EPISÓDIO 16

1340 Words
Perdi a conta dos dias depois do quarto. A partir daí foi quando comecei a me sentir eu mesma novamente. Eliminei a maioria das drogas do meu sistema e já tenho alguma energia. Mas é também quando a síndrome da "cabana" e o tédio se instalam, porque aqui não há absolutamente nada para fazer. Nós literalmente nos olhamos ou nos evitamos, este lugar é muito pequeno e não há espaço para fugir dele. A cada passo que dou, Vito está presente. O seu rosto parece tão miserável, já que ele está preso aqui cuidando de mim em vez de matar pessoas como costumava fazer. Férias forçadas e falta de trabalho o transformaram num rabugento m*al- humorado. A única folga que tenho é quando saio para alimentar as cabras, que fedem, mas pelo menos são fofas. Mesmo lá fora sinto que estou sendo observada, os nossos seguranças estão sempre presentes e também não me perdem de vista. Não vou a lugar nenhum sem proteção desde os cinco anos de idade, então nada disso me incomoda. Mas dentro de casa, Vito é o único que me observa como um falcão. Sinto-me nervosa e inquieta, procurando qualquer indicação de que possamos estar em perigo. Vivo no modo "lutar ou fugir" e a ansiedade é exaustiva. Quando fica muito intenso, só saio para caminhar para tomar um pouco de ar fresco e me afastar um pouco do Vito. Isso torna o lugar claustrofóbico. Como alguém pode se sentir sufocado em hectares de terra cultivada? Isso não deveria ser possível, mas se você morasse numa casa minúscula com um italiano m*al-humorado, perceberia como havia pouco ar disponível. Vito Isso é uma tortura a cada segundo, não consigo nem me virar porque Melodie está na minha frente ou no meu espaço. Estou frustrado e enjaulado. Isso me deixa tenso. Eu odeio não termos nenhuma notícia sobre o que está acontecendo, e que o meu pai me deixou fora disso. Tenho uma ligeira suspeita de que ele sabe o que realmente aconteceu e que este é o meu castigo. Ele está me ensinando uma lição sobre o que significa cuidar de alguém. Melodie voltou de uma caminhada ao ar livre. Ele gosta de cabras, mas, que Deus me ajude, ele fede mesmo quando acaba de brincar com elas. O cheiro do gado é nojento. — Droga, você fede. Eu cubro o meu nariz quando ela entra na cozinha. Melodie ri de mim e pega um gole da geladeira — Elas têm bebês, são tão fofos. Ela diz e percebo o quanto estamos entediados. Ela deixou de administrar uma família para brincar com cabras. E eu deixei de ser um assassino para ser uma babá. Isso é tão baixo quanto eu jamais pensei que iria. — Vou tomar banho. Ela vai até o pequeno banheiro que compartilhamos. O movimento dos seus quadris é muito sexy. Eu me pergunto se eles a ensinaram a movê-los dessa maneira para fazer com que os homens não consigam desviar o olhar. Estar tão perto me faz notar muitas coisas nela que gosto demais. Preciso de uma distração, porque deixa o meu p*au duro, é tudo que ela tem deito ultimamente. Além do mais, até me senti tentado a ir ver aqueles filhotes de c***a. Mas então, eu me lembro de quem eu sou e reprimo o desejo de ver aqueles bichinhos fofos. Em vez disso, sigo Melodie pelo corredor e a vejo se despir pela fresta da porta que ela não fechou totalmente. Ela tira a calça jeans e não está de cueca. Inferno, ela está ainda mais quente sob as suas roupas, e ela tira a camisa e a deixa cair no chão. O banheiro se enche de vapor. Ela testa a temperatura da água. E retira a mão rapidamente, pois está muito quente. Observo a curva dos seus quadris enquanto ela levanta os braços e prende o cabelo num r**o de cavalo bagunçado. O meu p*au está duro como pedra