhamos juntado, Haward estava na sala gritando com alguém no telefone. Fui até minha mesa e estava toda revirada, inclusive a pasta que meu pai tinha deixado mais cedo estava jogada sob minha mesa. - então, vai me contar? - perguntou Parker pegando minha pasta antes de mim. - Parker. - falei firme. - Porque seus nomes foram apagados dos registros? - perguntou surpreso e eu o encarei. - Eu não sei. - ele me olhou duvidoso. - juro que não sei. Parker sei tanto quanto você. - Porque alguém faria isso? - Não sei, nunca me aconteceu isso. - Vai investigar? - balancei os ombros. - Shaw talvez consiga te ajudar. - Vou ligar. - Vou para casa ajudar May, vejo você lá, certo? - apenas assenti e ele saiu. Arrumei minha mesa e fui para casa, tomei um banho rápido e coloquei um jeans coleado, uma blusa soltinha e uma jaqueta, calcei coturnos e deixei os cabelos soltos. Cheguei na casa do Parker junto com Jessica e Jesse, por coincidência. May quem nos recebeu e Parker estava preparando o jantar. - Como foi até agora? - perguntei ao Parker. Ele cozinhava algo que cheirava muito bem, e eu estava bebendo um vinho. - Talvez seja possível que ela não fale a respeito, não me perguntou nada até agora. - forcei um sorriso. - Sinto muito - falei baixo. - Aliás, falei com Shaw e ele disse que não sabe quem mexeu nos meus arquivos. - E agora? - perguntou curioso. - Ele disse que ia ver o que conseguia. Mas não sei, parece ser coisa de gente num nível, hierarquicamente, bem mais alto que ele ou qualquer conhecido que ele possa ter. - Acha que planejam algo para você? - Da última vez, eu sai de vez da agência. Shaw sabe disso e providenciou meu desligamento. - Mas isso nem sempre é para sempre. - Sim, mas não iriam me querer tão cedo, não depois de tudo. Eu realmente não sei o que esperar. - falei dando um gole no vinho. - Alice, vem cá. Quero te mostrar uma coisa. - disse May sorridente e eu fui até ela. Subimos para o segundo andar, passamos por um quarto fechado e o em seguida era das meninas. Era tão fofo, tons pastéis, diversos brinquedos organizados, uma mini cabana no cantinho. Seguimos para o quarto no final do corredor, com certeza era o dela e do Parker. Estava perfeitamente arrumado, era um quarto comum para casal, mais bem organizado, tinha banheiro exclusivo e closet. Tinha fotos na cômoda ao lado da porta, reconheci a Gen em uma delas. - Ela me mandou isso - disse May esticando o braço com uma carta em mãos e eu a encarei. - Gen. - O que é isso? - perguntei curiosa e ela sorriu. - Eu não abri, Gen pediu para que eu entregasse a você. Vimos ela no mês passado, vai se formar ao final do ano. - peguei a carta de sua mão e sorri. - Fico muito feliz por ela - sorri. - Alice eu sei que você não é muito de se abrir e que você e Parker são muitos próximos, como amigos claro - forcei um sorriso. - sei que não vou arrancar de nenhum de você o que realmente aconteceu naqueles dias que sumiram, mas só peço que cuide dele, Parker é tudo para mim e para as meninas, precisamos dele. - May eu jamais deixaria que algo r**m acontecesse com ele. Tem minha palavra. - ela me abraçou e eu retribui. - Obrigado. - Não precisa agradecer, Parker é um amigo incrível, é família, vocês todos são. Portanto, sempre irei fazer de tudo para protegê-los. Ela sorriu tranquila e nós descemos. Parker e Jesse rapidamente fixaram seus olhos na carta de Gen que ainda estavam em minhas mãos. Coloquei no bolso interno da jaqueta e me sentei à mesa, já que estavam apenas nos esperando para iniciar o jantar. Conversamos muito durante o jantar, May contava algumas coisas sobre Jesse e Parker, em algumas histórias Jessica estava incluída também. Foi uma das primeiras vezes que me senti em casa, senti estar em família, rodeada de amigos e pessoas que eu amava, que se importavam comigo. Saímos bem tarde da casa do Parker, fui direto pra casa, pois estava exausta. Ao tirar a jaqueta, a carta da Gen caiu e eu resolvi abrir. “Detetive Alice, nunca tive a oportunidade de agradecer o que fez por mim. Graças a você e seu empenho no meu caso eu pude retornar a minha antiga vida, voltar a faculdade e vou me formar em poucos meses. Gostaria que você também estivesse presente neste dia que será tão especial pra mim, quanto ao momento em que você entrou naquele quarto de hospital e me prometeu que ficaria segura. Tio Parker e Tia May sempre dizem que você cumpre suas promessas, e eu acredito nisso. Você me prometeu uma única coisa e cumpriu, serei eternamente grata à você por isso. Minha formatura será na Universidade de Nova Iorque, espero que esteja lá. Com carinho, Gen.” O caso da Gen tinha mexido muito comigo, ela havia perdido anos da vida, de uma forma injusta e h******l. Era muito bom ver como ela tinha superado tudo isso, retomado a vida e está se tornando o queria ser, uma médica como a tia.
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