CAPÍTULO 05

1065 Words
BOREL Rugir pro carcereiro quando ele me empurrou para o pátio após tirar minhas algemas me dando um sorriso cínico enquanto eu mantinha meu olhar nele como se o mesmo fosse minha presa, tirei um cigarro do bolso junto do isqueiro e acende soprando a fumaça para o alto e andando até um canto. Bereu: Cara de bicho uma hora dessa Borel? – Perguntou soltando um riso enquanto malhava os braços. ― p***a Bereu essas putas estão achando que eu sou pra brincadeira, que eu sou bombom ― Comentei descansando minha mão no joelho. O céu estava azul enquanto o sol parecia ser repartido por causa da rede que ficava encima evitando que alguém consiga fugir, pior é que eu achava que o inferno eu já vivia mas quando eu cair aqui pro teimosia percebe que o inferno se chama presídio. Bereu: Tudo b***a mole irmão, eles não perdem por esperar – Se levantou de estava rindo e veio caminhando até mim – Bandido pode até ser bom mas não é bombom – Pegou um cigarro o acendendo. ― O crime nos ensina que é nós por nós em prol da favela dos irmãozinhos ― Lembrei das palavras do Marreco ― Quem me fez o que sou hoje e me entregou todo aquele tesouro para dar seguimento e honrar seu nome, me ensinou que ou você mata ou você morre, que uma ideia salva e a outra mata, que bandido bom é bandido que honra a família, cumpre com suas obrigações como homem e tem postura para impor respeito ― Disse simples enquanto tragava e soprava a fumaça para cima olhando pro céu. Bereu: Marreco era brabão mermo, homem de palavra – Comentou e eu concordei com um pequeno sorriso. ― Sangue bom ali mano, deu a vida dele pelo Jaca e os moradores fizeram questão de ajudar a terminar a praça em homenagem a ele ― Lembrei da boa ação de todos ajudando. Bereu: E agora o menino prodígio da seguimento aos ensinamentos e os bens feitos do seu chefe – Bateu ombro comigo e balancei a cabeça em negação sorrindo. ― Foi uma honra poder assumir o Jaca que foi dado de presente por alguém como ele e o que depender de mim nada vai mudar , não vou comandar igual mas sempre vou melhor passando por cima de todo mundo que vier de contra ― Joguei o cigarro no chão pisando no mesmo para apagar. Tininho: Só no papinho aí né? Excluindo os irmãos – Brincou se aproximando junto com os outros. Bereu: Brinca demais ein Tininho? – Balançou a cabeça soltando um riso. Kaká: Nem apanhando das p**a esse cara fica na dele, sempre brincando mas que a brincadeira – Se sentou ao nosso lado. ― Apanhou das putas porque? ― Franzi o cenho. Tininho: Tu já viu cana precisar de motivo pra fazer alguma coisa ? – Me respondeu com outra pergunta e eu fiquei calado olhando ele – Só da gente não baixar cabeça e ouvir tudo calado é motivo de tá apanhando irmão – Deu de ombros se recostando na parede de concreto. ― Tua ideia tá certinha, eles acham que tem o poder e o controle da situação mas isso não vai durar muito não vai mermo ― Balbuciei a última parte e acende outro cigarro. O clima no pátio estava favorável cada um no seu canto com seus chegados fazendo o que já lhes era de costume, aqui só tinha os barras pesadas com os piores crimes nas costas e as fichas mais sujas que esgoto. Não eu não tenho ficha suja ou melhor não tinha e só sou considerado um perigo por ser dono do Jaca e ter feito vários trabalhos sujos que por mais que soubessem que foi eu quem fez não tinham as provas concretas. Tininho:  Castelando uma hora dessa meu chegado ? – Murmurou ficando ao meu lado apoiado na rede. ― Observando a mesma coisa de sempre Tininho, vou ficar por mais tempo aqui não ― Falei simples dando um trago no cigarro ― O advogado está fazendo tudo que pode mas isso está me fazendo perder o pouco tempo que eu já não tenho ― Completei. Tininho:  Você acha que nos mandaram para cá pela linda cor dos nossos olhos ? – Negou com a cabeça soltando um longo sorriso – Somos donos dos complexos mais perigosos irmão, cometemos crimes que não vamos pagar por causa da falta de prova, estamos aqui por sermos eficientes e traiçoeiros – Piscou pegando o cigarro da minha mão e dando leves tragadas. ― Dizem que é a penitenciária mais simples que existe no RJ mas a tempos que estudo essa merda e toda forma de fuga parece um grande passo para o suicídio ― Rugir. Tininho: Você não está pensando Borel, não como bandido – Balbuciou com um sorriso irônico – Nem toda fuga deve acontecer ao ar livre, aqui tem várias saídas pelo subsolo – Disse baixinho e rio olhei entendo tudo. ― Isso não é assunto pro ar livre, vento que trás também leva ― Olhei para os canto o fazendo me acompanhar com o olhar. Bereu: O que as maricas tanto conversam ? – Segurou em nossos ombros se colocando no meio. ― Assunto de condomínio Bereu, conversamos depois ― Falei simples pelo fato de ter alguns seguranças nós observando. Tininho: Cheio de olhos aqui apa – Resmungou – Se pá vamos jogar xadrez – Apontou para mesa disponível. Fizermos sinal para os outros que estavam sentados fumando e conversando discretamente, nós sentamos na última mesa bem no canto do pátio que ficava longe dos outros. Bereu e Tininho se sentaram dando início ao jogo enquanto a gente ficava somente observando em silêncio, Tininho era ótimo com isso nem bem tinha começado e já havia pegado quatro peças do Bereu que até então tinha somente duas peças do Tininho. ― Se alerta Bereu vai perdeu feio ― Dei um pescoção nele que me olhou resmungando. Tininho: Hoje ele tá numa castelação só – Comentou gargalhando fazendo Bereu olhar para ele feio. Bereu: Se aproveita muito não, dá pra virar ainda – Coçou a cabeça nervoso e eu soltei um riso. Bereu odiava perder ainda mais em xadrez que era um jogo que ele sabia todos os truques e manhas e mesmo assim conseguia perder poucas vezes pela falta de atenção.
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