Tibbles

3071 Words
Nos três dias após a visita do Sr. Tom, Harry mantém seu giz escondido em seu armário. Ele não ousa tirá-lo para olhar durante o dia, não enquanto o perigo dos Dursleys for um medo constante no fundo de sua mente. Quando todos estão dormindo e a noite caiu, entretanto, Harry pode agarrar o giz rosa em sua mão e lembrar a si mesmo que ele é real. O Sr. Tom é real e estará de volta com um novo amigo para Harry, assim como ele prometeu. Na manhã do terceiro dia, Harry teve o melhor golpe de sorte. Tio Válter e tia Petúnia decidiram levar Duda ao carnaval de verão local para passar o dia, e eles vão deixar Harry aos cuidados da Sra. Figg. É isso que o Sr. Tom está fazendo? Harry espera que sim, porque se isso for resultado de sua própria sorte, provavelmente não vai durar muito. Enquanto tia Petúnia está ocupada cuidando de seu querido Duddykins, Harry se enfia em seu armário. Depois de ter certeza de que ninguém está prestando atenção nele, ele rapidamente embrulha o giz em uma das meias velhas de Duda e o esconde nas dobras largas de sua camisa. Harry enfia a camisa com segurança na cintura do short largo e espera que ela fique escondida lá. Harry tenta não parecer ansioso por ser deixado para trás. E se o tio Valter decidir que é melhor deixá-lo no armário? Mas depois de uma breve conversa com tia Petúnia, tio Válter decide que será melhor deixá-lo com outro adulto. Todos os três Dursleys ficarão fora o dia todo e não retornarão até tarde da noite. De acordo com eles, mesmo uma coisa esquisita como ele precisará ser alimentada e regada eventualmente, e será melhor se isso for função de outra pessoa. Enquanto tia Petúnia o leva até a casa da Sra. Figg, Harry pode sentir o peso de seu giz pressionando contra ele. Seu estômago está dando voltas enquanto ele pensa no que está por vir. Depois de ser deixado e receber um severo aviso para se comportar, Harry fica sentado na casa abafada da Sra. Figg, tentando não espirrar em todos os pelos de gato. Ele precisa guardar seus espirros para depois, ele raciocina. Para que ele possa ligar para o Sr. Tom. Harry espera que o Sr. Tom não se importe se não for exatamente o mesmo lugar da última vez. Embora Harry peça muitas vezes para sair, a Sra. Figg o recusa até o final da tarde. Um dos gatos kneazle, Tibbles, foge para o quintal, e agora é trabalho de Harry persuadi-lo a sair de seu esconderijo. Um olhar por cima do ombro confirma que a idosa não tem intenção de segui-lo. Harry deu um suspiro de alívio e se virou para o quintal. Agora é a hora de ele desenhar. Harry recupera seu giz, desembrulhando-o, e começa a arrastar linhas rosa no chão. Primeiro o círculo e depois a estrela. Leva menos tempo do que o esperado. Harry sente uma onda de orgulho por isso. Ele ficou mais rápido em desenhar. Desenhando completo, Harry lança seu olhar ao redor para o gato. Talvez ele devesse ter começado com o Tibbles primeiro, ele pensa com tristeza. Porque agora a única coisa que o impede de receber seu amigo prometido do Sr. Tom é um gato desaparecido i****a. "Tibbles?" Harry grita. Ele cai de joelhos para que possa olhar sob os muitos arbustos malcuidados que a Sra. Figg mantém em seu quintal. Nenhum gato à vista. Harry rasteja ao redor, procurando, com cuidado para evitar manchas de grama em seu short. Quanto mais ele olha, mais preocupado fica. Quanto tempo até a Sra. Figg sair para ver o que ele está fazendo? Quanto tempo até sua oportunidade de ligar para o Sr. Tom desaparecer? O peito de Harry se contrai de ansiedade. Ele quer chorar, mas não vai. Ele não vai chorar. Duda disse que chorar é para bebês, então Harry aprendeu a calar a boca e segurar as lágrimas. Um miado suave assusta Harry tanto que ele quase cai de cabeça em um arbusto. Harry se vira e vê um gato na calçada, seu corpo fofo sentado no meio do desenho da