nas minhas calças e tenho que ajustá-lo para não doer. Melodie entra na água e desliza suavemente com o seu corpo nu. Eu observo enquanto o seu corpo relaxa e ela fecha os olhos, levantando o rosto para o riacho. Como posso viver com ela e não a querer? Você está me vendo tomar banho? Ela grita comigo. Mer*da, estou tão distraído que não percebo que ela está olhando para mim. — Va se fo*der. Ela joga o sabonete em mim, que bate na porta e cai no chão. — Desculpe. Eu desvio o olhar, mas eu realmente não quero. Eu quero olhar para ela e quero fazer tantas coisas com ela. Não estou nem um pouco arrependido. Dou uma última olhada furtiva para ela e ela se cobre com as mãos. — Vito, sai. Ela cobre o corpo com a cortina do chuveiro. Entro no quarto e ouço o barulho da água no banheiro. Deve ser a 'síndrome da cabana', estar neste lugar e não ter como obter nenhum tipo de alívio. Retiro a minha ereção dentro da calça e peço para ele se acalmar. Porque ela vai ficar brava quando sair. Eu sorrio internamente. Melodie é o sonho erótico de qualquer homem: Ela é sexy, inteligente, poderosa e não aceita mer*da de ninguém. O problema é que ela sabe disso e acho que está acostumada a conseguir exatamente o que quer na vida. Nenhum homem poderia olhar para ela e negar a ela qualquer coisa. — Pervertido. Ela diz, parada na minha porta coberta com a sua toalha. — Você gostou do show? — Já vi melhores. Eu provoco, e ela ergue as sobrancelhas. — Mas aposto que costumam cobrar de você. Parece que você tem um certo tipo de gosto. Você sabe, o tipo de garota que não faz as coisas de graça. Ai. Ela pode ser implacável quando quer. — Sinto muito. Tento me desculpar. — Não, claro que você não sente. Ela sorri e se afasta com as pernas e a curva do bumbum à vista. Deito-me na cama. Ela é a mulher mais frustrante e retraída que já conheci. Eu a amo e a odeio ao mesmo tempo. Não posso ficar com ela sabendo que ela está nua. Levanto-me, vou até a sala e fico olhando para a parede. Preciso encontrar algo para fazer e eu não devo ter nenhum relacionamento com Melodie. — O que vamos comer? Ela me pergunta já está vestida e com os cabelos molhados encharcando a blusa. — Espero que não seja um jantar de micro-ondas ou vou vomitar. Concordo com isso, também adoro a ideia de comer algo de verdade. Uma refeição preparada. E aqui temos tudo. Mas nenhum de nós dois se preocupou em cozinhar nada. — Você pode cozinhar se quiser. Digo a ela, e ela se senta ao meu lado no sofá. — Vou pensar. Ela põe os pés na mesinha de centro, com as lindas pernas cruzadas na altura dos tornozelos. — Então por que você está cuidando de mim? Ela me pergunta. — Porque eles poderiam simplesmente ter me deixado aqui com o pessoal da segurança. Mas seu pai o forçou a ficar. Penso no que devo dizer a ela. Porque, por causa da Omertà, normalmente não falamos de trabalho, mas é ela quem faz o trabalho para sua família. Não é como as outras mulheres. — Ele está me dando uma lição. Admito. — Porque eu permiti que você escapasse. — Você não me deixou fazer nada, isso era responsabilidade minha. Ela parece orgulhosa da sua me*rda — Por que ele não gosta de você? O que você fez? — Acho que você lembra a minha irmã. Éramos gêmeos. Sei que nunca serei o filho favorita, fui o segundo, e além disso, eu sou um lembrete constante do que ele perdeu. É mais fácil para ele me odiar do que aceitar que ela se foi. Mas ela morreu e eu vivi. Melodie olha para mim, sei que ela pode entender. Nas nossas famílias existe uma dinâmica que pessoas de fora nunca entenderão.
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