Capítulo. 16

757 Words
Seus olhos fundos se estreitam enquanto eles alternam entre Chase e eu. O ar parece pesado com tensão enquanto a voz baixa e perigosa de Cole corta o silêncio. "O que diabos está acontecendo?" Abro a boca para responder, mas as palavras ficam presas na minha garganta. A presença imponente de Cole me faz sentir pequena, e eu odeio isso. Nunca fui de recuar de uma briga, mas algo em seu olhar intenso me faz querer recuar. Em vez disso, endireito meus ombros e encontro seus olhos. "Nada que lhe diga respeito", digo, minha voz mais firme do que me sinto. Tento evitá-lo, mas ele não se move. "Não parece nada", Cole rosna, seu olhar agora fixo em Chase. Sinto uma pontada de indignação. Claro que ele presumiria que era culpa do Chase. Como se eu não fosse capaz de ter meus próprios problemas. Cerro os punhos, as unhas cravando nas palmas das mãos. A vontade de atacar é avassaladora, mas mordo a língua. Esses caras não merecem ver o quanto estão me irritando. "Não é nada", eu rosno, empurrando Cole para passar. Sua colônia — amadeirada e picante — preenche meus sentidos por um breve momento. Eu afasto a vibração indesejada em meu estômago. Enquanto corro em direção às escadas, minha mente corre. Cada fibra do meu ser está gritando para eu pegar minhas coisas e sair correndo. Esses homens irritantes, com seu drama movido a testosterona e instintos de proteção deslocados, estão me deixando louca. Mas então a realidade desaba. As contas se acumulando. A falta de um lar. A referência que eu preciso desesperadamente. Os animais que dependem de mim. Eu paro no pé da escada, respirando fundo. Não posso deixá-los vencer. Não vou. "Kitten, por favor," a voz de Chase flutua, tingida de arrependimento. "Podemos apenas conversar sobre isso?" Eu me viro, encarando os dois. Os braços de Cole estão cruzados, seu maxilar está rígido. Chase parece um cachorrinho chutado. "Não há nada para falar", eu digo, forçando minha voz a permanecer calma. "Agora, se me der licença, tenho trabalho a fazer." Enquanto subo as escadas, juro silenciosamente não deixar esses homens — ou meu próprio orgulho — arruinarem essa oportunidade. Já enfrentei coisas piores. Eu posso lidar com isso. Assim que chego ao meu quarto, fecho a porta atrás de mim, me encostando nela com um suspiro pesado. A tensão em meus ombros alivia um pouco quando vejo Lulu enrolada na minha cama. "Ei, garota", eu sussurro, com a voz um pouco embargada. O r**o de Lulu bate contra o edredom quando me aproximo. Afundo na cama, enterrando meus dedos em seu pelo macio. O calor familiar de seu corpo contra o meu age como um bálsamo para meus nervos desgastados. "O que estou fazendo aqui, Lu?", murmuro, coçando atrás de suas orelhas. "Esses caras estão me deixando louca." Lulu responde com uma lambida gentil na minha mão, seus olhos escuros cheios de amor incondicional. Não consigo deixar de sorrir, sentindo um pouco da minha frustração derreter. "Você está certa", eu digo, dando-lhe um último tapinha. "Não adianta ficar se lamentando. Temos trabalho a fazer." Eu me levanto, pegando a coleira de Lulu da cômoda. "Pronta para uma caminhada, garota? E talvez possamos progredir mais com Zeus." À menção de uma caminhada, o corpo inteiro de Lulu se agita de excitação. Eu prendo sua coleira, respirando fundo para me preparar para o que quer que esteja me esperando lá embaixo. "Tudo bem, Lu. Vamos lá." Conforme descemos as escadas, fico aliviado ao encontrar o saguão vazio. Nenhum sinal de Chase ou Cole. Pequenas misericórdias, suponho. Saímos, o ar fresco me ajudando a clarear a cabeça. O canil de Zeus aparece, e vejo seu r**o começar a abanar cautelosamente conforme nos aproximamos. Meu coração dói por ele, lembrando de tudo o que ele passou. "Ei, grandão", eu chamo suavemente, agachando-me perto do canil. "Que tal tentarmos algo novo hoje?" Eu desato a coleira de Lulu e a coloco de lado. Zeus nos observa atentamente, suas orelhas em pé para a frente. Eu ordeno que Lulu fique, então entro no canil com Zeus. A introdução precisa ser lenta. Ele pode ser agressivo com estranhos e não sei se isso se estende a outros cães. "Ok, Zeus. Vamos começar de forma simples", eu digo, minha voz calma e firme. "Sente-se." Para minha surpresa, Zeus obedece quase imediatamente, abaixando os quadris até o chão. Um sorriso puxa meus lábios. "Bom garoto!", exclamo, jogando um petisco para ele. Zeus o pega no ar, sua cauda ganhando velocidade.
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