O carro deslizou pelas largas avenidas, as luzes da cidade refletindo no vidro escuro. Linyin permanecia sentada, mãos cruzadas no colo, o corpo ligeiramente inclinado para trás. Por fora, a expressão era calma, quase serena; por dentro, cada pensamento estava atento ao novo ambiente que se aproximava.
A mansão se ergueu diante deles, enorme e imponente, com colunas altas, jardins meticulosamente cuidados e luzes que refletiam no lago artificial na frente. Era grandiosa, magnífica, quase intimidante. Linyin não desviou os olhos, absorvendo cada detalhe, enquanto o carro diminuía a velocidade e se aproximava da entrada principal.
O motorista estacionou com precisão. Kaito abriu a porta primeiro, mantendo o olhar firme à frente. Linyin desceu, tocando o chão com cuidado — o sapato tinha saltos discretos, mas a dor no pé ainda se fazia sentir. Ela manteve o sorriso delicado, mas o olhar, ainda que sutil, refletia observação constante.
— Chegamos — disse Kaito, com voz baixa e firme.
Ela ergueu os olhos para ele, inclinando levemente a cabeça, o sorriso doce nos lábios:
— Obrigada por me trazer até aqui. — A voz era suave, quase tímida, mas carregava sinceridade.
Kaito não respondeu imediatamente. Apenas observou, seu olhar percorrendo cada detalhe dela: a postura, a expressão, o ar de tranquilidade controlada. Então, deu um passo para o lado, permitindo que ela atravessasse o caminho até a entrada principal.
Linyin respirou fundo, sentindo a imponência do hall de entrada. O teto alto, os lustres brilhantes e os móveis cuidadosamente escolhidos eram impressionantes, mas ela manteve a calma. Os pensamentos dela corriam silenciosos, mas os lábios mantinham aquele sorriso encantador, quase inocente.
— A casa é… impressionante — comentou, baixinho, como se falasse consigo mesma, mas em voz alta o suficiente para que Kaito escutasse.
Ele manteve-se em silêncio, apenas acompanhando-a com o olhar, firme e observador. A maneira como ela caminhava, mesmo com o leve desconforto do pé ferido, mostrava graça e autocontrole.
— Aqui você vai se acomodar — disse ele, indicando o corredor que levava aos quartos. — Se precisar de algo, é só me avisar.
Linyin assentiu, mantendo o sorriso, inclinando levemente a cabeça:
— Certo… obrigada. — A voz doce, quase infantil, contrastava com a força silenciosa que emanava de sua presença.
Enquanto ela se dirigia para o quarto, Kaito permaneceu alguns passos atrás, observando cada movimento, atento, intrigado com a jovem que parecia calma e frágil, mas cujo olhar transmitia algo que ele ainda não podia definir completamente.
O carro fora apenas o primeiro passo; a mansão agora era o palco, e cada detalhe parecia amplificar a tensão silenciosa entre eles.
Linyin entrou no quarto e fechou a porta suavemente atrás de si, respirando fundo enquanto absorvia a grandiosidade da suíte. O banheiro era enorme, com mármore claro, espelhos altos e uma banheira que mais parecia uma pequena piscina. O vapor quente envolvia o ambiente, e ela deixou escapar um suspiro, retirando os sapatos e trocando a roupa pela toalha macia que pendia perto da banheira.
Tomou um banho longo, a água quente lavando não só a sujeira do dia, mas também a tensão que ainda sentia do encontro com Kaito. Quando terminou, envolveu-se em um robe feminino elegante, delicado, que caía com graça sobre seus ombros, e dirigiu-se para a penteadeira. Sentou-se na cadeira estofada, secando os cabelos com calma, enquanto pensamentos silenciosos corriam em sua mente: o contrato, o pedido, o futuro, cada detalhe da nova vida que começava ali.
O som da porta se abrindo a fez erguer os olhos rapidamente. Lá estava ele. Kaito. Com um robe masculino aberto, os músculos fortes e definidos à mostra sob a luz suave do quarto. A postura firme, o olhar penetrante, a presença dominante. Linyin piscou, surpresa, mas manteve o sorriso doce, inclinando levemente a cabeça:
— Você… estava planejando vir aqui? — perguntou, a voz suave e meiga, quase infantil, mas carregada de curiosidade.
Kaito deu um passo adiante, mantendo a calma e a autoridade em cada gesto.
— Este quarto é dos noivos — disse ele, a voz firme e baixa, ecoando pelo espaço. — Portanto, ele também me pertence.
Linyin engoliu seco por um instante, mas a expressão voltou a suavizar, o sorriso doce permanecendo nos lábios. Ela inclinou-se ligeiramente para frente, ainda secando o cabelo com delicadeza, como se a cena não a tivesse perturbado.
— Ah… entendi — respondeu, num tom leve e quase brincalhão. — Então… você tem todo o direito de estar aqui.
Kaito aproximou-se um pouco mais, sem tocar, apenas ocupando o espaço do quarto com sua presença intensa. O silêncio que se instalou era carregado de tensão, mas Linyin manteve a calma, o olhar curioso e brilhante fixo nele.
Ela continuou secando o cabelo, fingindo naturalidade, mas cada fibra do corpo dela estava alerta. Mesmo tão próximo, ele não interferia, apenas observava, dominando silenciosamente o ambiente. Ela sorriu mais uma vez, ligeiramente provocativa, mas sempre mantendo a doçura que fazia todos subestimarem a mente afiada por trás da fachada.
