CAPITULO 1
KATARINY NARRANDO
— Chega Eduardo – eu falo desligando a escada.
— Continua Katariny.
— Sério , você abusa do poder porque sou sua esposa – ele abre um sorriso.
— Você que me pediu um treino, disse que queria emagrecer.
— Eu quero emagrecer e não morrer, não sei se você lembra o rico aqui é você, não vai ganhar herança nenhuma minha.
— Para de besteira – ele fala ligando o aparelho novamente – mais dez minutos e você muda o aparelho.
— Mais dez minuto e você vai me ver dentro de um caixão.
— Chega de drama meu amor – ele fala sorrindo e eu olho para ele.
— O que foi? – Julia fala se aproximando – Eduardo pegando pesado de novo com minha amiga.
— Sua amiga que vive de corpo mole, depois vem com reclamação que está gorda em todas as roupas.
— Não, meu marido que é abusivo – eles começam a rir.
— Já estou indo – Eduardo fala para um aluno que chama ele – já volto, estou de olho em você – ele faz sinal e eu reviro os olhos.
— Ele ama te provocar – Julia fala.
— Ele quer me matar – eu desligo o aparelho e me sento em um dos degraus.
— Se você viesse todos os dias, não sofreria. Nem parece esposa de personal trainer – ela fala rindo.
— Ele que é o personal, eu sou psicóloga – ela começa a rir.
— Sua agenda está cheia?
— Lotada e a sua?
— Também! – ela suspira – ainda bem.
— Até que enfim estamos sendo reconhecida nessa cidade, logo vamos ter nossa própria clinica no nosso prédio.
— Você sonha alto – ela fala.
— A gente tem a clinica, claro, mas é alugada. Vamos ter nosso canto da nossa forma, você vai ver.
— Amém – ela sorri.
— Eu vou fugir do meu marido – eu falo rindo – diz que eu amo ele.
— Eu vou ficar com essa missão.
— Vai – eu falo rindo – até mais tarde.
— Até.
Eu saio correndo da academia antes que Eduardo me ver e me faz voltar para aquela escada do demônio, eu vinha para academia a cada 30 dias. Eu vou para casa tomar um banho e quando estava secando os meus cabelos, escuto um carro parar lá na frente, olho pela janela e vejo que era minha sogra, eu desço ligando a cafeteira e indo em direção a porta.
— Querida – ela fala quando eu abro – ainda bem que eu te peguei em casa.
— Estava quase de saída.
— Tem um tempo para um café?
— Eu tenho uma hora ainda até o primeiro cliente.
— Ótimo, é tudo que eu preciso.
— Entre – eu falo para ela e ela entra.
Acho estranho dona Joana, nunca foi de vir tão cedo em nossa casa e ela parecia preocupada, a gente se senta na mesa e eu sirvo o café em sua xícara e depois na minha, eu levo a xícara até a minha boca e ela me encara.
— Estou curiosa pela visita logo cedo – eu sorrio.
— Você sabe que tem algo errado, até porque vir tão cedo na casa das pessoas, mesmo que seja na casa do meu filho e da minha nora, é algo muito deselegante para mim.
— O que aconteceu? Como posso te ajudar? – ela suspira.
— Eu não sei como começar a te contar isso.
— É algo grave?
— Eduardo comentou que marcamos um jantar hoje?
— Acho que ele me comentou isso hoje pela manhã bem cedo no caminho da academia.
— Você estava com ele?
— Sim – eu respondo – A senhora Joana, está me deixando nervosa e preocupada.
— Ele estava calmo?
— Quem, Eduardo?
— Isso – ela responde
— Sim, estava normal.
— Ainda bem, que ele não desconfiou de nada.
— Do que a senhora está falando? Por favor, vá até o ponto.
— A gente marcou esse jantar porque vamos precisar conversar com Eduardo e com você também, você faz parte da nossa família e é um assunto delicado – eu estreito os olhos – porém, eu não sei como Eduardo vai reagir e eu queria muito que você já soubesse o que vamos contar, para nos ajudar.
— Claro, estou a disposição para tudo.
Eu observo Joana que estava nervosa, sua mão estava suando e ela passava a mão pelo rosto diversas vezes.
— Artur, fez alguns exames de rotina que o médico pediu depois de algumas dores de cabeça e os resultados saíram e não é os melhores resultados.
— Ele está doente? – eu pergunto
— Sim – sinto ela engasgar com a sua própria saliva.
— É grave?
— Ele está com câncer – ela fala e eu olho para ela – um câncer delicado, tem cura mas precisa de um tratamento.
— Meu Deus – eu falo
— Preciso da ajuda de Eduardo, precisamos que ele tome conta das empresas, Artur terá que renunciar o cargo, ficar afastado e a gente não tem ninguém de confiança.
— A senhora pensa em contar para Eduardo sobre a doença?
— Sim, mas não da forma tão grave que ela está.
— Você quer que eu minta para ele?
— Eu preciso da sua ajuda – ela fala pegando na minha mão – você é a única que pode convencer Eduardo a tomar conta das empresas.
— Ele nunca quis isso.
— Eu sei – ela fala – mas a gente precisa que ele faça isso, quando a gente contar a ele e fazer o pedido, por favor, nos apoie, apoie a sua família. Tudo isso será um dia de vocês, é algo que Artur construiu pensando em Eduardo, logo Artur vai ficar bem e vai retomar os seus negócios.