Já fazia uma semana que eu estava internada no hospital, Gisdelly já havia me demitido e me recontratado umas 10 vezes. Anna havia contrabandeando um celular para mim conseguir fazer meu trabalho escondida, nem depois de morrer e voltar eu consigo uma semana livre de verdade. Vida de adulto e uma merda.
- Cadê minha paciente favorita? - Anna entrou em meu quarto com a típica roupa de médica, calças e blusas azuis e um jaleco Branco, sorrindo alegremente como sempre. sinceramente, creio que sem Anna, minha sanidade teria acabado a muito tempo.
- Achei que favoritismo era proibido no hospital? - Perguntei divertida
- Será nosso segredinho – Ela riu e andou até a lateral de minha cama e se sentou – Como você está hoje?
- Quero sair daqui - Bufei irritada, uma semana enclausurada a uma cama era uma das cinco piores coisas que poderiam me acontecer, a primeira já me aconteceu, morrer, a segunda, não ver mais meus filhos, oque já estava acontecendo, as outras digo outra hora – Quando vou poder sair?
- Não gosta da minha companhia? - Anna fez bico e eu ri – Adivinha quem tá com o seu lindinho
- Minha mãe? - Ri e esperei ela falar enquanto pegava o bolo de cartas que eu escondia atrás da cama e embaralhava.
- Louise – Ela rio e sentou na minha frente quando me sentei cruzando as pernas.
- E quem e essa, senhorita Anna – distribui as cartas para nos duas, Anna sempre foi assim, impulsiva, burlava as regras o tempo todo, E uma das melhores médicas desse hospital mais também é uma das mais bagunceiras, e sempre surpreendia, principalmente a mim – Anna fala logo.
- Minha nova amiguinha - Ela riu e olhou as cartas – Ela é legal.
- E uma desconhecida Anna – Falei reorganizando minhas cortas, na verdade nem eu nem Anna sabemos jogar, mais na falta do que fazer e o que resta.
- Mais eu a conheço – ela me olhou fazendo bico e sorrio – Muito bem por assim dizer.
- Não precisa me falar os detalhes de suas conquistas Anna, só espero que ela esteja cuidando bem de meu bebê.
- Felipe já tem 5 anos, pelo amor de Deus trate ele como o homem que ele é
- Se fosse assim eu devia te tratar como uma mulher que é o que você e!
- E você me trata como? Como homem? - ela pôs as mãos no peito fingindo estar ofendida
- Estamos jogando cartas e apostando cigarros, E eu nem fumo, E não temos cigarros - Quase gritei
- Não quer dizer que me trata como homem, E só por que não fumamos não quer dizer que não podemos apostar cigarros imaginários – Anna fingiu pegar um cigarro de ar e o fumar, eu só ri e neguei com a cabeça.
- Ganhei – mostrei o conjunto de cartas na cama de forma triunfante.
- Isso esta certo? - ela me olha confusa e desconfiada.
- Obvio que está, vai dizer que não vê o quanto estou certa – levantei uma sobrancelha sorrindo
- E claro, foi uma ótima jogada minha amiga, uma ótima jogada – Ri mais ainda, ouvi alguém abrir a porta fazendo Anna cair pra trás – p**a que pariu.
Tentei esconder as cartas mais não adiantou, um homem pós a cabeça para dentro do quarto e o olhou com atenção, seus olhos foram para Anna que estava no chão e depois pra mim. meu coração acelerou, não porque ele era tremendamente boa pinta mais sim por que eu sabia que meus longos cabelos loiros estavam embaraçado, que eu estava sem maquiagem, que ainda estava com a cara toda amassada, estou horando mentalmente para não esta com bafo ou com baba no canto da boca, se depender de Anna eu pagaria um mico por segundo, ela não me avisaria se estivesse com alface no dente ou um abacaxi na cabeça.
- Estou atrapalhando? - Ele olhava divertido pra Anna e pra mim, e meu senhor, que olhar era aquele, Anna chama esse tipo de olhar de "Abaixa calcinha".
- Oi.... não... eu...há...quem e você? - O olhei com atenção.
- Olá, sou a medica da Sra.Owen - Anna se virou para mim e piscou - Preciso me retirar, ate mais
Anna se virou e saio, o homem de cabeça raspados, entrou e sorrio com dentes de porcelana, ele se virou para fechar a porta e se aproximou da cama, sua presença parecia tomar a sala toda, não de uma forma intimidadora, mais sim reconfortante, poderosa. Já vi homens lindos na vida, trabalho com modelos, mais ele tem uma virilidade que se pode notar pelo olhar, seus ombros eram largos, seu peito forte, seu abdome definido, dava para notar pela camisa de algodão colada no corpo, e nem falei das coxas, nem as minhas são tão perfeitas assim, e a b***a? não sou tarada por bundas, mais me deu vontade de morder e lamber aquela b***a.
