A noite avançou devagar, como se o tempo estivesse congelado naquela caverna. O vento lá fora soprava mais forte, cortante, e cada rajada fazia o corpo de Isabela se encolher mais. Os braços estavam em volta das pernas dobradas, e os dentes batiam de leve quando ela respirava. Não fazia ideia de quantas horas haviam se passado desde que Kael sumira nas sombras. O calor que ele deixara em sua pele agora era só lembrança. E junto com o frio veio a fome, a irritação, a frustração. Tudo de uma vez. Impulso estava deitado ao lado dela, largado no chão como se estivesse em transe. O brilho das escamas ainda pulsava em tons azulados, mas os olhos estavam semicerrados. A criatura parecia tão útil quanto uma pedra. Isabela olhou para ele e resmungou: — Você não serve pra nada, né? O dragãozi

