Capítulo. 34

626 Words
Grayson passa rapidamente, pasta na mão. "Tenha um bom dia, Tessa", ele diz com um aceno de cabeça, seu eu estoico de sempre mais uma vez. Eu consigo dar um sorriso fraco. "Você também." Assim que ele sai pela porta, eu exalo. Pelo menos as coisas com Grayson e Cole voltaram a alguma aparência de normalidade. Mas então tem Chase... "Bom dia, linda." Sua voz me faz pular. Chase aparece na porta, todo o cabelo desgrenhado de quem acabou de acordar e um sorriso fácil. "Fiz um café para você." Ele coloca uma caneca fumegante no balcão na minha frente, o aroma rico ondulando pelo ar. É tentador — conforto em uma xícara — mas não consigo me obrigar a aceitar. "Obrigado, mas estou bem", murmuro, afastando a caneca. O sorriso de Chase vacila, preocupação franzindo sua testa. "Você está bem? Você parece um pouco... estranho." Ele se aproxima, hesitante, mas determinado. "Estou bem", insisto, recuando instintivamente. "Sério." Chase franze a testa. "Tem certeza? Você parece tenso." Ele se aproxima, estendendo a mão para esfregar meus ombros. Eu recuo para longe do seu toque. "Tenho certeza. Só... não." "Vamos, Kitten. Fale comigo." Seus olhos de cachorrinho são demais para aguentar. "Não há nada para conversar", eu retruco, mais dura do que o pretendido. Chase recua um pouco, mágoa piscando em seu rosto. "Só estou tentando ajudar." Ele me estuda por um momento, sua expressão normalmente tranquila nublada com preocupação. "Tessa, você não precisa continuar afastando todo mundo. Deixe-me ajudar. Você passou por muita coisa—" "Chase, pare", eu o interrompi, mais bruscamente do que pretendia. Seu rosto cai, a dor transparece em suas feições. "Só estou tentando estar aqui por você. Se você me deixar." A seriedade em sua voz faz meu peito apertar. Não duvido da sinceridade dele, mas a intensidade da preocupação dele é sufocante. Preciso de espaço — espaço para pensar, respirar, descobrir o que diabos estou fazendo. "Eu sei que você tem boas intenções", eu digo, mais suavemente dessa vez. "Mas eu só... eu preciso de um tempo sozinha." Antes que ele possa responder, passo por ele e vou para a segurança do meu quarto. Ao fechar a porta atrás de mim, vislumbro a expressão desanimada de Chase. Uma pontada de culpa me atinge, mas a afasto. Isto é para o melhor, digo a mim mesmo. Não posso deixar ninguém chegar muito perto. De novo, não. Eu me jogo na cama, olhando para o teto enquanto minha mente corre. Lulu se enrola contra o meu lado e eu distraidamente corro meus dedos por seu pelo macio. Zeus entra no quarto, suas unhas estalando no piso de madeira. Ele descansa a cabeça na beirada do colchão, olhando para mim com aqueles olhos castanhos cheios de alma. Eu me levanto e fecho minha porta. Não preciso de mais nenhuma visita entrando. "Pelo menos você está progredindo, amigo", murmuro, coçando atrás de suas orelhas. Zeus solta um suspiro satisfeito, e não consigo deixar de sorrir. "Três semanas atrás, você nem me deixava chegar perto de você, nem conseguia entrar em casa sem causar estragos. Agora olhe para nós." O r**o do pastor alemão balança lentamente, e sinto uma pontada no peito. Eu me afeiçoei a Zeus, mas não consigo esquecer por que estou aqui. "Mais uma semana", lembro a mim mesmo em voz alta. "Então estou fora daqui. Sem apegos, sem complicações." Uma batida suave na porta interrompe meus pensamentos. "Kitten?", a voz de Chase chama. "Podemos conversar?" Eu gemo internamente. "Agora não, Chase." "Por favor?" ele insiste. "Só por um minuto." Com um suspiro, deslizo para fora da cama e abro a porta. Chase está ali, parecendo estranhamente nervoso, com as mãos enfiadas fundo nos bolsos. "O que foi?", pergunto, cruzando os braços.
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