Capítulo Um

2166 Words
P.O.V. Valentina Me encolho quando a porta é aberta. Toda vez que esse porta abre eu tenho um surto diferente. Já faz 2 anos que estou trancafiada aqui. A boate "Lux" é meu pesadelo, disso eu tenho certeza. Desde que cheguei aqui, eu fui mantida em cativeiro, como muitas das outras meninas. Algumas delas são forçadas a se prostituir, outras são garçonetes e algumas são strippers. Eu sou uma stripper. Danço quase todas as noites na boate. Algumas vezes eu tenho que me deslocar, indo dançar para alguns homens ricos que pagam uma grana por isso. Ainda não fui obrigada e me prostituir. Isso porque eu não tenho muitas experiência, mas ao longo desses dois anos, me foi ensinado muitas coisas. Ele estão pensando em leiloar a minha virgindade. Só de pensar nisso eu sinto todo o meu corpo tremer. Toda vez que essa porta se abre, eu imagino que seja o dia que eles irão me leiloar. Por isso eu tenho tanto medo. __ Levantem! - o homem grita em uma voz potente. Eu me levanto rapidamente, junto com as outras meninas. Me encosto na parede esperando por outra de suas ordens. Ele faz com que a gente siga ele. Um balde e um esfregão são colocados na minha mão. Meus pés doem de ter dançado a noite inteira, mas mesmo assim tenho que limpar a boate. Vejo Tiffany mancar diretamente para o bar. Sinto vontade de chorar ao ver ela assim. Sei que a noite não foi muito agradável. Mesmo sendo apenas uma stripper, eles ainda passam as mãos pelo meu corpo, eu odeio isso. Começo a esfregar o chão e retirar alguma coisa que estão nele. Me ajoelho para passar o pano. Sinto um salto contra a minha mão. Isso machuca e me faz querer gritar pela dor. Levanto meus olhos e vejo Gisele na minha frente. Como eu odeio essa mulher. Foi ela quem enganou todas nós. A faculdade, a hospedagem na casa dela, era tudo mentira! Eu juro que um dia eu vou me vingar, e vai ser da pior forma possível. __ Como está, querida? - não respondo nada. A minha vontade é de voar minha mão na cara dela. Se estivesse apenas eu e ela sozinha no mesmo local... Essa v@dia iria se arrepender de ter nascido. Ela chuta o balde de água suja em mim. Meu corpo Fica molhado, assim como o chão em que estou. __ Ficou maluca? Você viu como está o tempo? - eu sou levantada por Hernández. Uma toalha e colocada envolta do meu corpo. Hernández é o homem que comanda essa boate. Ele está sempre se preocupando com o dinheiro. Por isso não permite que as meninas se machuquem muito. __ Não entendi o motivo do seu surto - ela pisca os olhos confusa. __ Hoje é o dia da Safira dançar, se ela estiver doente, então ela não dança, e se ela não dançar, os homens não pagam! - ele grita irritado. Esse foi os nomes que eles me deram. Eu não ouço meu verdadeiro nome a muito tempo. Só de pensar no meu nome, eu me lembro da minha família. Fico me perguntando se eles estão procurando por mim. __ Obrigue ela a dançar então. __ Estúpida! - ele acerta um tapa no rosto dela - você é muito burra! Para ela fazer um bom show, tem que estar em perfeito estado. Por fora eu estou séria, mas por dentro estou pulando de felicidade. Ver ela se dar m*l me trás uma grande satisfação. __ Tome um banho e volte para o quarto. Acompanhe ela Aldo - o homem puxa meu braço me levando para o banheiro. Tomo um rápido banho. Coloco a roupa que está disponível para mim ali. __ Vamos menina - Aldo puxa meu braço gentilmente. Ele é um homem grande, forte, e com muitos músculos. Ele é n***o e careca. Eu soube que era um lutador, mas por conta de seus acessos de raiva, não pode mais lutar. Aldo é um homem bem legal, eu particularmente gosto dele. Trata todas as meninas super bem e nunca levantou a mão para nenhuma de nós. Sou levada de volta para o quarto. Solto um suspiro e coloco as mãos no meu rosto. Tudo isso