O quarto enorme parecia encolher ao redor deles. O vapor, a luz, o cheiro do robe feminino e do ambiente aquecido, tudo tornava o momento carregado de tensão silenciosa. Linyin respirou fundo, controlando cada emoção que poderia escapar, sabendo que, por fora, ainda precisava parecer frágil e inocente, mas por dentro, cada pensamento calculado girava como engrenagem, analisando aquele homem que agora compartilhava o mesmo espaço que ela.
Linyin continuava sentada, segurando o secador, o cabelo ainda úmido caindo pelos ombros. Ela manteve o sorriso doce, inclinando a cabeça ligeiramente enquanto observava Kaito, curiosa e ainda surpresa com a presença dele.
De repente, ele estendeu a mão com firmeza e pegou o secador de suas mãos, sem pressa, sem agressividade, apenas assumindo o controle silencioso da situação.
— Deixe-me ajudar — disse, a voz calma, baixa e dominante.
Ela piscou, surpresa, mas não retirou as mãos. Apenas observou enquanto ele ligava o secador e começava a movimentá-lo com habilidade, soprando o cabelo dela com cuidado. Cada mecha que caía sobre os ombros era direcionada com precisão, o ar quente envolvendo-os, criando uma atmosfera silenciosa, carregada de tensão.
— Você… sabe exatamente como fazer isso — disse Linyin, num tom suave, quase um murmúrio, mantendo o sorriso doce, mas por dentro seu coração acelerava.
Kaito apenas olhou para ela brevemente, mantendo o gesto firme e controlado, como se cada movimento fosse natural, mas ao mesmo tempo marcando presença. O secador soprava calor, o ambiente perfumado pelo vapor do banho e pelo robe delicado de Linyin, tornando o momento silenciosamente íntimo.
Ela inclinou a cabeça levemente, deixando o cabelo escorregar sobre os ombros, permitindo que ele terminasse de secar. Mesmo com o rosto tranquilo e sorriso leve, cada fibra do corpo dela estava alerta, estudando o homem à sua frente, medindo cada gesto.
— Pronto — disse Kaito finalmente, desligando o secador. — Está seco.
Linyin passou os dedos pelos cabelos, ainda encarando-o com aquele sorriso suave.
— Obrigada… — disse, doce, mantendo a máscara de fragilidade. — Você… é muito prestativo.
Ele apenas se inclinou levemente, sem dizer nada, os olhos fixos nela por um instante que pareceu longo demais. O silêncio carregado entre eles falava mais do que qualquer palavra. Linyin sentiu o calor da presença dele e, por fora, continuou serena; por dentro, o coração acelerava, cada pensamento calculando o próximo movimento.
A suíte enorme parecia pequena com a intensidade silenciosa que pairava no ar. Kaito, dominador e calmo, permanecia ali, perto dela, ajudando-a de forma inesperadamente delicada, enquanto Linyin continuava a sorrir, doce e aparentemente ingênua, mas completamente consciente do efeito que aquele homem tinha sobre ela e do poder que ele emanava mesmo em silêncio.
O silêncio no quarto era quase palpável. Linyin sentiu o cansaço do dia pesar sobre os ombros, mas manteve o sorriso doce enquanto se levantava para caminhar até a cama. O robe leve escorregava delicadamente sobre o corpo, e o quarto parecia envolver cada movimento com a iluminação suave das luminárias.
Kaito se aproximou, a presença firme e dominante, mas sem apressar nada. Lentamente, ambos se deitaram na cama ampla, os lençóis brancos e macios refletindo a luz suave do quarto. Linyin acomodou-se com delicadeza, ainda mantendo a postura graciosa e controlada, enquanto ele permanecia ao lado, observando-a calmamente.
As luzes foram sendo apagadas uma a uma, deixando apenas uma iluminação tênue que realçava os contornos do quarto. A penumbra tornou a atmosfera mais silenciosa, mais próxima, cada detalhe sutilmente destacado — o reflexo do vidro da janela, o leve aroma do perfume dela, o som do próprio coração que parecia mais alto naquela quietude.
Linyin respirou fundo, mantendo o sorriso leve e a postura calma, mas sentindo cada movimento do corpo dele ao lado. A distância entre eles era mínima, suficiente para que a tensão silenciosa se mantivesse.
— Boa noite — disse ela, a voz doce, quase sussurrada, mas carregada de suavidade.
Kaito permaneceu em silêncio, inclinando levemente a cabeça para observá-la, seus olhos firmes e atentos, transmitindo uma presença forte sem precisar de palavras. O quarto grande e luxuoso parecia encolher ao redor deles, como se aquele instante fosse só deles, embora nenhum gesto romântico tivesse sido feito.
Linyin fechou os olhos por um instante, sentindo o calor do quarto e a presença silenciosa dele. A mente estava alerta, mas por fora ela parecia relaxada, serena, frágil. Cada sombra, cada reflexo da luz suave, parecia acentuar o ambiente de i********e silenciosa, mantendo a tensão no ar.
Kaito finalmente se deitou completamente, mantendo o olhar fixo nela por alguns instantes antes de fechar os olhos também, o quarto mergulhando em silêncio quase absoluto. Linyin, por sua vez, permaneceu de olhos semi-abertos por mais alguns segundos, absorvendo cada detalhe, cada som, cada presença no quarto, antes de finalmente descansar a cabeça no travesseiro, mantendo o semblante calmo e o sorriso delicado nos lábios.