Capítulo 1

1397 Words
Helena Macenna Dias Nasci em uma família cercada de amor: eu, meu pai, minha mãe e meu irmão, Bernardo, somos muito unidos. Sou Helena Macenna Dias, filha de Gustavo Dias e Ávila Macenna, sou morena clara, cabelos castanhos e olhos verdes. Tenho o sonho de ser estilista e me inscrevi para a faculdade de moda em Paris, possivelmente meus pais surtem com essa decisão, mas eu vou tentar realizar meus sonhos. Entretanto, minha mãe quer que eu siga sua carreira. Ela, junto com minhas tias, tem uma agência de modelos. Apesar de ter feito alguns trabalhos fotográficos, a passarela não é para mim, já a minha amiga Catarina, Cat para os íntimos, sonha com isso, apesar do tio Ben não querer. Estamos na agência, esperando minha mãe, pois terei algumas fotos para fazer. Nunca deixei que me fotografassem de rosto, pois sou muito tímida, mas já fiz vários trabalhos fotografando pé, mão e corpo, nada muito chamativo. — Filha, que bom que chegou, seus primos já estão prontos, só estava faltando você e a Cat, ainda bem que chegaram — tagarela a minha mãe, a supermodel Ávila Macenna. — Mãe, respira. Sempre que o tio Ben ou a tia Vivian mandam as novas coleções, é sempre o mesmo. Por falar na tia Vivian, ela é colaboradora da agência, assim como o tio Ben, porém nunca aparece. Quando ficou viúva, depois que o ex marido suicidou-se, ela voltou a casar com o Túlio, amigo do meu pai e do tio Sam. Seguimos para o estúdio, para fazermos as fotos e lá está o Vicente e o Bernardo que vem logo em minha direção. — Lena, a Cat veio com você? — Pergunta o meu irmão. — Sim, ela veio, mas isso não quer dizer que ela vai te dar bola. No mesmo instante a Cat entra, acompanhada da minha mãe, tia Mel e tia Ju. E ele fica babando, como sempre. Me afasto para que ela seja o centro das atenções, como ela pode gostar disso, fico observando ela fazer as poses e caras e bocas para ser fotografada. Logo depois chega a tia Ester, acompanhada da Eloise, vejo como o Vicente fica e ela não é diferente, porém o amor deles, apesar de ser correspondido, não é aceito nem pelo tio Sam, nem pelo tio Arthur. — Lena, como você está linda — fala a tia Ester, ao me ver. — E aí, já conversou com a Ávila? Me pergunta discretamente, pois ela sabe que me inscrevi para uma das escolas mais renomadas de moda em Paris realizar o meu sonho de ser estilista, mas minha mãe quer que eu siga a carreira dela e não sei como falar para ela que passei em primeiro lugar. — Ainda não, vou fazer este trabalho, para agradá-lá, e só assim terei coragem para falar. Inicio as fotos junto com o Vicente, é a campanha para o Dia dos Namorados e, aos olhos da minha mãe, eu e meu primo somos o casal perfeito. Ironia, não o vejo dessa forma e a Eloise não gosta muito da minha aproximação com o Vicente, pois minha mãe grita para os quatro cantos que somos lindos juntos. Amo o meu primo, mas não como homem, sinceramente eu ainda não tive uma pessoa para me tirar do eixo. A Cat tem o Igor, seu "namorado", ela esconde de todos, mas a maluquinha até já se entregou para ele. Queria encontrar alguém que me instigasse a fazer loucuras, mas acho que me apaixonar também não é para mim. Fotos feitas, seguimos para o escritório, onde terei coragem de falar para ela que vou estudar em Paris. — Mãe, posso falar com você por um minuto? — Falo, entrando em sua sala. — Pode, sim, temos tempo até o seu primo aparecer para continuarmos as fotos. Quando terminou as que tirou com você, ele sumiu, mas acredito que sei onde e o que ele está fazendo. Sorrio com seu comentário, pois sei muito bem do que ela está falando. Tiro minha carta de admissão da bolsa e coloquei sobre sua mesa. Ela pega, olha e, por fim, fala. — É isso que você quer, filha? — Pergunta. Eu