Yolanda Narrando — Dios mío, dormí todo el día — murmurei baixinho, os olhos ainda embaçados. Acordei descansada como não me lembrava há meses. A cabeça não doía; o peso que vinha com o navio e com a viagem parecia ter evaporado. Levantei devagar, descalça, sentindo o chão frio sob os pés. O quarto estava na penumbra. Já era noite. Saí do quarto do meu amo com cuidado, o corpo ainda mole do sono. No corredor vi uma luz acesa e uma porta entreaberta. Cheguei devagar; pela vidraça do espelho vi o Falante ajeitando o cabelo. Ele se assustou quando me notou no reflexo e virou de repente. — Você não pode andar assim pela casa — disse, o tom meio nervoso, sem fazer alarde. Olhei para meu corpo, para a camiseta grande que ele me deu. A peça cobria, mas não escondia nada do que eu sentia: v

