Arthur
-Bigodinho ?- Lisa pergunta ao meu lado e a olho sem graça.
-Lis, essa é a Priscila. Pri, essa é a Lisa.
-Prazer- Priscila se aproxima dela gentilmente e estende a mão.
-Então esse é o tal Pri, que na verdade é ela ?- ignora seu cumprimento.
-A mesma.
-Hm...- ela analisa Pri de cima a baixo- Ela é bonita.
-Obrigada- sorrir e abaixa a mão percebendo que ficou no vácuo.
-Vocês dois estão ficando?
Priscila arregala os olhos e eu rio nasal.
-Relaxa, não temos nada. Só moramos juntos. Né, Pri?
Ela me encara por alguns segundos e assente com a cabeça.
-Por que não quis me deixar entrar? Por que não vai mais almoçar lá em casa? Por que não me falou que era uma mulher ?- Lisa dispara perguntas.
-Calma, Lis. Só não iria fazer diferença.
-Diferença em que, Arthur ?!- grita.
-A Priscila é mulher, não tem nada demais. Não como mais na sua casa, pois tenho outros lugares pra comer. Tenho que te dar satisfação nenhuma- me defendo.
-A Priscila cozinha pra você ?- me encara.
-Ainda não cozinhou, mas vai cozinhar. E ela disse que vai me ensinar- sorrio pra mesma que também sorrir meio sem graça.
-Você consegue sempre ser um i****a. Você está interessado nela, Arthur- Lisa grita mais uma vez.
-Não estou- me apresso em falar- Só dividimos o apê, nada demais.
-Eu te conheço, não venha me procurar depois. Você vai se arrepender em me trocar.
-Te trocar, Lisa ?- rio irônico- Era bem eu que dei em cima do ex da própria amiga e na minha frente.
-Você disse que não temos nada sério, e que podemos sair com qualquer um.
-Exatamente. Por que está me cobrando? Você sabe como eu sou, mesmo que seja sexo casual. Você fez a merda primeiro, Lisa.
-Eu já vou- Lisa sai rapidamente da sala e bate a porta com força.
Vejo Priscila me encarar séria e com os braços cruzados.
Dali eu já sei que vou levar esporro.
-Fala o que vai falar de uma vez.
-Eu não ia falar nada- fala com desdém fazendo uma careta estranha com a boca.
-Você não vai falar nada? Cadê a Priscila?
-Já que insiste....- ela se senta no sofá.
Por que eu fui abrir a boca ?- passo a mão no rosto e sento ao seu lado.
-Achei i****a da sua parte e ainda mais da dela. Ela te cobrou algo que fez mas não te acha no direito, e aliás, nem em outra vida eu ficaria com você.
-Certeza ?- a desafio.
-Absoluta. Já disse que tenho neurônios, diferente de você bigodinho.
-Eu já não te disse que tenho nome?
-Você não parou de me chamar de Pri.
-Pri é carinhoso.
-Como bigodinho também é- ela aperta minha bochecha- Até que você é fofo.
Ela se levanta e vai em direção a cozinha.
Vou atrás da mesma e abro a sacola.
-Come carne ?- pergunto.
-Por que não comeria?
-Você é toda magrinha, pensei que fosse vegana.
-Eu até que queria, mas lembro do que não poderia comer.
-Entendo. Esse é seu- entrego um sanduíche de peito pra ela.
-Isso é bom- ela fala já mastigando.
-Modos- rio dela.
-Meu p*u- ela fala de boca cheia.
-Meus pais me matariam se eu dissesse isso enquanto como- ela rir e me lembro que ela não tem- Desculpa- me apresso em falar- Isso te incomoda, né? É que...
-Arthur.
-Ahn?
-Tá tudo bem. Você não teve a intenção de me ferir.
-Desculpa- falo sem graça.
-Talvez podemos nos dar bem- ela levanta do balcão e beija minha bochecha.
-O que acha de jantarmos fora?
-Acho melhor irmos as compras. Depois vamos no podrão.
-Que p***a é podrão?
-Fala sério bigodinho. Podrão é o melhor lugar pra comer aqueles lanches gordurosos e recheados.
-Está falando de Burguer King?
-Acho que posso dizer melhor- ela pisca pra mim- Não vai se arrepender.
-Espero mesmo.
-Vai se arrumar.
-Para?
-Vamos ao mercado.
-Você sabe como fazer isso?
-Vou ter que te ensinar tudo?
-Eu acho que sim- sorrio maliciosamente.
-Em apenas dois dias, já tenho que fazer tudo pra você. Não sabe se virar com nada.
-Tem uma coisa que sei me virar muito bem.
-Não continue falando ou você nunca mais vai se virar muito bem.
-p***a, Priscila. Nem brinco mais- ela rir nasal.
-Vamos nos arrumar pra irmos.
-Você nem precisa.
-Claro que eu preciso, estou que nem um monstrinho.
-Se isso é possível- resmungo.
-O quê?
-Nada- me levanto do balcão- Vou colocar uma blusa.
-Você tem alguma coisa contra blusa- reclama.
Sorrio e me direciono ao quarto.