Ódio a primeira vista

Há momentos em sua vida que você nunca esquecerá. O primeiro dia na escola, o primeiro dente que caiu, o primeiro beijo, o dia que você marcou o gol da vitória em seu jogo de futebol ou a primeira vez que você andou de bicicleta sem rodinhas. O primeiro “eu te amo”. Uma das minhas primeiras lembranças fortes foi ver ao vivo a torre Eiffel, uma das coisas mais bonitas que já vi em toda a minha vida. Desci do avião que me trouxe para a França e nem sequer fiz check-in no meu hotel antes de me dirigir para a torre que eu sonhava em ver. A terra de Van Gogh em toda a sua magia. Sentar em um bistrô e comer um croassant, provavelmente uma iguaria que mudaria minha vida, o momento que eu sabia que todas as mudanças poderiam estar ao virar da esquina. Mas também posso estar errada. Pois o dia da minha formatura é tão forte quanto. A lembrança de atravessar o palco até aquele momento eles lhe entregam aquele pedaço enrolado em forma de canudo que diz ao mundo. “Parabéns! Você é um graduado!” Já fiz tive isso algumas vezes. Ensino médio, faculdade, pós-graduação. E cada um foi mais memorável que o anterior. Quando me formei em administração no início do ano passado, era um sonho, minha melhor amiga estava grávida de quase nove meses na época. Éramos o final feliz, canudos e bebês. Eu estava subindo as escadas pronta para atravessar o palco quando meu telefone começou a vibrar no bolso do meu vestido. Na hora eu ignorei, assumindo que era um dos meus pais, ou talvez minha melhor amiga, Mary Jane na plateia. Assim que saí do palco, verifiquei minhas mensagens e, antes que percebesse, estava correndo. Correndo em meus novos saltos Loubottin de salto fino e sola vermelha, em direção à minha melhor amiga segurando meu telefone com as palavras “VAI NASCER” ainda iluminando na tela. Esse é definitivamente um momento que eu nunca vou esquecer! O momento em que Madison chegou forte e linda, Madison Jewish veio ao mundo, tão amada, tão esperada. Madison, minha linda afilhada. Eu tive uma conexão com ela no momento em que a vi. Seus penetrantes olhos violetas encararam os meus como se fosse de outra vida essa conexão. Os olhos de Mary Jane eram azuis, mas nada tão forte quanto os de sua filha. Eu tentei me conter, mas as lágrimas deslizaram pelo meu rosto enquanto eu segurava Madison pela primeira vez, ela era meu amor. Não chorei desde aquele dia, quase quinze meses atrás. Não até hoje, outro momento da minha vida que nunca vou esquecer. Estou correndo, mais uma vez por um estacionamento familiar desta vez de tênis, legging e meu moletom do Snoopy. Meu cabelo estava puxado em um coque bagunçado, meu rosto completamente sem maquiagem eu estava pronta para dormir quando recebi o telefonema. Era quase meia noite, muito depois da minha hora de dormir em dias úteis, quando um número desconhecido tocou insistentemente. Houve um acidente... Venha rápido... A criança não está no carro... Você é o parente mais próximo... As palavras estavam rodando na minha cabeça em um loop. Eu não sei tudo o que foi dito, eu estava completamente entorpecida e em choque, totalmente e completamente devastada. Assim que cheguei lá, fui imediatamente para uma pequena sala com um policial e um médico do pronto-socorro. Eles me sentaram, me entregaram um copo d'água e começaram a me contar o que eu já sabia. Houve um acidente. Meus amigos. Minha melhor amiga, minha irmã, minha humana favorita no mundo estava morta. Ela não resistiu. E eu morri ali, com ela. Eu cai de joelhos, m*l posso ouvi-los através dos meus próprios soluços enquanto eles explicam que Mary Jane e seu marido Steven estavam envolvidos em um acidente de carro fatal. — O carro... você disse que capotou algumas vezes...— Eu gaguejo, esperando que seja mentira, que tenham confundido. — Sim senhora— , diz o oficial. — Sinto muito por sua perda. Você foi listada como seu contato de emergência. Ele olha para seu papel. — Você e um senhor chamado Brian Cheppard.