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1101 Words
Ainda faltam alguns dias pra gente ir e eu decidi que ela também deveria dizer lugares (que estão perto dos que vamos) para não ser como na cafeteria. Eu escolho sozinho e ela não gosta do que tem lá. Calhou da gente se ver daqui a pouco na praça aqui em frente ao meu apartamento. Estou morando sozinho faz alguns meses e tô gostando da vizinhança, tudo é tranquilo, bem movimentado e todo mundo é legal. Tem essa espécie de parque/praça aqui na frente onde eu vou tomar um ar quando não tem nada para fazer. Tomei um banho e me arrumei. Pela primeira vez nesses meses sem ajuda de pai e mãe, eu não perdi minha chave. Realmente, estou crescendo. Chamei o elevador e desci. Cheguei primeiro que ela, o que não é um absurdo já que moro literalmente aqui na frente. Não deveria me orgulhar disso. Dessa vez estou muito mais a v*****e, de bermuda e chinelo e óbvio, uma camisa.. azul porque é minha cor favorita. Trouxe dinheiro pra nossa casquinha e talvez ela não recuse já que está muito quente. Ela chegou. Estamos com a camisa da mesma cor e tivemos a mesma reação, olhamos um para a camisa do outro e rimos. Dessa vez eu dei um abraço rápido nela, o que deixou ela vermelha e assim, eu também deveria estar já que meu rosto ficou um pouco quente. Estou rindo internamente disso! – Se fosse pra combinar a camisa mesmo, não daria certo – falei para quebrar o gelo – Sim, mas você que está me imitando – ela riu – Meu Deus, você me descobriu tão rápido – falei com voz de assustado e ela continuou rindo – Como você está? – ela perguntou enquanto entravamos no parque – Estou com calor e você? – Com muito calor, mas o dia está bonito, tem passarinhos cantando e crianças correndo por aí. – ela deu um sorriso de canto – Devo concordar com você.. a luz está ótima! Deveria ter pegado minha câmera – não me dou um descanso também – Hoje você está de folga, pense assim. – assenti com a cabeça e continuamos a andar Achamos um lugar tranquilo para conversar e sentamos no chão mesmo, rimos bastante de um menino correndo de um cachorro e por um momento eu até pensei que o cachorro estava atacando ele, mas era uma brincadeira dos dois. Falamos um pouco do parque e de como ele era movimentado, descobri que ela ia se mudar para essa rua, mas como foi demitida, teve que cancelar tudo. Fiquei triste por ela até ela me soltar uma frase que guardei comigo: – Eu tinha deixado a frustração me dominar nesses dias, mas entendi que quem deve dominar sou eu. As coisas dão errado e isso é normal, a gente só n******e se a****r né? – ela virou para mim – Profundo e verdadeiro.. – falei olhando para qualquer lugar – eu penso sempre que tudo tem seu tempo, as vezes só não estamos prontos. Vai que você morando sozinha agora, queima uma lâmpada, não consegue trocar e vive no apartamento sem luz pra sempre – ri e virei para ela como ela tinha feito antes comigo – Seria péssimo, mas acho que sei trocar uma lâmpada! Talvez eu poderia passar um pouco de fome ou ficaria doente só por comer muita comida congelada! – ela não conseguiu ficar por muito tempo me olhando – Você não é boa na cozinha? – voltei a olhar para qualquer lugar – Um desastre! Nem fritar um ovo eu sei. – riu dela mesma – Tá vendo? Pra tudo tem um tempo! E me diz, pensou no que te falei? – deitei na grama e coloquei o braço nos olhos – Pensei sim, mas eu não acho que eu tenha algum lugar para acrescentar. Seu roteiro está tão legal e eu não viajo muito, então não sei quais lugares são legais, mas pensei e que tal eu escolher um dos lugares que vamos ficar? – percebi que ela estava me olhando para ver minha reação e eu sorri – Por mim, tudo bem. Mas como já te falei, em todos esses lugares eu tenho meus contatos e eles aceitaram me emprestar as casas por alguns dias, mas no último destino onde te mostrei, na praia. Não tenho contatos, você pode procurar e me mandar – ela ainda estava com os olhos fixos em mim – Contatos? Que contatos? Desculpa perguntar, mas são confiáveis né? – tinha preocupação na voz dela, será que ela pensa que sou um doido? Não a culpo, esse mundo é complicado – Meus contatos.. bom.. são meus tios – dei um sorriso – fiz o roteiro todo pensando nos lugares onde passo minhas férias e onde sei que não vou gastar com aluguel. Você está preocupada com isso, né? – Um pouco. – tirei o braço dos meus olhos e ela desviou o olhar rápido – Tudo bem você ficar. – ri sem dentes pra ela – antes de te conhecer eu estava pensando que você poderia ser uma maluca e que poderia entrar numa fria com isso. Mas eu te prometo de dedinho – levantei meu dedinho – que não sou doido e vou fazer de tudo para que você volte sã e salva! Se você quiser, podemos tirar fotos por aqui mesmo, sem problemas – Não, não precisa. Eu acho que vou confiar em você. – ficamos em silêncio por segundos e ela levantou o dedinho dela – eu levo a promessa de dedinho muito a sério. – Eu também– selamos nosso contrato de confiança com os dedinhos Fui comparar duas casquinhas e ela pensa igual a mim. Sorvete de chocolate não é bom, o de morango vence! Conversamos muito sobre tudo, por fim ela achou uma cabana na praia que eu tinha escolhido. Nós dois amamos a mesma e reservamos, não vamos ficar muito tempo viajando também, não sou um doido! A maioria das fotos vai ser por lugares em nossa cidade e vamos ficar só um mês por aí. Ainda bem que restringi o sorteio a pessoas da minha cidade e ainda sim consegui muitos seguidores e bastante interação no post. O que me fez muito bem. Estamos indo embora e eu decidi levar ela em casa já que por minha culpa ela está aqui e anoiteceu. Ela mora há 15 minutos daqui andando e uns 7 de carro. Ela estava em casa e eu fui para a minha. E contei meu dia mais uma vez ao meu caderno. Um dia bem legal.
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