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1235 Words
CAPITULO 2 KATARINY NARRANDO Eu passei o dia com a cabeça cheia de tudo que a minha sogra tinha me falado hoje pela manhã, a cada paciente que entrou e saiu desse consultório era um suspiro agoniado, confesso que ignorei as mensagens de Eduardo durante o dia, pensando se eu deveria me manter em silêncio até o jantar, mas pensando que minha sogra tinha saído de sua casa tão cedo e se direcionado a minha, colocando sua confiança sobre mim, eu me mantenho em silêncio esperando por mais tarde. — Você chegou cedo – eu falo vendo ele se arrumar no quarto. — Sim, cheguei. Minha ultima aluna desmarcou. — Aluna, Eduardo? – eu pergunto e ele me encara sorrindo. — Uma desmarcou e a outra fugiu mais cedo, deixo eu me lembrar o nome da fugitiva – ele sorri e eu me aproximo dele e a gente se beija. — Você sabe que não levo jeito para essa vida fitnes – eu olho para ele – mil vezes comer hamburguer do que subir escadas. — Estou preocupado – ele muda de assunto e eu vou tirando a minha roupa para ir para o banho. — Porque? — Esse jantar que os meus pais marcaram, no meio da semana. Estranho de mais. — Quem sabe eles querem apenas matar a saudade. — A gente se viu final de semana, almoçamos lá domingo. — E porque teria motivos estranhos para eles chamarem a gente durante a semana? É só um jantar – eu tento desviar o olhar porque Eduardo era muito observador. — Pode ser neurose. — Vou tomar um banho, me arrumo rápido e vamos - ele assente. Eu tinha pavor de mentiras e mais uma vez me questiono se deveria mesmo me manter em silêncio, eu não gostava de mentiras, não gostava de mentir também e toda vez que tinha uma situação assim, eu me crucificava por dentro, eu respiro fundo e termino o meu banho o mais rápido possível. Assim, que chegamos na casa dos meus sogros, somos recebidos por ele, Eduardo não percebe porque ele ainda não sabe sobre a doença do pai, mas como psicóloga e o pouco de sabedoria da medicina um pouco mais avançada, eu começo a perceber os sinais de que ele não estava bem e que na verdade o Cancer já tinha judiado bastante ele. Ambos estão bem nervosos e agoniados, eu consigo perceber pelo tom de voz deles, Eduardo também está inquieto, ele conhece os pais e sabe que algo não está bem. Eduardo nunca quis assumir os negócios da sua família, sempre disse que não ficaria a frente da empresa mesmo tendo cursado a faculdade de agronomia, já que a empresa da família era a Gomes Company uma empresa de maquinas agrícolas, o sonho de Eduardo sempre foi cursar agronomia e engenheiro agrônomo para abrir uma cooperativa, mas seus sonhos desandaram por causa dos seus pais, então ele cursou uma nova faculdade de educação física e se tornou personal trainer em uma academia que ele era socio com seu primo, João. — O que está acontecendo? – Eduarda pergunta assim que se senta no sofá. — Eduardo – eu falo para ele. — Está acontecendo algo, eu sei que está. Vocês estão estranho – ele olha para os pais dele e eu me mantenho em silêncio. — Seu pai está doente – sua mãe joga na lata fazendo com que Eduardo levante o olhar apreensivo para ela e depois para o seu pai. — O que o senhor tem pai? — Não é nada grave – ele tenta amenizar a situação – um bom tratamento eu vou melhorar. — Tratamento do que? Como assim? – Eduardo se levanta. — Amor – eu olho para ele e ele me encara – senta, se acalma. — Você já sabe? — Ela não sabe de nada – sua mãe responde – deixamos para contar para ambos juntos. — O que o meu pai tem? – Eduardo pergunta — O começo de um câncer, mas é curável , seu pai vai precisar se afastar de tudo – ela fala — E quando descobriram? — Essa semana – ele responde para Eduardo – fique tranquilo meu filho, estou com os melhores médicos e como sua mãe disse é algo pequeno e inofensivo, só preciso de um bom tratamento e descanso. — O que os médicos disseram? – eu respiro fundo. Sua mãe me encara o tempo todo e eu tento me manter firme, ambos estão nervosos e tentando passar firmeza para Eduardo, está na cara que eles não querem deixar ele preocupado. — Precisamos de um favor, meu filho – sua mãe fala – eu sei que você nunca quis se envolver com os negócios da família, mas precisamos de você. — Como posso ajudar? — Assumindo como Ceo da empresa até que eu finalize o tratamento e esteja adepto a voltar – seu pai fala – eu não posso entregar a empresa nas mãos de qualquer um. — Eu nem sei como comandar uma empresa- Eduardo fala. — Você sabe, você sabe – o pai dele fala – você é um Sampaio, tem os negócios correndo em suas veias. — Por favor – sua mãe fala implorando – você é nosso filho e a única pessoa que a gente confia – Eduardo me olha. — Eu, eu tenho academia, meu emprego – ele fala andando de um lado para outro. — É só por alguns meses, até que seu pai fique bem – sua mãe fala e eu me levanto andando até ele, coloco a mão sobre o seu ombro. — Vai ficar tudo bem meu amor – eu falo para ele e ele me encara. — Isso é loucura mas é minha família, meu pai – ele fala baixo — Você tem que fazer o que o seu coração mandar – eu sorrio fraco para ele – eu tenho certeza que seu pai vai ficar bem, depois de um bom tratamento com os melhores médicos – eu olho para o pai dele. — Obrigada Katariny, você sempre muito gentil e cuidando do meu filho e de nossa família. — Então, Eduardo? – sua mãe pergunta e ele se mantém em silêncio – precisamos de uma resposta, não sabemos o que pode ser de nossa empresa se você não for comandar, irá tudo arruina, estamos tão nervosos. — Calma – eu olho para ela – ele está pensando no que fazer. — Não tem muito o que pensar, sempre fizemos tudo por ele e agora ele precisa nos ajudar também – ela diz nervosa. Eduardo se mantém olhando pela janela, eu cruzo os meus braços e fico encarando aquela cena toda, ele sempre disse que não iria assumir a empresa porque não queria ser que nem seu pai, que só pensa em trabalhar, sua mãe sabe disso e por isso me procurou, mas deixaria que ele decidisse isso, não iria me impor no meio dessa situação, fico de longe observando tudo, ele se vira e agora me encara, Eduardo se aproxima de mim e beija a minha testa. — Tentarei passar os meus alunos para os outros personal trainer , me dê uma semana e eu tomo a frente da Gomes Company – o tom de sua voz sai tremulo e eu vejo que ele não estava certo de sua decisão, estava agindo por pura pressão dos seus pais.
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