Capítulo 74
LIZ NARRANDO 🌶️
A clínica ficava a uns quinze minutos andando de casa. O tempo tava nublado, mas o calor era daquele abafado, que gruda na pele. Peguei meu fone de ouvido, botei um pagodinho leve só pra me distrair, e fui caminhando devagar, observando a rua, os rostos apressados das pessoas, o menino da escola chutando pedra no caminho, a senhora vendendo empadinha na calçada.
Cheguei cinco minutos antes da hora marcada. A recepcionista me deu aquele sorrisinho automático, pediu pra eu assinar a ficha e sentar. Fiquei aqui olhando meu nome numa folha impressa, sentindo um friozinho na barriga.
Não é que eu tivesse medo. Mas sei lá. Essas coisas mexem com a gente. A gente cresce ouvindo que é errado, que é feio, que “se cuidar demais” é coisa de quem quer fazer o errado. Ma
