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643 Words
Priscila Arrumei todas as minhas coisas em seu devido lugar. Senti falta de uma penteadeira, preciso de uma. Escuto os barulhinhos indicando fome e vou atrás do Arthur. Passeio por toda a casa e encontro lixo, roupas sujas e limpas, tênis e o que mais pensar jogado pela casa. Se pensou em camisinha, pensou certo. Como a entrada já dava direto em um corredor pra depois dividir os cômodos pelos portais, eu não tinha reparado em nada. E queria não ter visto o que estou vendo. Bato em uma das portas que imagino ser o quarto do Arthur. Aguardo, mas nada dele. Entro no quarto disparada e o vejo dormindo. Arthur Porra, a mina é louca. Já vi que adora mandar e não sossega enquanto não faz o que ela quer. Eu tinha me sentido um pouco nervoso quando ela me abraçou, me deixou sem jeito. Fui pro meu quarto e me joguei na cama. Fiquei assistindo um filme qualquer e acabei adormecendo. Sou acordado em um susto com berros. -p***a, Arthur ! Não tinha como você limpar a casa ? Pelo menos os outros cômodos, seu quarto também é um lixo !- ela cruza os braço enquanto passa todo o seu olhar pelo meu quarto. Começo a rir e ela continua gritando. -Para de ser histérica, Priscila. -Histérica ? Eu sou a histérica ? -Não sou eu que estou gritando. Escuto ela bufar. -Levanta dessa cama agora. Vai me ajudar a arrumar essa casa e necessariamente desinfetar tudo. E camisinha usada, Arthur ? Sério mesmo? -Eu gosto de me divertir- brinco. -Desse jeito não vai dar pra conviver contigo. -Volta pra sua casa. Volta pro seu papai e sua mamã, eles vão ficar felizes em te ter de volta. Vejo ela abaixar a guarda e sair do quarto. Que p***a eu fiz ? Falei nada demais. Priscila Realmente fiquei magoada com o que ele falou. Me dirijo até a cozinha e começo pela louça. -Ei, me desculpa. Quer me contar porquê ficou assim? Ignoro ele e continuo lavando a louça. -Deixa que eu lavo, morena. Me puxa pro lado pela cintura e pega a esponja da minha mão e o prato. Dou de ombros e começo a catar a louça suja pelos outros cômodos e coloco na pia. -Ai cê já tá abusando, morena- ele rir nasal. -Isso é uma coisa que você já devia ter feito. Há quanto tempo está aqui? -Acho que voltei- parece pensar- Uma semana. Fui pra casa dos meus pais por um tempo das férias. Assinto e vou pra sala. Começo a catar o lixo e jogar em um saco. Bato os panos do sofá e tapete na varanda, arrumo tudo em seu devido lugar, varro, tiro o pó dos móveis, passo pano e volto pra cozinha. -Acabou por aqui? -Lavei a louça e catei o lixo, mas não sei varrer ou passar pano direitinho. Rio da cara dele. -Para de rir. -Você não sabe fazer nada, bigodinho. -Já disse que me chamo, Arthur. -Prefiro bigodinho e é assim que eu vou te chamar. -Vou levar como um apelido carinhoso. -Iludido demais. Comigo aqui, você vai ter que aprender a me ajudar nas tarefas. Ele faz careta e rir. -Isso é exploração, Priscila. -Eu prefiro chamar de sua obrigação. Sabe cozinhar ? -Sou péssimo na cozinha- faz bico. -p**a merda, nem isso ?- n**a- Aposto que você já queimou miojo. Ele desvia o olhar e começo a rir. -Não acredito que você queimou miojo, Arthur. -Eu não disse nada- resmunga e me olha. -Quem cala, consente. Vai aprender a cozinhar também. -Se me ensinar que nem gosta de mandar em tudo, tô fudido- resmunga. -O que, Arthur ?- cruzo os braços. -Nada- dá um sorrisinho- Vou tomar outro banho, devia fazer o mesmo. -Você não vai tomar banho. Ele me olha confuso. -Qual foi ? -Temos muita coisa pra arrumar ainda. E sugiro arrumar aquele teu lixão. -Calma ai, malucona. Não fala do meu santuário sagrado. -Até parece que você reza ali. Única rezada que ecoa ali, devem ser gemidos de alguma garota. -Priscila !- ele rir. -Só verdades, bigodinho. Fica sério. -Me chamo, Arthur. -Acho que já fomos apresentados. Saio andando até o banheiro pra enfrentar a podridão que imagino ser. Eu que lute, p**a merda.
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