Capítulo 228:
— Então... pelo visto, eles estão no Texas, mas não consigo notícia de nenhum deles. — Comenta Brady em frente ao notebook, checando as localizações.
— Você sabe qual é o local? — Pergunta Lilith.
— Sim, sei onde Cassius pousou e, ao examinar a planta do lugar, parece que ele pousou bem na colmeia.
— Isso explica os diversos caras apontando armas para eles.
— Como eles podem estar tão descuidados? — Pergunta Ayrlon pensativo.
— Isso não condiz com o comportamento do meu pai, ele nunca é descuidado. — Murmura Lilith, levando as mãos ao queixo.
— Isso é verdade, o que me deixa ainda mais confuso. — Brady enfatiza, levantando-se.
— Já sei o que devemos fazer! — Anuncia Lilith, atraindo a atenção dos meninos.
— O que sugere? — Pergunta Brady, encarando os meninos, aguardando uma ideia maluca.
— Vamos para o Texas.
— Como faremos isso? — Pergunta cético.
— Voando!
— Voando? Não temos passaporte nem visto.
— Não precisamos, só preciso enviar uma mensagem e pedir autorização para voar.
— O quê? — Pergunta Brady, cético.
— Como estão suas habilidades de pilotagem? Eu tenho praticado e voado nos tempos livres, então aprendi muito, meu avião está estacionado em um campo perto da fazenda onde vocês estavam. Supostamente, podemos chegar lá de moto, deixar as motos lá e voar.
— Lilith... — Brady perde a voz depois de pronunciar. — Você está dizendo que vamos voar, no helicóptero de seu pai, por acaso? — Pergunta, temeroso.
— Claro que não vou ser tão óbvia assim. Como vocês sabem, Ramis me deserdou depois dos cinquenta milhões que gastei.
— Sabe... — Suspira Ayrlon, desnorteado. — Nunca me senti tão grato por você ter escolhido ele. Eu não atenderia suas necessidades.
— Bom... com Ramis, minhas necessidades vão além do dinheiro. E meu pai disse que não posso entrar em detalhes quanto a isso.
— Certo... e eu já entendi... — Esbafori constrangido.
— Mas voltando ao assunto, com esse dinheiro...
— Comprei um jato melhor do que o do papai. Ele não é páreo para minha aeronave! — Diz com orgulho. Os meninos ficam sem reação por alguns segundos.
— Se me perguntarem quem tem maior poder de aquisição na família Seagreme, já sei o que dizer. — Murmura Brendo enquanto Liz está petrificada.
— Tudo bem, então vamos voar até o Canadá. — Declara Brady.
— Vocês sabem pilotar isso? — Pergunta Ayrlon, cético.
— Até um caça, vocês sabem... meu pai sabe pilotar até tanques de guerra. Eu não seria filha dele se não soubesse disso. Além disso, Ramis sempre está à minha frente. Eu quero ser o novo Don, se for necessário. Eu sou a filha mais velha.
— Caramba, esqueci o quanto você é competitiva.
— Mas como vocês planejam deixar o país assim? Vocês nem sabem como chegar ao Texas.
— Não é um problema para quem sabe pilotar. Eu e Lilith vamos revezar. Precisamos de armas e roupas adequadas para atravessar uma pequena floresta ao redor da base. Pelos meus cálculos, a distância é de mais ou menos duas horas de caminhada, além de termos que subir um pequeno penhasco até o local.
— Que complicação... não poderia ser só poeira como no Velho Oeste? Por que temos que subir uma colina? — Resmunga Ayrlon.
— Não sei. Eu queria uma coisa estilo Velho Oeste.
— Vocês estão falando dos Estados Unidos. Além disso, lembro que meu pai queria visitar a sede da terceira potência no Canadá. Tem certeza de que eles estão no Texas? — Pergunta Lilith, pensativa.
— Tenho certeza de que eles queriam despistar você caso você descobrisse algo. Afinal, o lugar para onde eles foram é a antiga casa de Ramis. E, como sabemos que Cassius matou o líder deles, mesmo que tenha sido há anos, é óbvio que poderia haver alguma retaliação. Vamos nos preparar! — Ordena Brady, determinado. Nessa viagem, iriam ele, Ayrlon, Brendo e Lilith.