lua e estrela de Harry. Não é Tibbles, mas Harry não se importa com qual gato usar. Ele corre para a frente e pega o gato em seus braços, enterra o nariz em seu pelo macio. Segundos depois, com o coração acelerado, Harry espirra. Alto. Tão alto, na verdade, que o gato - Snowy - uiva e salta para o chão, desaparecendo nos arbustos. A lua e a estrela começam a brilhar em um vermelho brilhante, assim como da primeira vez, e Harry prende a respiração quando a forma gigante e embaçada do Sr. Tom aparece no centro do círculo. Embaçado no início, de qualquer maneira. Uma sombra alta e escura. Mas então a sombra ganha cor, como um desenho que está sendo colorido, revelando não o Sr. Tom que Harry esperava, mas um homem. Lord Voldemort se eleva sobre o pequeno Harry Potter, que o encara com intensa desconfiança. "Você não é o Sr. Tom", acusa a criança humana, apontando um dedo. Que o dedo treme é um pequeno detalhe, pois a voz é firme e cheia de raiva. "Onde ele está? O que você fez com ele?" Voldemort se ajoelha, estende a mão para acariciar o braço da criança. "Sou eu, Harry. Eu assumi esta forma para não assustar ninguém que olhar para nós." Por um momento, Voldemort dissolve a ilusão, exibindo presas afiadas e trevas transparentes. Harry pisca, e então a imagem desaparece, mais uma vez substituída pelo rosto bonito. Voldemort observa com interesse enquanto o alívio rola dos ombros do humano, o cheiro disso mais forte do que a raiva que estivera presente poucos segundos antes. "Ele é você", diz Harry, tons de prazer que retornam a essa voz jovem. "É difícil fazer olharem diferente? Pode me fazer isso? Você pode me ensinar?" "Ah, ah," disse Voldemort. "Um presente de cada vez, pequeno. Não devemos ser gananciosos." A boca de Harry caiu em uma pequena forma de 'o'. "Você me trouxe um amigo?" Harry deixa escapar, então parece envergonhado de seu lapso de contenção, olhando para o chão. "Eu prometi, não foi? E mantenho todas as minhas promessas", diz Voldemort, sorrindo. Harry acena com a cabeça e morde o lábio. "Eu acredito em você! Eu acredito, eu prometo que sim." Voldemort toca o braço da criança uma segunda vez. "Decidi", disse Voldemort, "que os amigos que pude encontrar para você eram inadequados para a tarefa." "Oh." A boca de Harry se aperta em uma linha e de repente o cheiro de desespero enche o ar. "Tudo bem, Sr. Tom. Eu sei que você deve ter tentado muito encontrar alguém para mim." A criança cheira corajosamente, levantando a manga de uma camisa muito longa para esfregar nas bochechas manchadas. A confusão invade Voldemort ao testemunhar a desolação do humano. No meio segundo que leva para o significado ser registrado, Harry já compôs seu rosto em uma expressão de determinação teimosa. "Criança tola", diz Voldemort. "Tenho algo melhor para lhe oferecer." Harry se atreveu a parecer esperançoso, então, oferecendo um olhar tímido na direção de Voldemort. "Algo mais?" "Oh, sim. Muito melhor do que qualquer amigo que você encontraria aqui nesta terra." "Mesmo?" Harry funga um pouco mais, esnobe, então retoma sua tentativa de estoicismo. "Você realmente não precisa", acrescenta ele rapidamente. "Eu disse que está tudo bem." Voldemort suprime um impulso estranho de sorrir, ao invés disso, escolhe esticar os lábios sobre a fachada de dentes humanos de uma maneira diferente, mostrando ao garoto sua carranca confusa. "Entendo, Harry", diz ele, demonstrando grande tristeza. "Você não quer saber que presente eu trouxe para você?" Harry se adianta para tranquilizar, pequenas mãos agarrando a manga da jaqueta de Voldemort. "Não! Eu quero saber. Eu quero que você me diga." Voldemort dá um tapinha na cabeça da criança, percebendo como Harry ainda fica com o toque. "Eu decidi", diz Voldemort, "que eu serei o seu novo amigo. Gostaria que eu fosse, pequeno?" Esses olhos verdes se