Por quê infernos ele tinha que ter uma b***a tão perfeita? por quê tinha que ser tão gostoso assim? dizem que homens negros são gostosos mais esse ultrapassa a linha da beleza. E a maior de todas as perguntas feitas ate esse momento. por quê eu estou olhando tanto ele, babando tanto por ele. já fui muito mais recatada, mais comportada. agora parecia que eu estava no cio.
- Me chamo Marcelo rodrigues - ele sorrio, cara, os olhos dele era tão verdes, tão profundos, como o oceano.... p**a que pariu, vou pirar - Foi eu que bati no seu carro.
- Você? você quase me matou - Gritei, de repente todo aquele monumento de homem virou só um ser i****a, péssimo motorista e que quase me matou.
- Foi você que ultrapassou o sinal vermelho - seus olhos verdes pareceu se encher de chamas, me olhando de cima a baixo. - E não aponte esse dedo pra mim mocinha.
- Mocinha e a tua avó - Cruzei os braços, toda a maturidade que acumulei nos últimos 9 anos virou pó e só restou a barraqueira criançona da Scar.
- Você parece uma criança - Ele riu cruzando os braços, e eu queria que ele não tivesse feito isso
- E você um velho rabugento sabia, veio pedir desculpas por bater no meu carro? ou só veio me chamar de criança ?
- Olha, se você não fosse tão grossa eu te pediria desculpas, mais perdi a vontade - ele se virou e abriu a porta para sair, e de novo vi aquela maldita b***a. grande redonda e empinada.
- ADEUS - gritei e bufei
Passei o resto da manha sozinha, fiz ligações marquei horários para Gisdelly, fiz a droga do trabalho burocrático, thomais havia sumido, não dera noticias asses dês do acidente. não veio ver se eu estava viva, nem procurou pelo nosso filho, mais isso não era novidade. fui sozinha paro o hospital para ter Felipe, thomais havia sumido. ele foi encontrado três dias depois na esquina de casa bêbado jogado literalmente no lixo, tive que pedir ajuda a Nicolas meu irmão mais velho pra tirar ele de lá, estava de resguardo e não podia pegar peso. Mais ou menos umas 19:30 da noite, alguém bateu em minha porta, eu disse um entre enquanto digitava no meu not, estava substituindo uma modelo que machucou o pé dançando. burra.
- Scar? - Era Anna, ela já não estava mais de jaleco - vim me despedir, acabou meu plantão.
- Tchal - nem a olhei, estava irritada.
- Não faz assim Scar - Anna se aproximou da cama, estava com cheiro de sabonete - tenho uma boa e uma má noticia.
- Diga - fechei o not e a olhei
- A má e que... encontramos Thomais - ela olhava as unhas curtas e impecáveis
- Des de quando achar meu marido e uma má noticia? - Ri, ela odiava Thomais
- Ele estava em um motel - Ela não olhava em meus olhos, comecei a temer pela vida dele, já me arrependia de desejar sua morte - Com outras.
Foi como um banho frio, como se eu tivesse mergulhado em uma banheira de gelo, tudo doeu, parecia que aos poucos eu parava de sentir os movimentos do meu corpo e só sentia a dor, pulsante, crescendo. comecei a me perguntar quantas vezes ele me traio, se eu tivesse sido uma mulher tão r**m, o que eu fiz de errado? eu mereci isso? eu trabalhei criei nosso filho, eu deixava ele fazer oque ele quisesse, dei uma vida de rei pra ele.
- como ele pode fazer isso comigo - joguei o not no chão, as lagrimas desceram sem controle, senti os braços de Anna me abraçando e retribui o abraço.
- quer a noticia boa? - ela sussurrou enquanto acariciava minhas costas
- quero - minha voz estava esganiçada, embargada de tristeza.
- eu vou te ajudar a se vingar dele - ela sorriu, eu me afastei e olhei seus olhos verdes acinzentados
- como? - passei a mão no rosto tentando enxugar as lagrimas
- simples minha linda amiga - ela pegou um lenço e passou em meus olhos como se eu fosse uma criança - você vai colocar o mais lindo e enfeitado e cor de rosa e purpurinado par de chifre naquela cabeça de jabuti.