A cantora mascarada

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Uma semana depois. Exatamente 26 de novembro de 2016, sábado.        

- Vamos, Mile, vai ser legal.

- Você só quer me arrastar para esse lugar porque a modelo aceitou sair com você e disse que tem uma amiga. Você quer me usar.

            As amigas estavam na casa da latina. Naquela tarde de sábado, Natalie tentava convencer a latina a irem a um famoso bar de Miami. A morena sempre vai e agora precisava de Camile, pois a tal modelo disse que sairia com ela se a morena conseguisse uma companhia para a sua amiga.

- Caramba, Mile, estou arranjando s**o para você e me trata desse jeito?

- E quem disse que eu quero s**o?

- Todo mundo quer s**o.

- Eu não.

- Não importa. Vamos, por favor. _ Ela estava realmente implorando.

- Ok, ok. Mas não prometo nada. Eu nem conheço essa garota.

- Diana disse que ela é legal. Seu nome é Katie.

- Eu vou em meu carro, porque quando der vontade eu venho embora.

- Como quiser, só preciso que você vá.

            Camile se joga em sua cama rendida. Mas ela tinha uma sensação estranha dentro de si. Apesar de não querer ir, algo lhe dizia que depois dessa noite nada mais seria igual. E bom, sabe-se bem o que aqueles olhos verdes e aquela voz faz com uma pessoa.

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- Isso não vai dar certo. Isso não vai dar certo. Isso não vai dar certo.

- Para de falar isso Lisa. _ Alana fala tentando maquiar a amiga. – E fique quieta.

- Como posso ficar calma? Esse lugar está cheio. Ah, meu Deus! Eu estou ferrada. Eu não vou conseguir. _ Lisa estava em pânico.

- Lembra do que combinamos, se não conseguir apenas saia do palco e venha para cá e tudo acaba.

- Mas meu pai precisa de mim.

- Sim, ele precisa. Mas antes de tudo você é filha dele.

- Tudo bem. _ A morena suspira. – Eu vou tentar.

            Ela m*l termina de falar e logo ver seu pai entrando no camarim. Esse que fora feito especialmente para Lisa, pois a morena queria evitar qualquer contato com outras pessoas que não fossem da sua família e Alana.

- Ei. Wow! Filha, você está linda. Você sempre é, mas está mais... Mulher. Eu deveria me preocupar com isso? _ Ele fala sorrindo.

- Pai, não piore a situação, eu já estou uma pilha de nervos. _ Ela suspira e o encara. – Eu quero que me perdoe se eu não conseguir, eu posso falhar e...

- Não fale isso. _ Enrico se aproxima de Lisa e a abraça. – Você nunca vai falhar comigo, se não conseguir, não se sinta m*l ou menos. Você é incrível e eu vou te amar cantando ou não.

- Eu te amo. _ Então eles se apertam mais.

- Está na hora Lisa. _ O homem diz beijando o topo da cabeça da filha.

- Ah, meu Deus! Espero que não estejamos cometendo o maior erro das nossas vidas.

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- O lugar é legal. – Katie diz tentando puxar assunto com Camile.

Elas estavam em uma mesa do bar dos Benson. Natalie e Diana saíram para buscar bebidas, mas a latina sabia bem o que a amiga estava fazendo. Ela tinha que concordar, a loira era de parar o trânsito. A ruiva ao seu lado também é linda, mas não faz o tipo de Camile, não que ela tenha um definido. Mas tem algo que sempre chama a atenção dela em uma mulher, timidez.

Isso a excita, pois ela se ver na posição de “professora”, de sedutora, de predadora. Não era cafajeste igual a Natalie, quando estava com uma pessoa, era apenas essa pessoa, mas se sentir no comando era uma característica dela, uma mulher tímida, dispostas a se entregar completamente, era o que deixava a latina de quatro, sabe-se bem quem se encaixa nesse perfil.

- Sim. Eu já vim aqui algumas vezes. _ Camile fala, um tanto desanimada.

- Imaginei. Então, você não bebe?

- Não hoje. Estou dirigindo.

- Ah, sim. _ A ruiva queria essa mulher para si, era tudo que ela desejava, bonita, rica e gostosa. Mas estava difícil chamar a atenção da morena, nem o vestido minúsculo conseguiu. Então o silêncio reinou por mais um tempo. Até que um homem sobe no palco e começa a falar.

- Boa noite senhoras e senhores, nesse dia especial vocês serão felizardos ao escutar pela primeira vez a voz mais linda que eu já escutei na vida. Estejam preparados para se emocionarem e seduzirem por ela. Com vocês, Michelle....

            O coração de Lisa quase parou quando ouviu seu nome. Era agora ou nunca, precisava e queria fazer isso, por ela, por seu pai e por Alana. Entrou no palco e se encaminhou para a cadeira no centro. Ela deu uma última olhada para o seu pai antes de se sentar, mas quando olhou para a plateia, o tempo parou e tudo por um instante ficou preto.

Camile escuta o nome Michelle e seu corpo arrepia. Era sexy, era gostoso, era sensual e ao mesmo tempo inocente. Mas tudo em seu interior se transformou em fogo quando ela a viu. Perfeita, naquela roupa toda preta, um macacão de calça colado eu seu corpo, e Deus! Aquela máscara, aquilo era uma perdição e tentação a qualquer ser humano.

- Camile. _ Katie tenta falar, mas logo ver a latina saindo da mesa que estava e se encaminhando para uma mais próxima do palco.

            Lisa sentia seu corpo parar, ela não conseguiria, nunca deveria estar ali. Nunca daria certo, queria sumir, ir embora, correr. Mas então seu olhar se cruzou com o dela. Uma mulher em especial na plateia, uma mulher vestida de azul. Sexy, sedutora e linda, perfeita. A latina estava se aproximando do palco sem desviar o olhar do seu, e por um momento Lisa não quis mais sair dali, mas não por querer cantar e sim por não querer sair de perto daquela mulher.

Camile para bem perto. Ela sentia o medo e o desesperado da cantora, não conseguia ver seu rosto, mas com certeza era perfeito, assim como ela inteira. E muito rápido ela desvia o olhar da latina, olhando para baixo, para Camile Gonzalez era o maior golpe de sedução. Ela era tímida, muito tímida, aquilo era o inferno para ela. Precisava saber quem era aquela mulher, precisava tê-la. Ela tinha que ser sua, não descansaria até conseguir.

            Lisa eleva seu olhar novamente para encontrar o de Camile. A sensação de coragem fora lhe passada apenas com a troca de olhares. Ela faria, agora ela precisava dizer a aquela mulher que ela também estava seduzida, conquistada, as duas estavam completamente fodidas juntas. A morena respira fundo e segura o microfone. Era agora ou nunca. O que ela não sabia era que depois que começasse a cantar, não conquistaria só o corpo da latina, mas também a sua alma.