arregalam quase comicamente. "Você quer ser meu amigo?" Desta vez, Voldemort permite que seu impulso reine livre - ele sorri para a criança agarrada em seu braço. Uma alma tão adorável, pura e inocente. Seria inútil estragar tal tesouro agora, não quando os anos ainda estavam por vir, anos e anos para esta criança crescer e amadurecer em uma colheita que valesse a pena colher. "Eu garanto que sim," Voldemort promete, acariciando os cachos escuros do filhote com um toque gentil. "E nenhum outro amigo seria tão maravilhoso para você quanto eu, você não concorda?" Harry se embaralha sob a mão do Sr. Tom. Ele nunca teve alguém acariciando sua cabeça antes. Nem os Dursleys, nem seus professores na escola, nem a Sra. Figg. Ninguém. O Sr. Tom é especial, no entanto. O Sr. Tom é bom e quer ser seu amigo. Este é o dia mais sortudo que Harry já teve. "Tudo bem", sussurra Harry. "Se... se você quiser ser meu amigo, então eu quero ser seu amigo." Talvez Duda esteja certo. Talvez ele seja uma aberração, e é por isso que nenhuma das outras crianças na escola quer ser seu amigo, e é por isso que ele está aqui agora, pedaço de giz na mão, ao lado de um homem estranho que só aparece quando chamado. Mas agora, Harry pensa, torcendo com o pensamento, agora ele faz tem um amigo, um muito legal um. E Duda não vai mais conseguir tirar sarro dele por ser muito bizarro para ter amigos, porque não vai ser verdade. "Maravilhoso", diz o Sr. Tom. Os olhos do Sr. Tom têm pequenas rugas ao redor deles quando ele sorri. Harry se pergunta se o outro corpo do Sr. Tom faz a mesma coisa e resolve descobrir assim que puder. "Agora que somos amigos", continua o sr. Tom, "tenho um novo presente para você". Harry n******e evitar - ele engasga de surpresa. Outro presente? "Você realmente não precisa", disse Harry, agora começando a entrar em pânico. "Eu prometo que estou muito feliz por sermos amigos. Você não precisa me dar mais nada." O Sr. Tom faz beicinho. "Mas eu gostaria muito. Eu fiz isso especial, só para você." "Só para mim?" Harry repete. Ele se sente muito pequeno e sem importância sob o calor dos olhos vermelho do Sr. Tom. A ideia de um novo presente está rapidamente se tornando opressora. O Sr. Tom é muito maior e mais alto do que Harry. O Sr. Tom provavelmente tem muitos amigos além de Harry também. Tudo isso é verdade, apenas o Sr. Tom ainda quer dar a Harry outro presente. Não faz sentido, pensa Harry. Eu não sou especial. Eu sou apenas Harry. "Quero visitá-lo com mais frequência", diz o Sr. Tom gentilmente. "Você quer que eu visite?" "Sim," Harry diz imediatamente. "Eu quero que você visite o tempo todo." "Então você vai precisar do seu presente especial." O Sr. Tom bate um dedo na bochecha de Harry. A unha parece pontuda, como a garra que Harry sabe que o Sr. Tom tem. "A menos que você não queira mais?" "Não, eu quero," Harry disse, cedendo. "Você pode dar para mim. Eu juro que não me importo." O Sr. Tom dá um tapinha nele novamente, passando os dedos pelo tufo de cabelo no topo da cabeça de Harry. "Muito bom. Agora feche os olhos." Harry se contorce com o elogio e obedece conforme as instruções, debatendo se deveria estender a mão ou não. Felizmente, Harry é salvo dessa decisão quando o Sr. Tom coloca a mão em seu ombro, apertando uma vez. Harry fica o mais imóvel que pode, mesmo que esteja praticamente vibrando com a necessidade de saber o que é. O Sr. Tom deve ser capaz de sentir sua excitação, entretanto, porque Harry ouve a risada sombria do homem perto de seu ouvido. Algo faz cócegas em sua cabeça. Harry estremece ao toque, então retoma sua imitação de uma estátua de pedra enquanto um peso se instala em seu pescoço. "Abra os olhos, pequenino." Harry abre os olhos. Há um colar nele. Ou algo parecido com um colar. Uma corrente preta grossa enrolada em seu pescoço, um anel desajeitado