Para a viagem, eles prepararam todo o armamento pesado que conseguiram clandestinamente, com Lilith invadindo a sala de guerra de Cassius. Ela conseguiu também roupas camufladas.
Eles inventaram que iriam acampar. Pela manhã, seguiriam para o campo onde começariam a viagem.
— Uau... isso aqui é mais do que classe média.
— Sim, todos os luxos, uma viagem elegante e confortável. — Explica-se, gabando-se. Mas sua aeronave era surreal, até os estofados eram mais confortáveis do que os do pai dela, além de um pequeno frigobar.
— Só não sei se é confiável seguir viagem com Lilith como piloto. — Cochicha Ayrlon para Brendo, que também estava receoso.
Quando eles decolaram, eles nem conseguiram relaxar. Não tinham ideia para onde estavam indo, e tudo o que faziam era rezar para que ela não derrubasse o avião, enquanto Brady permanecia seguro e confiante.
— Vocês deviam ter vindo à aula de pilotagem comigo, mas são dois preguiçosos. Como sabem, ela faz tudo melhor que qualquer outra pessoa. — Murmura, indiferente.
— Você vai trocar de lugar com ela? — Pergunta Ayrlon, ansiosa, apertando com força o assento.
— Ela quer pilotar o sonho dela sozinha. Este lugar é incrível, equipado com tecnologia de ponta, incluindo sistemas de entretenimento de alta qualidade, telas de vídeo individuais, conectividade Wi-Fi, sistemas de áudio premium. Se Cassius sou
ber da beleza que ela comprou... — Murmura, aproveitando cada parte do local.
— Isso se ele não souber quando ele cair e explodir, com nós quatro dentro.
— Do que vocês estão falando? — Pergunta Lilith, saindo da cabine do piloto. Nesse momento, apenas três a encaram, petrificados, começando a tremer.
— O que você está fazendo? Nós vamos cair! — Grita Ayrlon, segurando firme na cadeira.
— Que bobagem. Não vamos cair. Acham que uma aeronave dessas não tem piloto automático? Além disso, estou com sede. — Diz, indiferente, enquanto os meninos têm uma taquicardia.
Quando Lilith finalmente pousou, foi um alívio. Havia uma pista de pouso clandestina pouco antes da mata que eles atravessariam. Pegaram suas mochilas e armas, e seguiram a pé por quase meia hora.
— Sinceramente... só de pensar que nem chegamos à floresta e eu já estou desanimado. Eu deveria ter trazido um pouco de comida. — Resmunga Ayrlon.
— Agora é tarde para voltar, e você não é Lilith. Pelo menos, eu acredito que ela tenha se alimentado adequadamente.
Ayrlon o encara ceticamente.
— Você não estava prestando atenção? Ela só bebeu água. Além disso, alguém trouxe comida? Vocês sabem, Lilith com fome parece que está em meio a um apocalipse. Apesar de pilotar uma nave de luxo, ela não sabe lidar com a fome. — Murmura, com a voz apertada, preocupada, direcionando o olhar para a menina, que segue na frente, empolgada, enquanto tem uma metralhadora pendurada no ombro.
— Quais são as chances de ela nos matar e comer nossa carne de fome? — Pergunta Brendo.
— Nenhuma. Lilith não é esse tipo de pessoa, como vocês falam. — Brady a defende.
— Ela destruiu o carro de seu pai e depois se acalmou com uma barra de chocolate. Aqui só tem nossos rostos, ela vai nos desfigurar e nem nossas esposas vão nos querer.
— Não exagere, Ayrlon. — Rosna Brady. — Mesmo assim... por precaução, alguém tem alguma coisa para comer?
Os meninos acenam negativamente e seguem receosos, enquanto Lilith lidera em silêncio.
Mesmo que não demonstrasse, sua mente estava a mil. Ela tinha medo de que algo tivesse acontecido com eles, mas sabia que eles não teriam coragem de matar a única conexão com Rowland. Ela sabia que o conselho não deixaria qualquer um desses homens em pé se tocassem em qualquer um dos Seagreme.