Capitulo 2

1637 Words
Luara Linz 1 mês depois Um mês passou e eu estou ótima, graças a Deus não tive crise e nem fiquei m*l! Acho que crescer em um lugar que todo dia tinha troca de tiros entre polícia e traficantes me ajudou bastante a não surtar nesses momentos e manter a calma. Voltei a trabalhar normalmente, o que causou uma briga feia entre eu e minha mãe, ela não queria que eu voltasse pra minha casa e nem pro trabalho. Faz 1 semana que eu não vejo e nem falo com ela e isso tá me matando, afinal eu e a dona Renata não passávamos um dia sem nos falar, isso quando ela não surtava e queria me tranca dentro de casa. — Ainda tá brigada com a mamis poderosa? — Minha melhor amiga pergunta. — Aí Rebeca, você sabe como minha mãe é né ? Depois do que aconteceu com meu pai, se ela pudesse teria me colocado em uma oratório pra mim não correr qualquer tipo de perigo. — Rebeca rir me fazendo bufar. Quando papai morreu eu tinha meus 10 anos e com 14 entrando na pré-adolescência eu queria ir em um cinema, shopping, festas de aniversário de amigas da escola e minha mãe nunca deixava a não ser se a Rebeca fosse. Acontece que a Rebeca sempre vivia indo pra casa da vó dela na Coreia(favela), então quase nunca eu saia. Depois de muita briga e discussões, minha mãe seguiu meu conselho e procurou ajuda psicológica. O psicólogo da minha mãe me explicou que com a perda do meu pai uma parte dela tem um terror absoluto de me perder, é como se ela estivesse falhando com ela mesma. Eu passei a compreender e ter mais paciência, ela estava bem melhor sobre isso, mas nesse rolo todo acho que o medo dela voltou. Vou ter que falar com o psicólogo dela e tentar marcar uma consulta para ela e talvez eu ir junto. — Amiga, o que você pode fazer é passar o máximo de confiança e demonstra o quão bem você está, sabe?.— Respiro fundo tentando não fica chateada com essa situação toda.— Eu imagino o quanto ela deve está louca de não poder subir aqui pra ficar grudada em você.— Olho minha amiga organizando as coisas de uma progressiva que ela vai fazer. — Vou tentar falar com ela amanhã, hoje vai ter baile e se eu falar com ela pra depois sumir ela vai desconfiar e surta. — Falo organizando meu lugarzinho de cada dia. — Ai amiga! Essa situação é horrível né ? — Confirmo. — Vou dormir na tua casa hoje depois do baile, amanhã não vamos abrir o salão mesmo. — Tá bom amiga, vou fazer alguma coisa gostosa pra nós comer. As meninas foram chegando e cada uma foi pro seu lugar, em menos de 2 horas o salão já estava cheio e aquele barulho né ? Secador, cliente conversando, música tudo junto e misturado. Minha cabeça começou a doer e para piorar eu não trouxe remédio para dor, aproveitei que a quinta cliente da Rebeca não chegou e chamei ela num cantinho. — Amiga, você consegue segurar as pontas pra mim ir em casa e pegar um remédio pra dor de cabeça? — Amiga deixa de ser boba, vai pra casa descansar e deixa que hoje eu cuido do nosso espaço. — Olhei pra ela por alguns segundos. — Ai amiga, quer saber? Você tá certa! Vou pra casa descansar e tirar um tempinho pra mim, mas olha qualquer coisa pode me ligar eh.— Ela sorriu e eu juntei minhas coisas, me despedi das meninas e fui pra casa. Quando cheguei em casa fui logo tomar um banho geladinho e aproveitei também para lavar o meu cabelo, eu não sei vocês mais no calor parece que eu também transpiro pela cabeça e meu couro cabeludo coça pra c*****o. Coloquei meu pijama e tirei uma lasanha que já vem pronta do congelador, desembalei e coloquei no forno. Enquanto isso fiz um brigadeiro esperei esfriar e coloquei no congelador. ****** Depois de encher meu buchinho e a louça lavada, pego meu brigadeiro e me jogo no sofá da sala, ligo a TV e entro na sss Prime, coloco The mentalist e começo a comer meu brigadeiro. Sério gente, pra mim sss Prime é melhor que Netflix, eu pago 10 reais por mês e tem séries e filmes maravilhosos juro que já vi Moana e Frozen mil vezes. Depois de comer meu brigadeiro, deito no sofá pra ver a série, meu celular vibra mas eu nem vejo quem é desligo meu celular e fico na minha quietinha. ****** — Acorda amiga! Ei Lua, acorda cara!