Reviro os olhos, adotando minha melhor cara de biquinho. "Vocês estão todos sendo bebês. É perfeitamente seguro!"
Grayson cruza os braços, parecendo um homem de negócios severo. "Chase, isso é ridículo. Estamos indo embora."
"Não!", declaro, agarrando a mão de Tessa e puxando-a em direção à entrada. "Nós estamos fazendo isso. Não negociável, lembra?"
Conforme nos aproximamos da porta, posso sentir a resistência no braço de Tessa. Viro-me para encará-los, minha expressão suavizando. "Olha, eu prometo que não é o que você pensa. Confie em mim, ok?"
Há um momento de hesitação, e eu prendo a respiração. Finalmente, Grayson suspira. "Tudo bem. Mas se eu morrer, vou te assombrar pela eternidade."
Eu rio, alívio me inundando. "Fechado! Agora vamos, seus grandes medrosos."
Ao entrarmos, vejo seus rostos se transformarem de medo para confusão. Em vez de paraquedas e aviões, eles são recebidos pela visão de um enorme túnel de vento.
"Bem-vindo ao paraquedismo indoor!", anuncio, incapaz de esconder a excitação da minha voz. "Toda a emoção, nada de altitude."
O alívio em seus rostos é palpável, e não consigo deixar de rir. Nós nos vestimos, e eu observo a apreensão inicial de Tessa se transformar em curiosidade. Seus olhos brilham enquanto ela ouve a explicação do instrutor, seus dedos mexendo no zíper de seu traje de voo.
"Pronta?", pergunto, cutucando-a gentilmente.
Ela olha para mim, com um indício de sorriso brincando em seus lábios. "Como sempre serei, eu acho."
Um por um, nos revezamos no túnel de vento. Cole vai primeiro, seu comportamento estoico usual estalando enquanto ele solta um grito de alegria. Grayson segue, seus movimentos rígidos no início, mas gradualmente relaxando na experiência.
Então é a vez de Tessa. Quando ela entra no túnel, eu me pego prendendo a respiração. O vento a pega, levantando-a do chão, e por um momento, ela parece aterrorizada. Mas então algo muda. Seu rosto se abre em um sorriso genuíno, o riso borbulhando em seu peito enquanto ela flutua.
"Olha você aí!", grito, incapaz de esconder o sorriso do rosto.
Enquanto a observo, sinto um aperto estranho no peito. Há uma leveza nela que eu nunca vi antes. Ela acha que esconde isso, mas às vezes eu capto vislumbres de algo mais escuro. Uma sombra que voa pelo seu rosto quando ela acha que ninguém está olhando.
Eu queria não reconhecer, mas reconheço. É a mesma sombra que vi nos olhos de Cole quando ele pensa no passado, nos de Grayson quando ele pensa em sua falecida esposa. É uma escuridão familiar, que fala de dor passada e segredos cuidadosamente guardados.
Enquanto Tessa termina sua vez, saindo cambaleando do túnel com o cabelo desgrenhado pelo vento e bochechas coradas, sou atingido por uma percepção repentina. Quero conhecê-la — realmente conhecê-la. Não apenas o exterior sarcástico e duro que ela mostra ao mundo, mas a pessoa por baixo. Aquela que ri livremente em um túnel de vento.
Reúno Cole e Grayson, a adrenalina da nossa aventura ainda zumbindo em nossas veias. Tessa foi se refrescar, nos dando um momento a sós.
"Vamos tomar uma bebida", sugiro, acenando em direção ao bar. Porque nada diz mais sanidade do que beber e saltar de paraquedas indoor. "Só nós, garotos."
Eles trocam um olhar, mas me seguem sem protestar. O bar é bem iluminado, todo cromado e couro vermelho. Nós nos acomodamos em uma mesa de canto, tomando nossas bebidas.
"Tudo bem, Chase", Grayson diz, seus penetrantes olhos azuis fixos em mim. "O que está em sua mente?"
Tomo um gole do meu uísque, deixando a queimadura me moer. "Eu estive pensando sobre nós. Sobre Tessa. Sobre... tudo."
Cole se inclina para frente, com a testa franzida. "O que você quer dizer?"
"Quer dizer", eu paro, procurando pelas palavras certas, "nós passamos por muita coisa juntos. Mas ultimamente, parece que estamos nos afastando."
O silêncio que se segue é pesado. Posso ver a culpa nos olhos de Grayson, a tensão nos ombros de Cole.
"Eu sei que normalmente não sou a pessoa que fica tão profunda e significativa", continuo, "mas sinto falta de nós. E eu acho... eu acho que Tessa pode ser boa para nós. Se a deixarmos entrar."
A mão de Grayson aperta seu copo. "Chase, você sabe que não é tão simples assim."
"Não é?" Eu desafio, sentindo uma rara onda de frustração. "Estamos todos carregando nossa própria bagagem. Mas talvez seja hora de pararmos de deixar que isso nos defina."
“Ela é temporária, Chase. O contrato dela é só por um mês. E ela já está nisso há duas semanas.”
"Ela não é temporária. Não para mim."