Capítulo 2

2280 Words
Dias atuais... Ellen - Sejam bem vindos ao nosso grupo de apoio. Alguém gostaria de dividir conosco sua história? Maria Victória já se sente á vontade para compartilhar? "Já estava a meses participando daquele grupo e ouvindo aquelas histórias, relatos tão tristes e trágicos como tudo o que passei. Mas eu ainda não havia conseguido externar tudo o que estava guardado era como se falar no assunto me transportasse de volta as mesmas sensações, dores e horrores daqueles meses." Maria Victória - Me desculpe, mas ainda não me sinto pronta! Ela sai da sala aos prantos e para na igreja era seu refúgio o local onde conseguia se lembrar de tudo sem que a angústia a sufocasse por completo. Flashback - 7 anos atrás Era mais um dia comum, Maria Victória (Kristin) fazia faculdade de história no período noturno cursava o quarto semestre, estava com 20 anos e já fazia planos de trabalhar no museu da cidade onde morava. Era apaixonada por história antiga e sonhava em fazer viagens para conhecer o Egito e mergulhar nesse universo que ela tanto amava. Trabalhava durante metade do dia no refeitório da faculdade para poder pagar o aluguel do quarto que dividia com sua colega. Ela e Andréia pouco se viam e suas personalidades distintas também dificultavam um pouco uma relação mais estreita de amizade. Por não ter conhecido os pais, sempre existiu um vazio grande em seu coração. Sentia falta do colo da mãe, de um abraço e da proteção paternal. Maria Victória era calma e muito centrada nos estudos, já Andréia era acelerada papai e mamãe pagavam a faculdade, gostava de aventuras amorosas e não se dedicava muito ao curso de Direito. Andréia - Hoje nem tive tempo de pegar nos livros. Passei dia com o Bruno fazendo...você sabe né? Ou não. Você vive de livros, parece que quer morrer virgem. Diz Andréia sorrindo. Maria Victória - Claro que imagino o que ficaram fazendo, mas toma cuidado. Seus pais ameaçaram te levar de volta se reprovar mais uma vez. Andréia - Se eles acham que vou viver só de leis se enganam, quero curtir agora enquanto jovem e eles vão ter que aceitar e mais, hoje não vou para a aula nem amarrada. Maria Victória - Eu tenho as cinco aulas, então se for sair vê se tranca direito essa porta e toma cuidado. Pede Maria Victória enquanto arruma os livros para sair. Andréia - Tá bom Maria "Madalena" boa aula. Chegando na faculdade sua grande amiga e confidente Luzía a esperava na sala de aula, se sentavam próximas. Maria Victória - Essa noite eu tive um sonho estranho. Luzía - Estranho como? Maria Victória - Eu estava presa, mas não haviam correntes ou cordas...eu só sentia como se não pudesse sair. Luzía - Era uma casa? Maria Victória - Não sei, eram muitas grades...acordei gritando com Andréia me dando tapas no rosto. Luzía - Que estranho...mas mudando de assunto, amiga você soube o que aconteceu com o professor Luís? Maria Victória - Não, o que aconteceu? Luzía - Ele teve um AVC a uns dois dias, mas também o coroa fumava feito uma chaminé e bebia igual a um louco cedo ou tarde conta iria chegar. Maria Victória - Nossa coitado e agora o que serão das nossas aulas de História Medieval? No mesmo instante adentra a sala de aula um homem jovem alto e forte, era branco, cabelos escuros, tinha olhos verdes e estava bem vestido. E nada de aliança!!!! Estevão - Boa noite a todos, infelizmente o professor Luís teve que se ausentar por problemas de saúde. Me chamo Estevão e o substituirei por tempo indeterminado. Érika - Muitíssimo prazer. Responde Érika em tom bem incisivo no fundo da sala, era comum o seu jeito atirado principalmente com os professores bonitos e jovens como ele. Luzía e Maria Victória sorriem da situação. Aquele professor não era só um belo homem de uns 29 anos, mas também um poço de inteligência, como dominava as palavras os conteúdos usava uma linguagem moderna e que surpreendia a todos e em especial as mulheres presentes. Porém, ele não pode ficar alheio a beleza daquela jovem da terceira fila, acima de tudo era homem e ficou impressionado com aqueles olhos verdes e aquele sorriso tão espontâneo de Maria Victória. Estevão - Para nossa próxima aula eu quero que redijam um texto sobre Lendas Medievais e apresentem para a turma, assim eu posso conhecer melhor do que meus alunos são capazes. Luzía - Ah professor, estava indo tudo tão bem...a próxima aula já é na