amarrado na ponta. O anel pesa contra seu peito. Rocha n***a brilhante e metal antigo. Não é o anel mais bonito que Harry já viu, mas é dele, e isso o torna perfeito. (N/A: O anel é o das relíquias) Harry vai tocá-lo, mas é interrompido pela mão do Sr. Tom deslizando em seu pulso. O toque é leve e não dói, mas Harry recua mesmo assim. "Desculpe," Harry disse preocupado. "Eu não queria tocar ainda. Sinto muito." "Shush." O Sr. Tom passa os dedos da mão livre pela franja de Harry. Harry relaxa imediatamente, feliz que o Sr. Tom não esteja bravo com ele. O Sr. Tom solta o pulso de Harry e pega o anel, segurando-o para Harry olhar. "Este anel vai me chamar onde quer que você esteja, e irei se puder." Harry fica maravilhado com o anel por um segundo antes que outro pensamento ocorra a ele. Ele pode sentir seu rosto corar. Deve ser óbvio também, porque o Sr. Tom levanta uma sobrancelha para ele em questão. "Você vai colocar o anel em seu dedo - qualquer dedo serve - e se concentrar em seu d****o de me ter com você." O Sr. Tom coloca o anel na mão de Harry. Harry fecha seus dedos menores em torno dela, prendendo a forma do metal frio em sua palma. "Você entende?" Sr. Tom pergunta. "Sim", disse Harry. "Sim mas-" "Mas?" O peito de Harry está cheio de vergonha. Ele não quer dizer isso, mas o Sr. Tom tem sido muito gentil com ele. Seria terrível se Harry perdesse o produto do trabalho árduo do Sr. Tom, porque os Dursleys não acreditarão que o anel é realmente um presente. "Eu realmente gosto deste presente", diz Harry. "Eu gosto muito." O Sr. Tom espera pacientemente que ele continue. "Mas eu acho que você deveria voltar atrás", Harry murmurou. O choque passa rapidamente pelo rosto do homem. "Mas porquê?" pergunta o Sr. Tom, parecendo confuso e chateado. Harry tem que se virar. Ele olha para os próprios sapatos, para os tênis gastos com adesivos de fita adesiva na frente. Como ele vai explicar o que acontecerá se ele levar esse presente para os Dursleys? "Minha tia e meu tio," Harry começa. Então ele para, desconfortável. Ele esfrega o rosto novamente, desejando que suas lágrimas permaneçam em sua cabeça. "Eles não vão acreditar em mim se eu disser que foi um presente. Eles vão pensar que eu roubei em algum lugar." Silêncio. Harry decide que é corajoso o suficiente para olhar para cima e vê que a boca do Sr. Tom se contraiu em uma carranca, suas sobrancelhas contraídas com infelicidade. "Eu não roubo coisas", acrescenta Harry, nervoso. "Eu não roubo! Você acredita em mim, não é?" "Claro que sim. Nós são amigos, depois de tudo. E amigos nunca mentir para o outro." Harry estremece um pouco sem querer. Ouvir o Sr. Tom chamá-lo de amigo o faz se sentir culpado novamente. "Tudo bem. Então você sabe por que não posso ficar com o seu presente." O Sr. Tom franze a testa um pouco mais. Harry não gosta de ver a carranca, sabendo que é culpa dele. "Sinto muito", disse Harry miseravelmente. "Você não tem nada pelo que se desculpar. Não é sua culpa", diz o Sr. Tom, e é a primeira vez que Harry ouve o homem soar tão severo. "Tudo bem", diz Harry. Mesmo que ele não acredite nisso, ele não quer mais discutir com o Sr. Tom. O Sr. Tom já está chateado por Harry ter que rejeitar seu presente. Nenhum dos dois fala por um momento, mas o Sr. Tom coloca a mão de volta no ombro de Harry, prendendo-o no lugar, impedindo-o de se afastar. “Tenho uma ideia que resolverá o seu problema”, diz o Sr. Tom por fim. E então ele pega os óculos de Harry. Harry recua sem pensar, acalmado apenas pelo barulho silencioso que o Sr. Tom faz enquanto lentamente remove os óculos do rosto de Harry. "Vou colocar um feitiço em seus óculos", diz o Sr. Tom sério. "E então ninguém poderá ver o meu presente, exceto você." "Oh", diz Harry. Em seguida, ele acrescenta: "Sério? Isso vai funcionar?" O Sr. Tom cantarola em resposta, tirando