Olho entre eles, a preocupação deles me dominando. A pequena sala de exames de repente parece sufocante, seus corpos muito próximos, suas vozes muito altas. Respiro fundo, lutando contra a vontade de fugir.
"Olha, eu aprecio sua preocupação, mas vocês estão sendo ridículos", eu digo, minha voz tensa. "É um ferimento leve. Estou bem. Podemos, por favor, voltar para casa?"
Mas eles parecem não me ouvir. Chase e Grayson estão falando um com o outro sobre consultas especializadas e potenciais processos judiciais. As paredes parecem estar se fechando, e eu preciso desesperadamente de um pouco de ar.
"Preciso de espaço", murmuro, mas minhas palavras se perdem em meio à conversa preocupada deles.
Fecho os olhos, tentando me centrar. Como uma simples mordida de cachorro se transformou em tamanho caos? E por que eles se importam tanto? Não faz sentido, e a confusão só aumenta meu crescente desconforto.
Finalmente voltamos para casa, e estou pronto para cair na cama e esquecer toda essa provação. Mas quando passamos pela porta, sou atingido por outra surpresa.
"Juniper?", eu digo abruptamente, vendo-a parada no saguão. "O que você está fazendo aqui?"
Ela sorri, mas não alcança seus olhos. "Ouvi sobre o acidente. Queria ter certeza de que estava tudo bem."
Eu engulo um comentário sarcástico. Claro que ela fez isso. Definitivamente sou eu com quem ela está preocupada — não. Antes que eu possa responder, Douglas aparece, sua sobrancelha erguida enquanto ele observa a cena.
"Sra. Carter", ele diz, seu tom cortante. "Que... atencioso da sua parte aparecer sem avisar. Eu não sabia que estávamos esperando convidados. Devo dizer que sua discrição é impressionante — pode-se até chamar de alarmante. Como você conseguiu entrar sem que eu percebesse?"
O sorriso de Juniper vacila levemente. "Oh, eu só pensei—"
"Claramente. Pensar parece ser seu forte", Douglas interrompe suavemente. Seus olhos se voltam para mim, suavizando. "Senhorita Tessa, vamos levá-la para cima antes que esta noite se torne mais... teatral."
Grayson dá um passo à frente. "Eu posso ajudá-la—"
"Isso não será necessário", Douglas diz firmemente. "Acredito que a Srta. Tessa poderia usar um pouco de paz e sossego depois de toda essa excitação. Espero que você se ocupe heroicamente em outro lugar."
Eu vislumbro o rosto de Juniper enquanto Douglas me guia em direção às escadas. Seus lábios estão tão franzidos que é de se admirar que ela não assobie. Pela primeira vez, estou feliz que Douglas não tolera tolos — ou caçadores de atenção.
"Obrigado", murmuro enquanto subimos os degraus, deixando o circo para trás.
Ao chegarmos ao topo da escada, soltei um suspiro profundo que não percebi que estava segurando. A presença firme de Douglas ao meu lado é reconfortante, um contraste gritante com a preocupação esmagadora — e desnecessária — lá embaixo.
"Obrigada, Douglas", digo suavemente, me apoiando na parede. "Acho que não conseguiria lidar com mais um minuto... disso."
Ele inclina a cabeça, seu tom seco. "Compreensível. Até as almas mais resistentes têm seus limites quando se trata de melodrama." Ele suspira. "Eles têm boas intenções, Srta. Tessa. Mas estava claro que você estava desconfortável com toda essa confusão."
Eu rio, mas sai mais como um soluço sufocado. "É tão óbvio assim?"
"Só para qualquer um com pulso", ele responde com um leve sorriso. "Infelizmente, isso reduz consideravelmente a lista. Os garotos parecem mais inclinados a realizar a preocupação do que praticá-la."
Enquanto caminhamos em direção ao meu quarto, sou atingido por uma percepção repentina e triste. Meu confidente mais próximo no momento é um homem velho o suficiente para ser meu avô. Eu expresso esse pensamento antes que eu possa me conter.
"É meio patético, não é? Que o antigo gerente da casa de Grayson é o único que parece me entender."
Douglas para, virando-se para mim com uma sobrancelha erguida. "Prefiro o termo 'experiente', se não se importa. E não há nada triste em ter padrões de conexão, Srta. Tessa. Algumas pessoas simplesmente não valem a dor de cabeça — não importa a idade."
Suas palavras me aquecem, e consigo dar um sorriso genuíno. "Você está certo. Obrigada, Douglas. Por tudo."
Ele assente, abrindo a porta do meu quarto. "É para isso que estou aqui", ele diz, parando apenas o tempo suficiente para acrescentar, "E se a Sra. Carter ainda estiver lá embaixo quando você estiver descansada e pronta para voltar, eu vou garantir que ela tenha uma epifania sobre a permanência além do tempo permitido. Alguns podem chamar isso de milagre."
Com isso, ele se afasta, deixando-me imaginando que caos Juniper pode estar preparando lá embaixo. Seja o que for, confio que Douglas lidará com isso com a mesma precisão discreta que ele empunha como um bisturi.
Tessa
Agarro a borda do balcão da cozinha, tentando estabilizar meus pensamentos acelerados. O mármore frio sob meus dedos me aterra, mas apenas por um momento. A casa parece sufocante, como se as paredes estivessem se fechando.