sexta-feira? Estevão - Exatamente, tempo suficiente para vocês. Ele olha para Maria Victória, sorri e ela retribui. Fim da aula. Luzía - Amiga eu estou em transe ainda, que professor é esse? Um pedaço de m*l caminho. Eu não vou faltar as aulas de história Medieval nunca mais. Diz Luzía se abanando. Maria Victória - Você não existe amiga, e o que mais surpreende nele é inteligência. Que aula perfeita! Luzía - Você só pensa em estudo. Deus me livre...vai dizer também que não percebeu como ele te olhava né? Maria Victória - Como assim? Ele olhava normal, como olhava para todos. Luzía - Ai Maria Victória, você não tem mesmo malícia...ele olhava sim e para sua boca, já imagino o que pensava. Ela sorri alto. Maria Victória - Você é mesmo maluca. Luzía - Nem precisa estudar amiga, você já está aprovada. Maria Victória - Você está é muito enganada! As duas saem sorrindo. Dia seguinte... Trabalhando no refeitório Maria Victória limpava algumas mesas desocupadas, quando sente um toque delicado em seu antebraço. Ela se assusta e se afasta. Estevão - Desculpe, não queria te assustar. Ele a olha fixamente. Maria Victória - Professor Estevão, eu que peço desculpas eu não vi que era o senhor. Venha, essa mesa que já está arrumada. Diz ela levando ele até uma mesa limpa. Estevão - Por que não se senta comigo um instante? "Com esse convite era impossível não lembrar do que Luzía havia dito, porém era só uma conversa amigável e estavam no campus da faculdade o que poderia haver de m*l nisso?" Maria Victória - Tudo bem. Ela se senta. Estevão - Eu percebo que a turma de vocês é meio fechada. Eu gostaria de conhecer mais sobre meus alunos. Ele arqueia a sobrancelha. Maria Victória - Bom, somos como qualquer outra turma de faculdade, mas o que posso dizer é que a maioria é bem esforçada nos estudos...principalmente os bolsistas como eu. Estevão - Então você é bolsista? me fale mais de você... Ela se incomoda com a pergunta, mas responde. Maria Victória - Eu sou órfã e assim que saí do orfanato vim morar aqui na república da faculdade. Trabalho aqui como o senhor já viu...não há muito o que contar. Ela baixa o semblante. Maria Victória - Posso te trazer um café ou outra coisa? Estevão - Um café, por favor! Ela sai e volta momentos depois com o café. Diz a ele que precisa servir as outras mesas afinal já tinham mais alunos no local. Ele agradece e a observa trabalhar, era linda...tinha um belo corpo, uma voz doce e agradável e já podia imaginar muitas outras coisas com ela. Já era quarta-feira e só neste dia Maria Victória conseguiu tempo para aquele fatídico trabalho de Lendas Medievais, estava sentada na frente do computador naquela biblioteca buscando inspiração. Até que encontra algo que lhe chama atenção...sim será sobre isto que irei escrever, pensa ela. Na sexta-feira... Maria Victória se arrumava para sua aula, quando Andréia chega toda animada. Pula na cama e olha a outra moça pelo espelho... Andréia - Maria passa pelo menos um brilho labial nessa boca! Ela era vaidosa mas nunca buscava se destacar demais ainda mais para ir estudar, achava desnecessário exageros. Porém um brilho era algo delicado e sutil, decidiu acatar. Chegando na faculdade.. Luzía - Amiga está todo mundo comentando sobre você e o professor novo. - Diz Luzía puxando Maria Victória pelo braço e indo em direção ao banheiro. Maria Victória - Como assim? Ficaram malucos? Luzía - Estão dizendo que viram vocês juntinhos no refeitório quase se beijando... Maria Victória - Isso é mentira...apenas sentei com ele uns instantes e ele me perguntou coisas sobre a nossa turma... Luzía - Eu sei amiga, claro que não acreditei nessa bobagem, mas ainda acho que ele está afim de você. Maria Victória - Você e todos estão enganados, ele é meu professor e eu só mais uma aluna. E vamos para sala de aula que não quero que além disso tudo a gente perca a nota desse trabalho e******o. "Eu sempre cuidei tanto da minha reputação, mas deram um jeito de me envolver em uma história sórdida e absurda como aquela." Elas chegam na sala e todos já estavam sentados inclusive o professor, as conversas paralelas especialmente das mulheres da turma davam a entender que o teor era sobre Maria Victória o fato de Estevão também ter se virado para vê-las entrar. Estevão - Posso saber qual a graça? Pergunta sério o professor paras as alunas no fundo da classe. Estela - Nada