é um pesadelo. Algum tempo depois as meninas entram no quarto. Algumas delas me olham um pouco estranho. Eu sei muito bem o que devem estar pensando. __ E mais uma vez você sai impune - levanto meu rosto. __ Deixe ela Celina. __ Não! Se ninguém vai falar, eu falo! - a ruiva se vira para mim - você só tem tratamento especial porque deve ir para a cama com o Hernández. Me levanto de uma só vez. Aquela me irrita muito mais do que as outras. __ Cuidado com o que você fala. __ O que foi? Ficou ofendida? - ela sorri e cruza os braços - não é possível que você apenas dance e mesmo assim recebe o melhor tratamento. Mordo meu lábio com força. Eu não tenho culpa se eles me tratam melhor do que as outras. __ Apenas dançando, eu consigo mais clientes para a "Lux" do que você utilizando o seu corpo! - me arrependo assim que as palavras saem da minha boca. Não consigo aguentar ninguém me tratando com desrespeito. Mas eu não poderia falar isso. Eu sei que ninguém quer fazer o que faz. Volto a me sentar e fico quieta. O clima entra a gente acaba ficando bem r**m, e acho que eu sou a culpada disso. *** Coloco a roupa minúscula e por cima um sobretudo. Uma bota com um salto de 18 cm preto. Finalizo os meus cachos e pego a máscara. É uma máscara para bailes, não cobrem nada do rosto, fica apenas ao redor dos olhos. Me viro e dou de cara com Celina. Ela está com um batom forte da cor vermelha. __ Oi - dou um sorriso de constrangimento - me desculpe por mais cedo. Ela passa por mim, batendo seu ombro no meu. Eu quase caio para trás, mas um dos seguranças me pega. Celina vai trocar de roupa. Eu sei que hoje ela também vai dançar. A ruiva não é r**m no que faz, ouso dizer que é até melhor do que eu. Mas estranhamente os homens me preferem. Ignoro o olhar massacrante dela e saio do camarim. Bebo um pouco de água e respiro fundo. Logo o show vai começar. Eu fico nervosa toda vez que vou dançar. Tenho medo de cair da Barra, fazer alguma coisa errada, qualquer coisa que possa me fazer ficar encrencada. Algumas meninas entram na frente. Elas fazem uma breve apresentação e logo depois é a minha vez de entrar. Ouço alguns homens gritando o meu falso nome. O que sai da boca deles é bem sujo. Abro meu sobretudo e a luz foca em mim. Dou um sorriso e jogo minha cintura para o lado. Seguro na barra e subo nela. Eu vou até o alto. Envolvo minha perna nela e a luz foca em mim. Solto minha mão e fico apenas com as minhas pernas. Jogo meu corpo para trás e solto um suspiro. Usando as minhas pernas eu desço um pouco. Ouço alguns murmúrios de que eu poderia cair. Fico de frente para a plateia. Me seguro com o braço esquerdo e vou girando devagar, fazendo eles terem uma boa visão do decote nos meus s***s. Eles mandam beijos para mim e jogam notas de dólares no palco. Saio da Barra e vou para o palco. Me ajoelho e mordo meus lábios. Os olhares estavam todos em mim. Passo minhas mãos pelo meu corpo e fecho os olhos esse é o momento em que as luzes piscam. A luz se apaga e eu retiro o cropped deixando os s***s de fora. Esse é o momento em que eles vão a loucura. Coloco minhas mãos sobre meus joelhos e movimento meu corpo enquanto olho para um deles, que está bem na frente. Engatinho até o sortudo da noite. Me levanto e fico de costas para ele. Esse é o momento em que é permitido me tocar. O homem toca a minha cintura e da um tapa na minha b***a. Eu sento com tudo no colo dele. Abro minhas pernas e jogo meu cabelo para o lado. Rebolo no colo do sortudo por alguns segundos, mas foi o suficiente para ele ficar e******o. Volto para o palco e faço uma reverência. As luzes se apagam e eu corro até o camarim. Me cubro com o sobretudo e solto um suspiro. Passo minha mão pelo meu braço, como se estivesse com frio. __ Maravilhosa como sempre - levo um susto quando