Esta história de amor, marcada pela morte e pelo ódio incessante dos pais, que nada poderia por fim, a não ser a morte de seus filhos, que agora, é contada! "
A sala inteira ficou em silêncio enquanto o filme passava, Anne olhava fixamente para o projetor, encantada com a beleza das cenas.
Enquanto a maioria dos alunos prestava atenção no filme, Louise não tirava os olhos de William que por sua vez, sempre que podia, se perdia olhando para Anneliese, ela era uma jovem que o intrigava e com personalidade forte que algumas vezes o deixava um tanto quanto temeroso, afinal, ela muito bem poderia interferir em seus planos e acabar com a carreira dele naquele colégio. Entretanto, vê-la tão empolgada e aparentemente relaxada ao assistir ao filme, fez com que questiona-se sobre o fato de Anneliese ser ou não uma ameaça.
—Simplesmente magnífico! Anneliese sussurrou contente.
—Estou ansioso para ver como será seu resumo! William disse sentando próximo a ela.
—Farei no intervalo de hoje! Anne respondeu baixo com um leve sorriso.
William não disse nada, apenas se levantou e foi para o canto da sala, tendo assim um campo de visão muito melhor da turma, ele observou alguns poucos alunos realmente prestando atenção no filme, outros dormindo e algumas meninas passando bilhetes entre si.
Quase uma hora se passou e o filme estava praticamente no final, Anneliese secava as lágrimas com a manga da blusa, enquanto Suny demonstrava indignação pelo desfecho que a história havia tomado.
—Não é possível que não havia um melhor mode de se comunicar nessa época!
—Não era tão fácil quanto hoje Suny! Anne respondeu.
—Ela não poderia ficar com o outro que lhe amava também? Que garota difícil! Sunny resmungava.
—Não faz diferença se ele a ama e sim se ela o amava! Explicou Anne.
—Professor, mande Suny e a órfã calarem a boca, não estou conseguindo me concentrar no filme! Louise berrou para chamando a atenção de todos para si.
—Você estava mexendo no celular, pensa que eu não vi? Suny sem nenhum pingo de paciência retrucou enquanto mostrava a ela o dedo do meio.
—Senhoritas Kim Suny e Anneliese Wilson, por favor comentem um pouco mais baixo! Pediu William.
—Obrigada prof! Louise sorriu se sentindo triunfante.
—Sim senhor! Anne e Suny responderam e voltaram a atenção ao filme.
" Esta manhã nos trouxe paz sombria: esconde o sol, de pesadume, o rosto. Ide; falai dos fatos deste dia; serei clemente, ou rijo, a contragosto, que há de viver de todos na memória de Romeu e Julieta a triste história."
O filme chegou ao fim e com isso Willian desligou o projetor, com isso os alunos começaram a debater entre si o sentido do filme e as partes que eles não entendiam. Enquanto ele guardava as coisas, Louise se aproximou da mesa com delicadeza e um olhar meigo.
—Sr.Müller eu não consegui me concentrar no filme por conta das conversas paralelas, será que pode me passar o filme novamente, no intervalo mesmo? Louise pergunta com voz manhosa.
—Você pode assistir no computador da Biblioteca! William respondeu seco.
—Mas eu queria uma ajuda, não sei nem por onde começar esse resumo! Insistiu ela.
—Se passasse mais tempo se concentrando na aula do que se insinuando por aí, talvez soubesse como começar senhorita! William sem paciência se moveu para a frente da sala e passou aos alunos as últimas observações.
Assim que as explicações a cerca do resumo terminaram, o sinal de encerramento das duas primeiras aulas do dia terminaram, em seguida a professora de Química entrou e como de costume Suny e Anne se sentaram perto da mesa da professora em quanto o restante dos alunos se Amontoavam em rodinhas no fundo para conversar, jogar e dormir.
—Bom dia turma! A Srt. Margô levantou a voz levemente, mas não lhe deram atenção, apenas Anne e Suny responderam. —Hoje vou dar início a revisão para a prova da próxima aula, que terá peso dois na média final de vocês!
Ao citar a palavra "Prova", todos os alunos se organizaram em seus lugares, afinal as provas naquele estilo garantia que a maioria dos alunos pudessem atingir a média necessária para não reprovar em uma matéria, por mais que muitos alí não possuíam apreço pelas matérias de exatas, sabiam que reprovar uma única matéria sequer, custaria o ano letivo inteiro.
O diretor Kim era um Homem rigoroso, por isso em sua escola a política era de que se ao fim do ano letivo houvesse alunos com média final inferior a 7, ele reprovaria o ano cursado e no ano seguinte repetir a mesma série.
Como a escola era de alto padrão, as mensalidades também possuíam valor bem elevado, por isso os pais não admitiam que seus filhos perdessem nem um dia de aula sequer, também cobravam notas acima da média.
—Muito bem, agora que estão todos prestando atenção em mim, vou explicar como funcionará nosso cronograma de revisão! Tendo dito isto, Srt. Margô começou a escrever no quadro como suas aulas estariam divididas no dia da prova e como iriam fazer as revisões.
—Professora! Chamou um dos alunos no fundo da sala.
—Pode falar Kevin! Margô se aproximou um pouco.
—Vai ter algum tipo de prova de recuperação, caso alguém não consiga uma boa nota na prova? Perguntou ele.
—Esse ano não! Respondeu Margô e todos os alunos fizeram cara de espanto.
—Como assim não? Louise sentindo seu corpo gelar arregalou os olhos.
—Ordens da diretoria, por isso preciso que vocês prestem bastante atenção nas explicações a partir de hoje! Explicou ela enquanto dava continuidade na matéria.
Aquela era a primeira vez em meses que os alunos ficavam em silêncio durante suas aulas, assim Margô se sentiu bem mais confiante. Ao final da última aula de química do dia, o sinal para o intervalo tocou e numa correria os alunos deixaram a sala de aula um a um.