confirmo. — Mãe, eu nunca quis estar a frente das passarelas, isso não é para mim, é para a Cat e para a Eloise. Eu não nasci para isso, além de que é muita pressão por ser filha da Ávila Macenna. — Filha, vem aqui — me aproximei, sentando no seu colo. — Sempre vou te apoiar e estar ao seu lado, independente das suas escolhas. Filha, mas tenho que lhe preparar para uma coisa, o seu pai não vai ficar nada feliz em ver a princesinha dele indo morar sozinha em Paris. Neste exato momento meu pai entra e me olha como se eu fosse um extraterrestre. — Como assim, a Helena vai morar em Paris? Ávila Macenna me explica isso direitinho. Explicamos tudo ao meu pai e ele aceitou, depois de um tempo explicando como será importante para mim — Filha, Paris é muito longe… — Eu sei papai, mas já tenho 18 anos e sei me cuidar. Eu te amo papai e lembro de todos os golpes que o senhor me ensinou. UMA SEMANA DEPOIS. Estou indo para França, realizar meu sonho de estudar moda e me tornar estilista. O tio Ben super me apoiou e o Bernardo me acompanhou, para de lá ele ir para Itália, onde ele irá estudar também, pois ele sonha em ser chef, e também vai correr em busca dos seus sonhos. Chego na França e estou simplesmente encantada com tudo, claro que já tinha vindo aqui, só que agora estou com um gostinho de liberdade. Entro no prédio onde minha família tem um apartamento e me instalo, minha mãe já tinha avisado a Maria, uma senhora que cuida do apartamento aqui em Paris, que eu chegaria e já está tudo arrumado. Como eu gosto de ter minha liberdade, dispenso ela falando que só precisa vir como antes, apenas para fazer a limpeza da casa. Ela fala que fará algumas comidas e deixará na geladeira, para que eu descanse quando chegar da faculdade. Hoje inicio as minhas aulas, estou um poço de ansiedade, me acordo, faço minha higiene, tomo meu café da manhã e sigo para a faculdade. Estou tão ansiosa, que nem consigo andar direito e acabo esbarrando em alguém, alguém não, uma muralha de tão alto e forte. — Desculpa, não te vi — fala ele, com uma voz grave, e a única coisa que vi, ao levantar meus olhos, foi o cara mais lindo que já se viu. — Eu, que estava com pressa e não te vi. — Pierre, você vem ou não? — Uma loira chama-o, cortando todo o magnetismo que se instalou entre nós e ele vai até ela. Vou para minha aula e tento por tudo esquecer aquele rapaz, nunca ninguém chamou minha atenção; a não ser o filho da tia Vivian, que, claro, me achava uma criança boba e eu era na época. Sempre ouvi a história dos meus pais e achava lindo, minha mãe e o meu pai se apaixonaram ainda jovens, assim como minha tia Mel e tio Sam. Eu nunca nem beijei, mas esse rapaz me fez sentir atraída por alguém pela primeira vez, após adulta. As aulas começam e, aos poucos, a imagem dele dá lugar a outras imagens, até que ele entra novamente em meu campo de visão. Agora eu sei que não tenho como fugir, pois ele é meu professor de desenho gráfico. Meu Deus, não tenho como fugir desses olhos. Vou até a reitoria, onde minha mãe com toda sua influência já preparou tudo e eu faço apenas um pedido. — Senhor Walter, eu não queria utilizar o sobrenome Macenna, muito menos ser chamada de Helena. — E como é que a senhorita quer conviver entre seus colegas e professores, sem que saibam seu nome? — Ele me pergunta. — Queria que me chamassem de Lena, Lena Dias. Quero mostrar meus verdadeiros talentos e não ser bajulada por ser filha de Ávila Macenna. — Lhe entendo perfeitamente, então bem-vinda, Lena Dias. Neste momento outro professor, também lindo, entra na sala do Reitor e ele pede que me apresente a faculdade. — Ian, mostre a faculdade a Lena Dias, ela é americana e está iniciando hoje.
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