o colar do corpo de Harry. Harry fica triste quando o peso é tirado, mas o colar é rapidamente devolvido a ele depois que o Sr. Tom termina com sua magia. Harry esfrega a mão no espaço vazio de sua camisa. Ele pode sentir que o anel está lá, mas n******e vê-lo. Então o Sr. Tom estende seus óculos. Harry os pega, percebendo que o feitiço-o-tape no meio se foi, e os coloca. As lentes estão mais claras também, e quando Harry olha para o peito, pode ver a corrente e o anel. "Uau", disse Harry, não pela primeira vez e certamente não pela última. A palavra 'uau' não parece o suficiente, mas Harry não consegue pensar em nenhuma palavra melhor no momento. Na verdade, Harry está tendo problemas para pensar em qualquer coisa. Seu peito está apertado e estranho. Harry esfrega para tentar aliviar o desconforto. "Você está feliz?" pergunta o Sr. Tom, esfregando as mãos para cima e para baixo nos antebraços de Harry. Harry não consegue evitar. A pergunta e o toque de seus braços agitam o que quer que esteja fazendo seu interior parecer estranho. Tudo o que ele estava segurando se derrama, seus olhos queimando e embaçando por razões não relacionadas aos seus óculos quando ele começa a chorar. Harry está chorando. Algo sobre ver esse jovem chorar é perturbador. Voldemort examina a criança e tenta decifrar o significado do comportamento. Ele fez algo errado? A criança humana não está feliz com ele? O choro continua, continua e continua. Harry treme nas mãos de Voldemort, se enrolando como uma samambaia bebê. Voldemort franze a testa. Felizmente, Harry está muito ocupado tentando conter as lágrimas para perceber isso. Harry pode ter interpretado m*l a expressão de irritação novamente, e então é altamente provável que as lágrimas tenham piorado. Inaceitável. Movendo as mãos para agarrar a cintura de Harry, Voldemort pega o menino e envolve o pequeno corpo em seu ombro, como se faz com bebês e outras criaturas pequenas. Não que Voldemort já tenha tido um ser tão pequeno em sua posse antes; o pequeno Harry Potter é o primeiro. Harry guincha quando seus pés deixam o chão, então soluça alto. "O q-?" Ambos são interrompidos por um lamento alto e feminino. O som irrita os ouvidos de Voldemort, e então ele gira para encarar a fonte. Uma mulher idosa está apontando para ele e gritando. A princípio, Voldemort pensa que isso não é surpreendente nem inesperado. Então ele lembra que, a partir deste momento, ele ainda mantém a ilusão de sua forma humana. A forma que ele havia assumido na esperança de atrair o filhote que estava segurando seu ombro com mãos arrogantes. Então, realmente, a histeria é um tanto desnecessária. Voldemort acena uma mão preguiçosa em um gesto amplo, congelando a mulher no lugar. "O quê? Era a Sra. Figg?" Harry pergunta. "Ponha-me no chão!" Uma minúscula mão bate no ombro de Voldemort repetidamente. "Shhh," diz Voldemort em advertência. "Eu estou pensando." Harry fica quieto, mas continua a soluçar e fungar a cada respiração. Voldemort distraidamente coloca a mão livre nas costas do garoto, então decide que Harry provavelmente ficará mais confortável dentro de casa, com sua tia. Um golpe de magia abre a porta dos fundos, e então eles seguem para a sala de estar. A sala de estar é h******l. Dezenas de fotos de joelheiras cobrem a superfície da mesa de centro. O espaço disponível não coberto pelas fotos dos gatos, porém, é coberto pela sua eliminação. Voldemort bane todos os pelos de gato para as profundezas do inferno, onde serão bem aproveitados t********o insolentes com alergias. "Você a congelou!" Harry gritou, finalmente avistando a infeliz mulher na porta. "Você a congelou! Coloque-a de volta!" "Não", diz Voldemort. Ele senta os dois no sofá, situando Harry em seu colo. Apesar de ter gritado há poucos segundos, Harry não tenta fugir. Seus olhos são rosa avermelhados, suas