professor desculpe. Maria Victória - Agora como eu solicitei na aula passada vou chamar uma a um para ler sua pesquisa. Para começar você Maria Victória. Luzía dá uma leve cutucada na amiga, mas Maria não cria caso e vai para a frente da sala. Ela sempre foi boa aluna e dominava as apresentações como poucas ali. Maria Victória - Eu vou falar sobre a lenda das Ninfas: são divindades femininas secundárias da mitologia grega que habitam o campo, principalmente junto às fontes e estão ligadas à terra e à água. Elas dão personalidade e individualidade a locais aquáticos. Podem assumir a forma de peixes, os quais protegem... Maria Victória apresentava com segurança, jamais se intimidava ela sabia que havia estudado e dominava como ninguém aquele assunto. Ela finaliza deixando o professor e os demais impressionados, as apresentações seguem e Estevão faz algumas considerações sobre as apresentações. Estevão - Eu pude perceber o empenho da turma e me surpreendi com as pesquisas que fizeram. Era inevitável o contato visual com Maria, ele estava enfeitiçado agora não só com a beleza, mas com inteligência e capacidade de lidar com as palavras...era admiração e desejo. Henrique - Professor, mas o senhor esqueceu de um detalhe importante...não nos disse, quanto valeu esse trabalho? Estevão - Certo eu avaliei a todos e na próxima aula entregarei um relatório sobre cada pesquisa que me entregaram...por hoje terminamos. Responde Estevão olhando para o relógio de pulso e liberando a turma. Dias depois... Estevão - Eu vou entregar os trabalhos junto as minhas considerações e a nota de cada um...quero ressaltar que eu atribuí nota máxima a ele de 0 a 10. Ele entrega todos os trabalhos. Maria Victória se entristece ao ver sua nota, era um 5. Ela fica sem chão, havia se dedicado aquela pesquisa e dado tudo de si naquela apresentação..não podia estar certa aquela avaliação.. Maria Victória - Luzía quanto você tirou no trabalho? Luzía - Eu tirei 8 amiga e você 10 como sempre né? Maria Victória - Não...eu tirei um 5... Eu estava apavorada por dentro, era bolsista e precisava de boas notas ou perderia minha bolsa integral e com ela a moradia e o trabalho." Luzía - O que? Esse cara maluco?? claro que essa nota está errada. Até as imbecis como a Érika admitem que você é a melhor aluna dessa sala...amiga isso para mim só pode significar uma coisa. Maria Victória - O que? Luzía - Que ele quer que você vá falar com ele sobre esse trabalho e implore para que ele te ajude com sua nota. Maria Victória - Pára Luzía, o que ele ganha me prejudicando? eu acho que devo ter deixado passar coisas importantes na pesquisa...só pode ser isso. Luzía - Como você é inocente a essa altura ele sabe que você tem bolsa de estudos. "No mesmo instante, me recordei eu mesma havia dito isso a ele na conversa que tivemos no refeitório e fiquei surpresa com a possibilidade de que ele realmente queira me prejudicar." Maria Victória - Mas por que? por que ele iria querer me fazer m*l? Eu não fiz nada para ele. Luzía - Deixa de ser tonta, ele quer você nas mãos dele, percebeu que você é uma moça direita e que não ia cair fácil nas garras dele...ele está jogando sujo e você é o prêmio. Maria Victória - Não Luzía eu duvido muito que ele seja esse tipo de cafajeste, eu vou ter que estudar o triplo agora que tenho certeza de que ficarei de recuperação... Luzía - Você que sabe...mas não diga que eu não te alertei quando ele te agarrar na sala de aula. Ela sorri ainda apreensiva. Maria Victória chega em casa e pensa em toda a situação, se realmente o que Luzía disse for verdade ela iria sofrer muito com aquela situação. Nem conseguiu dormir direito naquela noite apenas imaginando o que iria fazer. Nos dias seguintes o clima nas aulas de Estevão eram intimidantes para Maria Victória, ela se sentia acuada tendo sempre que provar algo mais do que os outros alunos...parecia sempre submetida a provas de sua capacidade. E por falar em prova eles fariam a avaliação final na aula seguinte, ela precisava tirar nota máxima para fugir da avaliação final onde era tudo ou nada..ela estudava todos os minutos que podia. Quando saia do trabalho, dormia tarde pois chegava da aula e ia pegar os livros já estava com olheiras devido a falta de sono e preocupação. Estava vivendo dias que nunca havia imaginado.
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