Capítulo 4

2454 Words
Aquela festa prometia muita diversão e Luzía não queria perder por nada, gastou todas as economias que tinha com duas fantasias belíssimas, afinal ela e a amiga mereciam o melhor. Fizeram umas provas e enfim escolheram dois belos modelos Maria Victória escolheu usar uma fantasia de fada um vestido justo de cor azul turquesa com asas na mesma cor e já Luzía preferiu algo mais ousado, uma fantasia sexy de diabinha. Luzía - Se eu fosse você teria escolhido algo mais ousado, está sempre coberta demais. Maria Victória - Você sabe que esse é o meu jeito e olha que esse modelo aqui já é bastante justo! Luzía - Ele é lindo e você está uma boneca! Tenho certeza que hoje você desencanta e pelo menos dá um beijo em alguém. Maria Victória - Eu nuca fiz isso e quando fizer vai ser em alguém que eu goste, assim como você gosta do Eduardo! Luzía - Nem me fale dele...de todos os homens do mundo ele é o pior. Maria Victória - Você dois precisam admitir o que sentem ou vão ficar para sempre nesse jogo bobo de gato e rato. Elas haviam convidado Andréia para ir mas ela preferiu ficar namorando naquela noite, se arrumaram na casa de Luzía estavam lindas e felizes por poder espairecer e ter um pouquinho de diversão. Eram 22:00 e Luzía pediu ao irmão que as levasse naquele endereço misterioso do convite, era uma bela chácara tudo estava bem decorado e já haviam muitos convidados da faculdade. Luzía - Eu sinto que essa vai ser a nossa noite! Maria Victória - Espero seja mesmo, não estou nem um pouco animada para essa música alta. Chegaram alegres e foram para a pista de dança, chamavam atenção do público masculino e colecionavam alguns desafetos femininos. Até que Eduardo se aproxima de Luzía, os dois já haviam tido um breve romance que fora interrompido por umas cenas de ciúmes e imaturidade de ambos. Porém a noite era para curtir à todo custo e isso e eles dois estavam dispostos a fazer. Eduardo - Por que tem fugido de mim todo esse tempo? Luzía - Você não tem merecido o que eu sinto por você. Eduardo - Apesar de tanto desprezo você sabe que sempre acabamos juntos...eu te quero e você sabe que também me quer. Luzía - Já chega...não posso ir contra meus valores. Você não se decide sobre nós e assim eu não quero mais. Eduardo - Eu vou pegar o microfone e gritar para todos que eu te amo, assim vai acreditar em mim? Luzía - Sim. Ele foi em direção a mesa de som e ela o segurou. Luzía - Ficou maluco? Eduardo - Não é isso que você deseja? Sou capaz de tudo por você morena! Luzía suspirou e o beijou, por mais que tentasse ser orgulhosa os sentimentos a venciam. Luzía - Amiga, Eduardo e eu vamos dar uma escapadinha se é que você me entende...você se importa? Pergunta Luzía ao pé do ouvido de Maria Victória pois a música estava muito alta. Maria Victória - Tudo bem, claro que pode ir sei que você gosta muito dele. Eu fico aqui dançando. Luzía - Tem certeza? Maria Victória - Claro, pode ir sim e se cuida. Pede Maria já prevendo que algo poderia dar errado. "Não era nada agradável ser largada assim no meio da pista, mas não era o momento de ser egoísta. Eduardo e Luzía viviam aquele romance vai e vem a muito tempo. O que era inquestionável era o quanto ela o amava apesar de tantos vacilos da parte dele!" Luzía e Eduardo saem em direção aos quartos que ficavam no primeiro andar, enquanto Maria Victória fica dançando e tomando uma taça de ponche. Um homem chama sua atenção na pista de dança, ele usava uma enorme capa preta que cobria bem seu rosto e tudo que se podia ver é que em sua fantasia ele usava um sensual tapa olho. Ele a olhava insistente e dançava sempre ali por perto, parecia muito interessado. "Aquele homem parecia me seguir a cada passo, mas era natural por estarmos em uma festa onde as paqueras eram invitáveis." Maria Victória dançou e se livrou de alguns atrevidos na pista, até que precisou ir ao banheiro que ficava no fim de um longo e escuro corredor. Ela foi se desvencilhando de muitas pessoas que dançavam e bebiam, quando entrava, percebeu duas garotas saindo de lá uma caia de bêbada enquanto as outras a amparavam, ela olha aquela cena deplorável e entra. Enquanto retocava sua maquiagem na frente de um enorme espelho ouviu o barulho da porta sendo trancada...quando olhou para trás era ele...aquele homem da capa preta. Maria Victória - O que faz aqui? este banheiro é feminino...será que não sabe ler? O coração dela estava disparado e as mãos trêmulas. E ele, nada respondeu apenas deu passos em direção a ela. "Aquele não parecia um encontro casual, por mais que eu no fundo esperasse