bochechas e nariz brilham de umidade. "Coloque-a de volta", diz Harry, em tom severo de ofensa, cruzando os braços sobre o peito. "Eu não farei tal coisa até que nossa conversa termine." Felizmente, Harry parece registrar a finalidade da declaração, porque ele se acomoda, o lábio inferior balançando mais uma vez. Se Harry começar a chorar de novo, Voldemort ficará terrivelmente tentado a desaparecer de volta ao submundo, onde as emoções dos outros são compostas de 'dor imensa' e 'terror ímpio', e os humanos só existem como sujeitos de t*****a. "Porque você está tão chateado?" Voldemort exige. O lábio carnudo balança novamente, e Harry funga alto, apenas para ser interrompido por outro soluço violento. "Eu n-não", Harry defende, soando talvez um segundo a mais de uma nova onda de lágrimas. Voldemort esfrega o rosto. Há uma dor de cabeça crescendo na base de seus chifres; chifres que nem mesmo estão visíveis no momento. "Você começou a chorar antes que eu congelasse a mulher humana. Você está chateado comigo?" ele pergunta, uma última tentativa de paciência. Harry se contorce no colo de Voldemort, a expressão incerta. Suas bochechas ficam ainda mais vermelhas quando ele baixa os olhos para a pilha de fotos de gatos na mesa de centro. "Não estou chateado com você", disse Harry em voz baixa. Não é mentira. Voldemort relaxa, e a atmosfera da sala parece muito mais leve. "Então por que você está chateado?" pergunta Voldemort, agora assegurado de que o problema, seja ele qual for, pode ser resolvido. "Eu-eu não sei", Harry murmurou, os olhos mais uma vez começando a lacrimejar. Pergunta errada, Voldemort pensa, perturbado, e vasculha sua mente em busca de uma distração. O que Harry gosta? O que as crianças humanas gostam? Múltiplos rastros de pensamento passam por sua mente enquanto ele distraidamente acaricia a cabeça de Harry. Até mesmo seus dons exigiram persuasão. Harry tentou recusar cada vez que eles eram oferecidos - mais de uma vez, em alguns casos. Convencer Harry a aceitar um terceiro presente não é aconselhável dada a fragilidade da criança. Esta situação atual exige uma ação direta . Um som de fungada atrai a atenção de Voldemort para baixo. Harry ficou muito quieto, com cuidado para não bater os braços ou ombros contra o peito de Voldemort. Toque. Esse é outro mistério totalmente. As crianças gostam de ser acariciadas. Pelo menos, este sim. No entanto, Harry se inclina para alguns toques, mas recua em outros. Portanto, como a mais selvagem das criaturas, Harry deve ser abordado com cuidado e atraído por sentimentos de segurança e p******o. Delicadamente, Voldemort enrola a cabeça do menino para dentro até que o lado do rosto de Harry esteja dobrado contra seu peito, o cabelo suado achatado contra a sensação ilusória de seda preta. A fungada se transforma em um guincho, depois desaparece em silêncio. Voldemort segura a bochecha do jovem, dando-lhe um tapinha. Pronto, pronto, ele pensa distraidamente, esperando que o toque seja suficiente. Harry não verbalmente responder a seu estímulo mental, mas o cheiro de aflição tenha começado a diminuir. Voldemort passa a mão pelo cabelo rebelde da criança, desfazendo o dano causado pela miséria temporária de Harry. Gradualmente, a respiração de Harry diminui. Embora Voldemort possa sentir as tentativas contínuas do garoto de se manter em pé, para evitar apoiar muito peso no braço e no peito de Voldemort, é uma batalha perdida. Harry se acomoda mais perto, fechando os olhos, a pequena mão agarrando-se timidamente à seda solta que se enrola ao longo das dobras. E assim por diante, com Harry sendo levado para o calor do demônio embalando-o. É a passagem de tempo mais lenta que Voldemort experimentou na memória recente ou a mais convincente. Harry faz um ruído suave semelhante a um bufo. Voldemort cessa todas as linhas