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Do Que Somos Feitos

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Justin Bieber
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intro-logo
Blurb

Dada a minha sentença, mantive-me por cinco anos sem iluminação alguma, a não ser a mísera fresta que ousa cruzar a fechadura da solitária.

Alguns diriam que a iluminação ali é um sinal de esperança. Eu não acreditava nisso até o verdadeiro "pedaço do Sol" entrar na cela mais temida de todo presídio.

Mostrei-me intimidador, ela me intimidou, mostrei-me forte, ela me levou a nocaute. No meio de um mar de maldade, Sarah trouxe-me um barco de esperança.

Não vi mais uma fresta, enxerguei o horizonte, enxerguei liberdade, enxerguei tudo o que eu menos esperei em uma simples moça, cativante era ela, cativante passei a ser.

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Prólogo
— Jura dizer a verdade, somente a verdade, nada além da verdade, diante da corte, sob condições de punição caso haja omissão ou relatos falsos? Ergui minha mão direita, ouvindo o soluço da minha mãe, balançando a cabeça negativamente pra mim mesmo, por fazê-la sofrer, mas sem um pingo de arrependimento dos meus atos. — Senhor Bieber? Isto é um julgamento, o senhor mais do que ninguém deveria estar prestando atenção. — Desculpe, excelência — falei. — Jura dizer a verdade, somente a verdade, nada além da verdade, diante da corte, sob condição de punição caso haja omissão e relatos falsos? — Sim, meritíssimo. — Na noite do quarto sábado do mês retrasado, antes da comemoração do ano novo, o senhor confirma ter assassinado Nicholas Joel Hank? — Confirmo — dito isso, ouvi minha mãe gritar e me xingar, mas não abaixei a cabeça. — Confirma tê-lo espancado até que ficasse inconsciente? — Confirmo, senhor. Outro grito da minha mãe. — Confirma também, tê-lo tirado parte dos genitais antes de mata-lo à facadas? — Confirmo. — O senhor está arrependido? — Não, senhor. — Por que não? — assim que ele perguntou isso, parte da corte manteve o olhar em mim. — Isso é um motivo meu, senhor. — Precisamos saber, para que haja cota na sua pena, direitos e uma punição justa. — Puna-me como quiser. — Preciso que colabore — o juiz bebeu um pouco d'água e eu olhei para a minha mãe, olhando em seguida, meu pai do outro lado da bancada com sua esposa. — Meu padrasto não me agradava — justifiquei. — E por esta razão o senhor o matou? — Sim, não nos dávamos bem — confirmei, ainda com a mão direita erguida. — O senhor já passou por algum trauma causado pelo seu padrasto? Fiquei em silêncio, molhando os lábios. — Não, excelência. — Senhor Bieber, condeno-lhe a vinte e cinco anos de prisão — ergui meu olhar, sentindo o coração bater forte — sem direito à fiança, sem direito à socialização, ficará por vinte anos na solitária, sob segurança máxima. Na próxima semana, será transferido para a prisão de Ottawa. — Certo, senhor. — Pelos poderes a mim concedidos, diante do tribunal, eu declaro Justin Drew Bieber culpado pela morte de Nicholas Joel Hank, seu padrasto, sendo assim, condeno-lhe por homicídio culposo — o juiz fez uma pausa — encerramos aqui. Meu pai me deu um abraço apertado quando fui sair da corte (já algemado), prometendo me visitar, mas minha mãe, bom, ela ainda estava gritando. — Você é feito de ódio! — ela disse, me fazendo negar com a cabeça. — E você? É feita do que? — sequei meus olhos — do que somos feitos, mãe?

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