- Você tem que assinar esses papéis.
- Meu pai não trabalha mais aqui não? Porque ele não me coloca na presidência de uma vez? Estou fazendo tudo!
Camile Gonzalez, jovem herdeira das indústrias Gonzale’z. A marca de moda íntima mais famosa dos EUA. A natural de Cuba, veio do país com cinco anos de idade e mora nos EUA desde então, hoje tem vinte e três anos, acabara de sair da faculdade de Administração e era os braços, pernas, cabeça, tronco, tudo do pai. Richard Gonzalez, seu pai, Adele Gonzalez, sua mãe e Julie Gonzalez, sua irmã de quatorze anos. Nesse momento seu pai estava em casa curtindo a piscina com sua caçula. Ele confiava na filha, mas ainda não tinha certeza em dá total liderança da empresa a ela, só a achava muito nova, mas ela era competente, na verdade, muito competente.
- Olha, Mile, ele manda, eu obedeço. _ A n***a na sua frente fala sarcástica
- Natalie Kordei, fale direito comigo ou te demito.
- Claro que sim. _ Ela fala revirando os olhos. – Agora assine isso de uma vez. _ Natalie sorri e é retribuída pela amiga, sim, elas eram amigas desde o colegial. A n***a fez direito e trabalhava para os Gonzalez desde então.
- Você é uma i****a. _ A latina pega os papeis da mão da outra, analisa superficialmente, pois confiava na amiga e os assina, devolvendo-os logo em seguida.
- Agora, vamos falar de outras coisas. Você já viu as novas modelos?
- Deus, Naty, você já está de olho nas modelos?
- Não “nas modelos”, em uma em especial.
- Isso é uma novidade.
- Ei, eu não sou essa cafajeste que você me julga.
- Não, você é muito pior. _ Camile fala irônica.
- Está certo, sua santinha. Mas é sério, você tem que vê-la, um mulherão que Deus do céu. Eu me perderia toda naquele corpo.
- Já entendi. Ela é gostosa.
- Gostosa é pouco para ela.
- Certo, Naty, já entendi. Já pode ir atrás da sua modelo.
- Isso é falta de s**o. Cadê aquela garota que você estava namorando?
- Eu não estava namorando, só estávamos nos conhecendo. E seu nome é Kayla.
- Essa mesma. Ela também é gostosa e é nossa modelo principal.
- Ainda é. Ela está na Espanha para a campanha de lançamento da marca.
- E porque você não está lá?
- Mamãe faz isso muito bem. Ela adora essas festas e todo mundo bajulando-a.
- Entendo. E você, ninguém em mente?
- Não, tenho muito trabalho. _ A latina disse sem muita animação.
- Nossa, Mile, você tem que deixar de ser essa velha. Você é jovem, bonita e rica. Então por favor, precisa se divertir.
- Eu me divirto.
- Não, você finge que faz.
- Naty! Tenho que manter o respeito aqui dentro.
- Mile, todo mundo tem medo de você aqui. Você conseguiu em dois anos, o que o seu pai só conseguiu com dez.
- Pois é, e isso é resultado de muito trabalho.
- Certo, certo. Você venceu. _ Ela levanta-se. – Eu vou atrás daquela loira. Deus, eu preciso daquela mulher.
- Vai lá “garanhão”.
Elas sorriem uma última vez e a morena sai da sala da latina. Essa que era ao lado da presidência, futura sala de Camile. Essa era a empresária, confiante, objetiva, tinha o trabalho em primeiro lugar, o braço direito de seu pai e esquerdo da mãe, essa que adorava expor a filha perfeita que tinha, principalmente fisicamente. Porque meus caros, estamos falando de Camile Gonzalez.
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(20 de novembro de 2016. Sábado)
- Pai... _ Darla entra no escritório do pai, trajava um lindo vestido azul. Hoje seria o seu primeiro baile, e a garota estava linda.
- Ei, princesa. Você está linda, meu amor. _ Ele levanta da cadeira e vai onde sua caçula.
- Ajuda com uma coisa?
- Claro.
- Com qual eu vou? _ Ela mostra duas máscaras.
- Eu gostei mais dessa. _ Ele aponta para a preta com a cordão atrás para ser amarrada. – Ela ficará linda.
- Sim. Essa ideia de máscara foi ótima. Assim ninguém conhece ninguém. Se torna mais emocionante. _ Ela diz animada.
- Espera, o que você disse? _ Ele pergunta rápido.
- Que a ideia foi ótima.
- Não, depois...
- Hum... Que ninguém conhece ninguém.
- Isso, garota. É isso. _ Ele começa a beijar o rosto da filha. – Eu te amo, pequena. Você acaba de ganhar um aumento na mesada.
- Eu não sei o que eu fiz, mas obrigada. Eu tenho que iro, o Dylan vai me levar.
- Tome cuidado. E só para você saber, você acaba de me dar a solução para o meu problema.
- Até mais, papi.
Eles se despedem e Enrico fica olhando para a outra máscara, a que sua filha não escolheu e deixou no escritório.
- Tão simples, espero que ela aceite. _ Diz olhando para o objeto.
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- Mas pai...
- Bebê, só pensa. Qual é o seu maior medo?
- Eu... Eu acho que é me reconhecerem, pois eu posso falhar.
- Isso. Isso mesmo. Com a máscara ninguém saberá quem é você, se você não conseguir, pronto. Acabou. Eu não insisto mais nisso. Mas você é um talento, filha, eu não posso fechar os olhos para isso.
Lisa analisa a situação. Era muita loucura só para um fim de semana. Ela pensou que o pai tinha esquecido tudo, mas pelo jeito ele só procurava uma solução e pelo visto conseguiu. Se for pensar bem, ele tinha razão. Era tudo ou nada. Se não desse certo ninguém saberia quem ela era. Mas e se desse? O que ela faria? Seu quarto virou um local de muitos dilemas ultimamente.
- Certo, certo. Eu tentei ser pacífica com tudo isso, mas vamos lá. Lisa, filha, você quer isso? _ Valerie pergunta séria e direta.
- Eu... Eu não sei. _ Ela suspira derrotada. Pois a resposta era exatamente essa.
- Então, vamos sair daqui. Quando você tiver essa resposta procure o seu pai, só aí faremos dar certo. Tudo bem? _ A mais velha abraça a filha.
- Sim. _ A morena fala baixo.
- Mas... _ O homem tenta falar.
- Depois, Enrico, depois. _ Ela foi firme, ele entendeu que a esposa tinha razão. Então saem e deixam mais uma vez a filha com uma decisão a ser tomada.
Lisa estava confusa. Era algo que ela queria muito, seu pai conseguiu achar uma solução, mas o nervosismo era inevitável. Sua mãe tinha razão, ela só poderia fazer isso se tivesse certeza que queria. E ela conseguira ter, depois de pensar um pouco sobre o assunto, teria que ter a opinião de sua melhor amiga, pois Alana saberia aconselhá-la, mas ao mesmo tempo, sabia exatamente o que a loira iria dizer. Então qual o problema? Seria apenas por um tempo, ajudaria seu pai e pronto. Não perderia sua pouca vida social, nem teria uma diferente por conta disso. Qual o problema? A resposta para a pergunta de Lisa estava mais perto o que ela imaginava.