suplementares de pensamento, estreitando seu foco. Se não se engana, o filhote adormeceu profundamente e agora está roncando. Concluída a tarefa de acalmar Harry, Voldemort lança um olhar crítico para o resto da sala. Não convém que os demais parentes do menino voltem e vejam tal cena. Após uma longa pausa, Voldemort tira o garoto de sua camisa e o coloca no sofá. Harry se enrola na almofada, uma pequena carranca estragando seu rosto redondo. "Eu vou voltar," Voldemort diz para a sala silenciosa. O anel pendurado no pescoço de Harry vai garantir isso. * Harry acorda com algo arranhando sua bochecha. Demora vários momentos embaraçosos para ele perceber que está deitado de lado, com o rosto afundado em uma almofada, e ainda mais para perceber que adormeceu. Então Harry sente algo dentro dele se torcer. Ele tinha adormecido. Ele desperdiçou momentos preciosos de ver o Sr. Tom porque ele estava chorando sem motivo. Ele chorou tanto que se esgotou, e então adormeceu no colo do Sr. Tom. Não admira que ele tenha sido colocado no sofá. O Sr. Tom provavelmente se cansou de carregá-lo. Olhando em volta, Harry abriu a boca para se desculpar, esfregando os olhos doloridos e olhando ao redor da sala. "Despertou agora, Harry querido?" "Sra. Figg?" pergunta Harry, confuso. Ele gira a cabeça rapidamente, em busca do amigo. Sr. Tom. Para o terno preto elegante ou os chifres altos e escuros que às vezes se projetam da cabeça do Sr. Tom. Harry vê que todos os quatro gatos estão de volta para dentro e descansando em cima de vários móveis. A torção dentro dele fica pior. Harry puxa os joelhos para cima, envolvendo os braços ao redor deles, e ao fazer isso, sente algo cutucar sua coxa. Harry sente todos os seus braços e pernas se soltarem quando ele bate a mão desajeitada no peito, fechando os dedos ao redor do metal irregular. Seu presente ainda está aqui. O Sr. Tom não o retirou, o que significa que ele ainda quer que Harry o visite. Tibbles mia, subindo no sofá ao lado de Harry. Sem pensar, Harry deixa cair o anel de volta e pega o gato, colocando Tibbles em seu colo. "Olá," sussurra Harry. "Você é um bom menino, Tibbles, não é? Você é um menino muito bom." Ele acaricia o pelo fofo do gato. "E você tem muitos amigos realmente bons." O gato ronrona com o toque dele, esfregando a palma e os dedos de Harry. Harry sorri. "Você gostaria de um abraço?" Harry pergunta em voz alta. Então ele observa uma resposta, esperando para ver o que o gato pensa. Tibbles mia uma segunda vez. Harry decide que é um sim, e envolve um braço ao redor do corpo peludo em um aperto suave. Tibbles permite isso, e senta-se pacientemente enquanto Harry dá um tapinha em sua cabeça mais algumas vezes, ficando parado mesmo quando Harry espirra. "Harry", diz a Sra. Figg. "Acho que sua tia está lá fora." De alguma forma, Harry não se sente tão triste como normalmente fica quando pensa em voltar para a casa dos Dursley. "Vejo você em breve," Harry diz a Tibbles, colocando o gato de volta no tapete. Ele olha para o resto dos gatos. "Vejo vocês muito em breve, ok?" Tibbles dá uma cabeçada no tornozelo de Harry. Harry dá ao gato um último tapinha de despedida e acena com a cabeça para a Sra. Figg, que o leva até a porta. Vejo você de novo em breve, Harry pensa, respirando fundo. Quando Harry caminha de volta com tia Petúnia para o número 4 da Rua dos Alfeneiros, ele se concentra na sensação promissora do peso pesado em seu peito. Quando Harry volta para seu armário depois de limpar todos os pratos, ele finge que o teto é o céu noturno sem fim, principalmente escuro, exceto por alguns lugares especiais. Quando Harry vai dormir, os dedinhos enfiados em volta do anel do Sr. Tom, ele imagina que é uma pequena estrela ao lado de uma lua grande e luminosa. ◆◇◆◇◆◇◆◇◆◇◆◇◆◇◆◇◆◇◆◇◆◇◆◇
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