Angelique aparece ao meu lado. Ela é a minha professora. Quem me ensina as coreografias, como subir na barra e outras coisas a mais. __ Obrigada - dou um leve sorriso. __ Eu sei que quer sair daqui meu bem - ela chega perto de mim - mas para isso você precisa ser mais confiante em si mesma. Sempre aproveite uma boa oportunidade - ela pisca para mim e depois sai do camarim. Retiro minha maquiagem e coloco o cropped novamente. A bota sai dos meus pés e sinto um grande alívio. Levo um susto quando sinto uma mão na minha cintura. Hernández olha para mima través do espelho. __ Você foi espetacular - ele passa o nariz pelo meu pescoço - olha como você me deixou - sinto sua ereção contra minha b***a. Prendo a respiração e fico em silêncio. Quero desaparecer daqui, mas se eu o fizer, vou ser punida. __ Eu juro que você ainda vai ser minha, apenas minha! - uma lágrima desce pelo meu rosto. Essa é minha vida, e eu não gosto nada dela. *** __ Faça novamente! - Angelique grita para mim. Estou treinando para meu próximo show. Solto um suspiro e faço a mesma coisa novamente, mas infelizmente acabo caindo no chão. A dor no meu pé é alucinante. Solto um grito de dor e rapidamente Aldo vem ao mundo socorro. __ Safira - minha treinadora vem até a mim - me deixe ver - ela segura meu pé e eu grito com a dor. As meninas estão me olhando de longe. Algumas com pena, e outras parecem ter adorado me ver cair. __ O que aconteceu? - meu corpo treme quando Hernández aparece. Me lembro da investida dele ontem. Se não fosse o Aldo chegando para me levar ao quarto, ele poderia ter feito alguma coisa comigo. Eu sei muito bem que ele dorme com as meninas. Algumas delas gostam, já que recebem regalias por isso, mas outras nem tanto. __ Ela caiu, acho que não vai pode dançar essa noite - me arrepio com o olhar dele. __ Como assim? __ Safira está cansada. Colocar ela para dançar todas as noites e ainda não permitir que ela coma. Você deveria imaginar que isso iria acontecer. Ele empurra Angelique para o lado e pega o meu pé. Hernández vira ele para o lado e para o outro. Eu grito com a dor. Lágrimas descem pelo meu rosto. Não comigo segurar o choro. __ Coloque gelo e fique de repouso. Você vai dançar essa noite, nem que eu tenha que te drogar para isso. Eu fui claro? - assinto rapidamente. Não quero me envolver com drogas, como algumas meninas aqui. Sei que isso pode me viciar. Aldo me ajuda a levantar. Ele me coloca sentada em uma das baquetas do bar. Logo gelo é enrolado no meu pé. Algumas meninas passam a treinar agora, para dançar a noite. Elas sempre estão trocando, então nunca são as mesmas meninas. __ Oi - Tiffany sorri para mim - vou fazer uma massagem, vai ajudar você a andar melhor. O sotaque dela é bastante carregado. Tiffany é colombiana. Eu não sei qual é o verdadeiro nome dela. Eles não deixam que a gente diga o nome verdadeiro. A massagem dela realmente me ajuda, eu já posso sentir um alívio no meu pé. __ Obrigada! - ele assente com a cabeça. Hoje era o dia que ela ficaria no bar. Algumas meninas gostam, pois não precisam sair com os clientes. __ Juntem aqui! - Hernández grita no centro do palco. Logo estamos todas no mesmo local. Somos em 20 meninas. Eu lembro e sei o nome de todas, já me acostumei com a maioria. __ Espero que estejam maravilhosas essa noite, porque o chefe vai estar aqui, e ele tem que ter certeza de que eu sei levar a boate dele muito bem - fico nervosa ao pensar no meu pé - se fizerem algo de errado, não vão gostar das consequências. Apoio meu pé r**m no chão e acabo caindo. Isso leva todos os olhares a mim. Sinto vontade de chorar ao imaginar o que ele pode fazer comigo. __ E você será a estrela da noite, então é melhor que esteja boa logo. Ao trabalho!
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