um: me desculpe eu me enganei de banheiro! Tudo o que eu podia ver através daquela fantasia eram seus olhos verdes e quase poderia apostar que já havia os visto em algum lugar." Maria Victória - Por favor saia ou eu vou gritar. Ela sabia que pouco importava o quão alto gritasse com a música naquela altura ninguém a ouviria. Ele chega próximo a ela...que grita e tenta fugir de seu toque ele a pega com força virando-a de costas para ele. Pressiona um pano com sonífero em suas vias respiratórias e ela apaga totalmente... Horas depois Luzía e Eduardo saem do quarto e vão procurar Maria Victória pela casa, não a encontram em lugar algum e já começam a estranhar Luzía - Alguém viu a minha amiga? Ela estava fantasiada de fada... Perguntaram a todos, mas nada de alguém ter visto...era uma festa agitada ninguém estava preocupado em tomar conta uns dos outros, era só farra, bebida e ainda mais com todos fantasiados seria difícil identificar alguém. Passavam das 3:00 da madrugada os amigos estavam exaustos de procurar Maria Victória, Luzía conhecia bem a amiga e sabia que ela não sumiria assim sem motivo. Luzía - Por favor precisamos encontrar a Maria, meu Deus não devia ter deixado ela sozinha o que quer que tenha acontecido eu sou a culpada! Luzía chora e se desespera. Eduardo - Nós saímos e deixamos ela aqui na pista de dança, como Maria pode ter sumido assim? Ela pode ter saído com algum cara de repente e está se culpando atoa... Diz Eduardo, tentando acalmar os ânimos. Luzía - Você não a conhece como eu...ela nunca, nunca iria assim com um cara que conheceu em uma noite. Já chega de esperar, vou chamar polícia. Alô, eu gostaria de registrar um desaparecimento! Diz ela com voz embargada. Policial - Sim, a pessoa foi vista pela última vez a quantos dias? Luzía - A algumas horas, umas três a quatro horas atrás senhor. Policial - Infelizmente só considera-se desaparecimento após 24 horas do ocorrido. Luzía - Mas você não está entendendo estamos em uma festa e minha amiga sumiu, por favor estou desesperada. Policial - Moça sua amiga vai aparecer, caso o contrário após as 24 horas venha registrar um B.O e nos conte todos os detalhes que puder recordar. Luzía desliga o celular incrédula sobre o que ouviu, se antes estava apavorada agora muito mais e se sentou na parte de fora da fazenda onde só se viam garrafas jogadas e bêbados procurando a saída. Nem a polícia poderia ajudar a encontrar a amiga, ainda assim continuaram procurando até amanhecer o dia e nada...Luzía só chorava e se culpava pelo que estava acontecendo. Maria Victória desperta no banco de trás de um carro tentava ver o caminho ou reconhecer algo, estava com as mãos amarradas e a boca amordaçada. Ela tentava se sentar, mas estava muito sonolenta e não conseguia reagir, apenas fechou os olhos e adormeceu novamente. Eram 7:00 da manhã e eles entram em contato com Andréia, a companheira de quarto de Maria Victória imediatamente ela se preocupa e vai até lá. Um funcionário do local chega para fazer a limpeza junto com uma equipe, ele avisa que era comum alugarem o local para essas festas e que na parte de trás havia um rio que muitos jovens saíam dessas festas para se banhar nele. E deveriam ir procurar por lá. Luzía - Maria Victória jamais entraria nesse rio ela é puritana e cautelosa demais para pular na água no meio da noite e sabe lá com quem, mas não resta outro lugar onde não tenhamos procurado, vamos até lá. Luzía foi junto com os demais, caminharam para a parte de trás da propriedade até chegar naquele tal rio. Na beira do rio haviam latas de cerveja, o que denunciava que alguém esteve por lá, mas isso de nada ajudava. Até que Eduardo convence a todos a irem para casa, pois haviam procurado onde podiam e infelizmente quem poderia fazer era a polícia que só tomariam uma atitude passadas as tais 24 horas. Eduardo - É melhor irmos para casa, onde era possível procurar nós já fomos. Ela vai aparecer...eu tenho certeza! Luzía - É bom que esteja certo..por que se isso não acontecer eu nunca vou conseguir me perdoar nessa vida! Eduardo abraça Luzía e leva para casa, eles percorrem o caminho de volta no mais absoluto silêncio. Luzía entre em casa e só consegue chorar pensando no que poderia ter acontecido a sua amiga, claro que aquela história não acabaria bem. Ligava de hora em hora para Andréia esperando pelo milagre de saber se Maria Victória teria voltado para casa, mas nada. Luzía - Me diga que entraram em contato? Andréia - Infelizmente não e ela não voltou para casa, Deus Luzía alguma coisa terrível deve estar acontecendo. Luzía - Infelizmente é o que eu sinto e a cada hora que passa as chances dela estar viva diminuem. Se estiver presa, machucada ou dopada? Andréia - Não vamos pensar no pior, tenho certeza que Deus não vai permitir que ela morra sem conhecer os pais. Esse é o maior desejo da vida dela e sei que vai conseguir realizar. Luzía - Sim ela vai conseguir! Qualquer coisa me avise. Andréia - Sim e peço o mesmo a você! Maria Victória acorda em uma casa deitada em uma cama, se assusta ao perceber que havia uma corrente de ferro presa em seu calcanhar. Ela a puxava com força, mas era impossível se livrar e notou que não estava usando sua fantasia pois sua roupa havia sido trocada...usava um vestido de renda branco que com certeza não era dela. "Sinto tanto medo que me faltam razões para pensar que tudo isso possa ser real, estar presa em um quarto desconhecido e sabe Deus com que finalidade. Eu só quero despertar desse pesadelo...Deus me acorde!" Maria Victória - Minha roupa? Quanto mais ela buscava uma resposta para aquela situação mais imergia dentro do abismo e do terror daquele lugar vazio. Em um flash rápido se lembrou da festa e daquela figura preto que a seguia com o olhar, até recordar daquele banheiro e das mãos com luvas pretas a segurando com um pano embebido em líquido de forte odor em seu nariz. Maria Victória - Meu Deus, fui sequestrada. Mas por que e por quem? Não tenho dinheiro e muito menos família para pagar algum resgate. Ela olha ao seu redor, era um quarto bonito, limpo e bem organizado. Um edredom azul e tudo estava muito limpo e organizado. Tinha apenas uma janela com grades de metal, fora só se observavam árvores e pássaros que cantavam devorando parte do silêncio daquela cabana...com certeza era longe da civilização. Maria Victória - Zona rural? De nada vai adiantar que eu grite o mais forte possível...não há som de carros. A estrada deve ser muito longe daqui. A porta estava trancada e ela só conseguia chorar, quanto mais pensava mais se desesperava por que mais e mais perguntas surgiam em sua mente. Maria Victória - O que esse homem quer? por que me trouxe para esse lugar...? Ela ouve o trinco da porta se mover, se encolhe no canto do recinto as lágrimas rolavam em seu rosto branco que agora tinha expressão de horror. Aquele homem enorme vestindo uma capa preta, com botas escuras e luvas entrou e trancou a porta por dentro em seguida a olhou com aqueles olhos verdes que mais pareciam uma enorme lacuna. Estevão - Então minha nifetinha já está acordada? "Essa voz...por Deus, eu a conhecia era dele, sim só podia ser!" Maria Victória - Pro...professor Estevão? Estevão - Eu sabia que você não tinha me esquecido, assim como eu nunca tirei seus olhos da minha mente...nesses meses como senti falta de ouvir sua voz. Diz ele tirando a capa, tapa olho e revelando sua face inexpressiva. Maria Victória - Por que me trouxe aqui? por favor me diz por que está fazendo isso comigo? Ela chorava ainda negando a si mesma que estava ali naquela situação. Estevão - Calma, não fique assim tão nervosa...isso pode te fazer m*l. Ele chegou mais perto se abaixando para tocar em seu rosto. Maria se encolhe mais, fugindo do contato físico estava em pânico e o que menos queria nesse mundo era aquele homem próximo. Maria Victória - Por favor professor, por Deus não me toque! Estevão - Não somos mais professor e aluna...somos muito mais íntimos que isso! Ele sorri e a agarra com força contra seu corpo, ela soluça e treme de horror. Ele sente seu perfume e roça sua boca na pele trêmula dela dividindo parte de seu calor com aquele corpo pequeno e que tanto desejava. Estevão - Eu sempre quis uma garota especial, alguém que fosse integralmente minha, até que vi esses seus olhos...ahhh como eu podia sair ileso desse encontro? Eu quis você desde o primeiro olhar, seu jeito único.... Ele lhe cheirava forte o pescoço, Maria sente o corpo dele despertar ao tocar o seu e chora de horror. Maria Victória - Não por favor...me deixa ir eu prometo que não conto para ninguém. Estevão - Esqueça a vida lá fora, aqui temos tudo o que precisamos: um ao outro! Prometo que nada vai te faltar, estou aqui para garantir que ninguém nesse mundo te machuque. Maria Victória - O que quer de mim? Estevão - Você escolheu seu destino, está vendo isso? "Ele tirou do bolso um lindo anel de pedra verde." Estevão - Não acha que ele é lindo? Maria Victória - Sim...eu acho. Estevão - Tem a cor dos seus olhos. Ele colocou aquele anel no dedo de Maria que apenas ficou olhando para aquela peça.
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