Meu Reino Em Suas Mãos

Surpreenda o inimigo

Era madrugada nos arredores da cidade de Áxteron. Guerreiros estavam prontos para por o plano de incendiar o acampamento inimigo. Petra já havia posto as crianças e anciãos em segurança. Algumas guerreiras estavam com ela, pela primeira vez a Jovem Rainha não se sentia excluída. Ela era majestosa no seu uniforme de guerreira ostentando seu arco e flechas. Petra era uma das melhores nessa categoria. Rei Alef aguardava próximo ao acampamento inimigo com outros guerreiros e Winnie estava a frente do combate. Ao se aproximarem do acampamento, notaram um silêncio, significava que estavam dormindo como Petra havia imaginado. Havia pouca iluminação devido a pequenas fogueiras que ainda insistiam em queimar. Eles observaram que havia vestígios de bebidas e restos de comida, sinal que estavam fartos e sonolentos. Não havia sequer alguém de prontidão. Seriam mesmo inimigos ou um exílio em massa acampando em terras estranhas?! Isso só saberiam se atacassem. Leif dá a ordem que tocasse fogo na palha espalhada ao redor do acampamento, logo eles despertariam. Guerreiros acenderam o fogo e logo o vento fez sua parte. Altas chamas e o calor fizeram os beberrões acordarem empunhando espadas, arcos e flechas. Os guerreiros estavam protegidos com escudos. Leif não sabia, mas Petra havia se aproximado ao máximo para notar que aquele ataque sem dúvida era cristã. Ela se aproximou de Winnie pedindo que não atacasse até saber o motivo pelo qual eles estariam alí. Ele não queria obedecer, mas Leif que se aproximou ouvindo a conversa autoriza o que a esposa pede.

—O que faz aqui Petra? Seu lugar é no acampamento com as outras mulheres.

—As outras guerreiras estão lá cuidando de tudo. Não há com que se preocupar, estão em segurança.

—Mesmo assim, não vejo motivos para está aqui. Volte para a fortaleza, isso é uma ordem!

—Não sou sua prisioneira e não recebo ordens de meu próprio marido. Agora, deixe-me passar Leif. -eles discutiam enquanto ouve-se uma voz que grita!

—Entregue-nos a bruxa Elfa e nós sairemos das suas terras Rei de Áxteron. A Sagrada igreja não permite mais esses hereges atuando com feitiços e maquinações. Estamos aqui em nome do Cardeal Supremo. – Leif fica confuso e pergunta:

—Aqui não há nenhuma bruxa arcebispo, de quem estão falando e acusando sem provas? Peço que arrumem seu acampamento e deixe minhas terras até o amanhecer.

—A Bruxa que o senhor mantém como rainha de Áxteron. Ela trará maldição assim como seu pai ao casar-se com uma Elfa. Veja como está seu reino, Ásbjorn virou um trapo humano mergulhando nas sombras e se aliou as trevas.- Petra que a tudo ouve se manifesta...

—Arcebismo Duprê!! Sou Petra de Áxteron, esposa consumada em seu reino. Não sou bruxa. Não utilizo magias nem ando nas trevas. Estão numa era arcaicas onde tudo se resume em caça as bruxas. Peço que se retirem e não voltem a falar no rei Ásbjorn nessas terras. Ele fez a pior escolha e não vou pagar um preço por seus desajustes.

—Vejam só! A bruxa tomou as rédeas em sua própria defesa hahaha. Renega o próprio Sangue filha de Ásbjorn? Isso mostra o quanto é confiável. Seu pai a mandou pra Áxteron para eliminar o Rei e você se aliou a ele. Vejo que o casamento mudou sua percepção .

Leif que a tudo escuta sente uma imensa tristeza ao saber que o casamento poderia ter sido uma farsa para mata-lo na primeira oportunidade. Irsa poderia ter razão quando disse que não deveria confiar . Ele continua escutando...

—Arcebismo, está blefando! Mesmo que tenha sido primeira intenção, não fiz jus ao que me fora proposto. Eu não sou uma assassina, muito menos de um Rei. – Leif se manifesta...

—CHEGA!! ORDENO QUE SAIAM IMEDIATAMENTE DAS MINHAS TERRAS OU NÃO RESPONDEREI POR MIM, ARCEBISPO DUPRÊ!

—Só levantaremos acampamento mediante a presença da bruxa acorrentada. Temos ordens de lava-la a um julgamento. Se o senhor resistir estará indo contra a igreja maior. Isso trará consequências. Nós podemos atacar.

—Pois sendo assim, ARCEBISPO!! Vamos invadir seu acampamento.

