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Entre a Vida e a Morte

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intro-logo
Blurb

No coração do Complexo da Maré, onde o som dos tiros ecoa mais alto que promessas de paz, Mariana vive para salvar vidas. Médica respeitada, filha de um juiz, com uma carreira promissora — até a noite em que um corpo baleado chega às suas mãos... e muda tudo.

Pedro não é apenas mais um paciente. Ele é o dono do morro, temido por uns, reverenciado por outros. Um homem marcado por sangue, poder e cicatrizes que vão além da pele. Ferido em uma emboscada, ele precisa ser salvo longe dos olhos da lei. E é Mariana quem arrisca tudo para mantê-lo vivo — em segredo.

O que começa com adrenalina vira desejo. O que deveria ser repulsa vira fascínio. Dois mundos colidem: ela, da ciência; ele, da sobrevivência. Mas no meio dessa guerra, onde tudo é proibido, um sentimento nasce forte o bastante para destruir carreiras, romper alianças e desafiar a própria morte.

Ela jurou salvar vidas. Mas quem vai salvar a dela... quando o coração escolhe o lado errado da guerra?

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Linha Vermelha
A sirene da ambulância ecoava ao longe, mas não era ela que fazia o coração de Mariana bater tão acelerado naquela noite. O que pulsava em seu peito era o silêncio tenso que dominava o corredor m*l iluminado do hospital público, misturado ao calor sufocante que não dava trégua — nem mesmo dentro das paredes da emergência. — Mais um baleado vindo da Maré — anunciou uma enfermeira, entrando às pressas. — Tiros de fuzil, estado crítico. E, doutora... sem registro na ambulância. Mariana congelou por um segundo. Aquilo só podia significar uma coisa: alguém importante. Importante demais para passar pela entrada principal. Alguém que, provavelmente, a polícia preferia morto. — Onde ele está? — perguntou firme, enquanto já calçava as luvas de látex. — Estão trazendo pelos fundos. Disseram que só você pode atender. Que é questão de vida ou morte. Ela engoliu seco. Sabia o que aquilo significava. Tinha feito plantões suficientes para entender os códigos não ditos daquele sistema podre: traficantes poderosos eram atendidos em silêncio, longe dos relatórios, longe das investigações, longe dos olhos certos — e bem mais perto dos errados. Mas o que ela não esperava era o que veria quando abriu a porta da sala improvisada nos fundos do hospital. Dois homens armados até os dentes seguravam uma maca improvisada feita com tábuas de madeira. Deitado sobre ela, com a camisa ensanguentada do Flamengo e uma corrente grossa no pescoço, estava ele. Pedro. O dono do morro. O chefão da Maré. Ele estava inconsciente. Mas mesmo desacordado, sua presença enchia o lugar como se estivesse acordado e armado. A fama dele era conhecida por todos os plantonistas do Rio: era o tipo de homem que mandava parar o baile e também mandava cortar a luz da UPP. Quem ousasse se meter com ele, morria. Quem salvasse a vida dele... podia acabar virando refém da própria decisão. — Ele perdeu muito sangue. Vai precisar de cirurgia agora — disse Mariana, tentando manter a voz estável. Seu estômago revirava. Não por medo, mas pela sensação de que, naquele instante, ela deixava de ser apenas médica. E virava cúmplice. — Sem registro. Sem nome. Sem nada. Ele não pode morrer — disse um dos homens, a arma pendurada no ombro. — Se ele morrer... o morro desce. Ela assentiu com a cabeça. Respirou fundo. — Me ajudem a levá-lo. E depois saiam. Ninguém pode ver vocês aqui. As mãos de Mariana tremiam debaixo da máscara cirúrgica. Cada corte no corpo dele era um desafio, cada batida fraca do coração era um risco. O projétil estava alojado perto do pulmão. Cirurgia delicada, mas não impossível. Enquanto costurava os ferimentos, sua mente tentava entender como havia ido parar ali. Ela, a aluna brilhante da UFRJ, com estágios em hospitais privados, jurando salvar vidas acima de tudo. Agora, no meio da madrugada, costurava a carne de um criminoso que provavelmente havia tirado dezenas de vidas. Mas havia algo em Pedro que prendia seus olhos. Mesmo desacordado, sua expressão era de força. Não era medo o que ela via. Era controle. Mesmo lutando contra a morte, parecia ainda ser ele quem mandava. Quando terminou o último ponto, limpou o suor da testa com o antebraço e olhou para o monitor: os sinais vitais estavam se estabilizando. Ele viveria. E com isso, a vida dela começava a mudar. Horas depois, ele abriu os olhos. Mariana estava sentada ao lado da maca, revisando os dados no tablet, quando ouviu a voz rouca e arrastada: — Cê é médica mesmo ou anjo? Ela se virou. Ele a encarava com os olhos semiabertos, o rosto machucado, mas o sorriso torto ainda intacto. Era o tipo de homem que parecia flertar até com a dor. — Sou médica. Você levou dois tiros. Um quase atingiu o pulmão. Sorte sua eu estar de plantão. — Sorte... ou destino. Ela o olhou com firmeza. — Não foi destino. Foi improviso, perigo, e mais um monte de gente armada nos fundos de um hospital. Você devia estar morto, Pedro. — E cê devia me deixar morrer? A pergunta pairou no ar. Mariana sentiu o peso dela, como uma brisa cortante passando por dentro do peito. — Eu sou médica. Salvo quem chega pra mim... seja quem for. Pedro a observou por mais tempo do que ela considerava confortável. Depois sorriu. — Tá no lugar errado, doutora. No nosso mundo, quem salva muito... morre cedo. Ela não respondeu. Estava cansada, com medo e estranhamente fascinada por aquele homem. Ele era o oposto de tudo que ela defendia — e ainda assim, ali, naquela madrugada insana, ela sentia algo que não sabia nomear. — Vai me denunciar? — ele perguntou de repente. — Você acha mesmo que estaria aqui se eu fosse denunciar? Ele riu, tossindo em seguida. Uma gota de sangue surgiu no canto da boca, e Mariana se aproximou rapidamente para limpá-la. — Vai com calma. Seus pulmões ainda estão frágeis. — Mas meu coração tá forte — murmurou ele, encarando-a de perto. — Tá batendo de novo por sua causa. Ela congelou. O olhar dele era tão direto que parecia atravessar todas as camadas que ela sempre manteve em pé. Mariana desviou os olhos, pegou o prontuário e se afastou um pouco. — Você precisa descansar. Vou manter você aqui por 48 horas, depois você desaparece. Entendido? Pedro riu de novo, agora com menos força. — Ninguém manda em mim, doutora. Nem você. Ela se virou, encarando-o de novo. — Então vai morrer. Porque lá fora tem gente querendo sua cabeça. Se você sair daqui agora, não dura uma hora. Ele a observou. Pela primeira vez, o sorriso desapareceu. — E você vai me proteger? — Vou salvar sua vida. Mas não me peça mais do que isso. Pedro assentiu levemente. — Tá bom. Por enquanto... Naquela noite, Mariana dormiu sentada numa cadeira, com a consciência perturbada. A cirurgia bem-sucedida não acalmava sua alma. Ela sabia que havia cruzado uma linha. Uma linha invisível e perigosa. Mas o que ela não sabia era que, naquele exato momento, do lado de fora do hospital, já tinha gente querendo saber quem havia salvo a vida de Pedro. E o nome dela... já começava a circular no rádio dos soldados do morro.

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