— Abro meus olhos aos poucos vendo minha amiga na minha frente com a cara toda branca de corretivo. — Que p***a que é essa cara, desaprendeu a fazer uma make ? Tá parecendo uma palhaça com a cara toda branca. -- Dou risada quando ela revira os olhos e continua se maquiando. — Papel de palhaça eu sempre faço com o Enzo né gata? — Af Rebeca, ainda insistindo naquele atraso de vida? Tu não cansa de ser b***a não cara? — Ai amiga ele faz tão gostosinho cara, não consigo desapegar sabe? Quando penso que superei ele me manda mensagem e eu acabo na cama dele .— Bufo e me espreguiço. — Sabe o que é isso? Tu precisa conhecer um n***o, daqueles que tu não consiga nem senta no outro dia aí rapidinho tu esquece desse azedo.— Só Deus sabe o quanto eu estou me segurando pra não rir. — Ai amiga, deixa de graça, tá ? Tô falando sério poxa. — Sorrio e num pulo sento no sofá. — Eu também estou falando sério! Será que ele é o seu amor do coração? Não é possível cara — Ela me olha sem entender. — Tu nunca viu aquele post falando que existe dois amores na vida de toda mulher, o amor da b****a e o do coração. — No caso você tem muitos amores da x**a né? — Gargalho. — Acho que sim amiga, nunca nem namorei cara, acho que nem sirvo mas pra isso.— Falo pensando que eu tenho 24 anos e nunca namorei.— Agora dá eu já dei pra c*****o e não me arrependo.— Ela sorri se olhando no espelho que tá na minha mesinha de centro. — Chega de falar disso e vai logo se arrumar e tomar um banho pra acabar com esse sono e esse cheiro de b****a azeda, enquanto isso eu termino minha make e arrumo meu cabelo, quando eu terminar aqui quero você vestida e maquiada eu só vou arrumar seu cabelo.— Levanto toda sonolenta, odeio quando as pessoas me acordam sabe ? Eu prefiro mil vezes acordar com o despertador do que com alguém me chamando, isso é uma coisa que eu tenho desde criança. Peguei o prato do brigadeiro, levei pra cozinha, deixei na pia e subi direto pro meu quarto só de pensar em me arrumar o desânimo já bate legal. ****** — Me diz que tá com saudade, do nosso lance bandido que é eu que soco gostoso, mas somos melhores amigos.— Rebeca canta no embalo da música gastando comigo. —Tu para com esse teu deboche em sua desorientada! — Eu falo e continuo a dançar. Já bebemos pra caramba e resolvemos dançar, Rebeca já ficou com dois carinha, eu tive alguns convites mas neguei todos, hoje eu quero curtir sem macho no meu pé. Rebolo, jogo meu cabelo de ladinho e faço um quadradinho, vejo quando um carinha do movimento chega na Rebeca e na hora a postura dela muda. Depois que o carinha sai ela vem na minha direção. — Amiga fica aqui tá!? Eu só vou ali rapidinho e já volto.— Assinto e continuo dançando. Vejo aquele tumulto no meio do baile e as meninas tudo cochichando, o DJ anuncia então a passagem do dono de uma favela aliada a CDD, a rajada de tiros pro céu começa a todo vapor, pra mim isso é um barulho insuportável. Tento me afastar mas é quase impossível, todo mundo tá correndo na direção onde o tal chefe vai passar e me levando junto, o engraçado é que eu moro aqui e nunca vi esse homem é nem quero ver. Seguro meu copo com força pra não cair no chão ou na minha roupa, quando finalmente consigo sair do furdunço esbarro em uma parede de músculos e c*****o que perfume gostoso. Ergo minha cabeça pra pedir desculpas, mas me deparo com um olhar conhecido por mim de algum lugar um olhar recente que me causa um leve tremor pelo corpo. — Desculpa.— Falo me afastando conferindo que não derrubei meu copo. — Presta mais atenção por onde tu anda c*****o!— Meu mundo para e tudo trava. É ELE!! Ele é o cara do assalto, o que ficou comigo no cofre. Me afasto rapidamente dele e corro pra bem longe tentando passar pelo tumulto e vendo geral me olhar super estranho sem entender. Tiro meu salto e corro pra minha casa o mais rápido possível, quando chego no portão de casa estranho ele tá aberto mas nem ligo talvez eu tenha esquecido aberto. Entro rapidamente e fecho a porta na chave e no trinco, respiro fundo e ligo a luz quase caindo pra trás quando vejo o VK sentado no meu sofá com um copo na mão. — Você? O que você tá fazendo aqui? Como você entrou? — Quem faz as perguntas sou eu c*****o! — Fala e se levanta do sofá vindo na minha direção me encurralando na parede.— Que p***a tu tá fazendo no meu morro? E como tu me reconheceu?
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