Leif e Winnie avançam com sua tropa numerosa lutando com os soldados cristãos. A luta certamente é desigual visto que os Vikings são mais bem treinados. Petra também está na batalha. Um guerreiro tenta mobiliza-la com correntes, mas é atacado pelas costas por Leif que crava um um punhal na sua jugular fazendo o homem jorrar sangue feito uma galinha sem cabeça. Petra agradece e continua a lutar com sua espada. O Arcebispo Duprê mira em direção ao rei Leif com seu arco, mas Petra é mais rápida e o atinge no braço em cheio fazendo –o recuar. A maioria dos soldados cristãos morrem em desvantagem. Duprê decide parar e pede clemência para os que ficaram vivos. Mas ele afirma que o Clero voltará a se manifestar até ter sua bruxa julgada. Leif se surpreende ao ver que Petra o salvou da morte, ela poderia ter deixado ser atingido, mas se o livrou porque está realmente do seu lado agora .

Amanheci em Áxteron, o acampamento foi desfeito, sobrou apenas corpos por todos os lados. Petra volta para a fortaleza ver como estão todos, felizmente tudo ocorreu bem. Ela vai para os seus aposentos banhar-se. Seu marido a vê no banho, ele se aproxima por trás e abaixa-se falando ao seu ouvido...

—Quero dizer que estou orgulhoso de você, Petra.-ela se arrepia por inteira

—Só fiz meu dever Leif, eu estava numa posição favorável para defende-lo. Poderia ter sido qualquer um.

—Petra, eu não suspeitava que seu pai lhe ofereu em casamento de conveniência para matar-me. Fico-lhe grato por isso.

—Leif, vamos ao que interessa. Eles não vão descansar enquanto você não me entregar.

—Eu não vou entregar minha esposa para ser queimada viva como uma herege. Eles que voltem com força total.

Petra lança um olhar de doçura por essas palavras e beija seu marido num ímpeto de gratidão. Ele retribuí. Seus corpos encendeiam e sem mas palavras, ele se desfaz das pesadas roupas de guerra e se entregam ao amor alí mesmo. Leif mostra o quanto está encantado por ela, Petra não resiste e aos carinhos e entrega-se sem medos e culpas. Eles permanecem abraçados em silêncio, ele acaricia seus longos fios sobre o corpo desnudo e alvo. Ela é encantadora como uma lua cheia, é divina como o canto de uma codovia. Ele está apaixonado.

—Petra, você sente algo por mim, digo: tem sentimentos verdadeiros de esposa?

—Se o que aconteceu no lago entre nós dois, e o que houve aqui agora são mentiras, eu enganaria o próprio Deus das trevas não acha?

—Não me refiro a está me enganando e sim cumprindo um papel de esposa.

—Quer saber se eu o amo, é isso Rei Leif?

—Seria pedir muito saber?

—Eu não o amo. Mas sinto desejos como qualquer mulher que vê um homem bonito e está carente. Mas o tenho respeito.

Leif perdeu o chão ao escutar tão frias palavras. Esperava que Petra dissesse que o amava mais que tudo . Mas ela foi esperta o suficiente para mantê-lo no seu devido lugar. Ele teria que se ajoelhar um dia e renunciar ás guerras com o Reino do seu pai e dizer que lhe amava. Por enquanto eles seriam apenas bons amantes de vez em quando.

—Eu vou sair da água. Preciso ter uma reunião a sós com Vinnie. Acredito que eles virão outra vez mais fortes para lhe capturar.

—Por que não me entrega de uma vez Leif?! Afinal sou uma híbrida. Todos sabem quem foi minha mãe e que meu pai está enfeitiçado pelas trevas. Se me entregar, seu Reino ficará bem com a igreja e livre desses ataques.

—Deixe que eu decida isso Petra. Minha casa não pode ser invadida por pseudo sábios. Você pode ser híbrida mas não é bruxa. Vê se não anda por aí sozinha. Nunca se sabe quem está por trás disso tudo.

Petra continuava a banhar-se, ela sabia que ele tinha outros motivos além de ser Rei. Ela havia provado na pele o gosto do amor no qual ele desprendeu sem medo. Leif sentia amor por ela, já não tinha como ocultar de si mesmo. Ele sai da água exibindo seu belo corpo esculpido pelos deuses. Ela fica encantada ao vê-lo caminhar pelo quarto enquanto se veste, seu cabelos molhados cobrindo metade do olhar firme e sedutor em meios a pequenas cicatrizes que davam um charme ao belo e Jovem Rei. Petra mergulha seu corpo na água da tina de madeira por alguns segundos e sai revigorada com imensa alegria no peito.