Entrei na escola vestindo um short bem largo e escuro, quase preto. Minha camiseta é preta também... Pra contrastar, escolhi tênis brancos. Estou usando cinco correntes no meu pescoço: Roubei cada uma delas das minhas vítimas. Estou louca para pegar o meu novo felizardo.
O nome dele é Brian Mello e ele não é americano. Pelo que tenho estudado sobre ele, é uma pessoa que ninguém desconfia: Casado, pai de duas meninas loirinhas... Por que eu escolhi uma pessoa acima de qualquer suspeita? Bem simples: Recentemente, um garoto de nove anos escreveu em seu diário que estava recebendo doces de um vizinho. Sua mãe fez um boletim de ocorrência, que não deu em nada... O segundo boletim conta que o homem em questão, passou a mão no garoto na parte da frente e na parte de trás. Nojento.
Como eu sei de tudo isso? Meu pai é da polícia. Ele deixa o notebook de trabalho dele em casa e não é difícil de pegar. Depois dessas informações, comecei a seguir o garotinho... E cheguei no Brian. Vi com meus próprios olhos, Brian tentando persuadir outra criança com doces. E passando a mão. Ficava me perguntando se faz o mesmo com as filhas, mas descobri que sua preferência é por meninos.
Segui Brian por dois meses e hoje é o grande dia. Estou animada, por isso estou sorrindo para todos na escola. As pessoas gostam de mim aqui, me acham bacana e acima de qualquer suspeita: Não sou quieta, não tento me esconder, não faço bullying... Sou legal com todo tipo de gente, desde os nerds aos populares... Vou em festas, bebo, finjo me divertir... Mas a única coisa que me dá um pouco de sentimento é ver o sangue escorrendo pelo pescoço das minhas vítimas.
Encontrei uma boa amiga minha, Deb. Ela sempre me ajuda com a lição de inglês e eu sempre ajudo ela com as lições de matemática. Ela gosta de ter o ego amaciado quando fala dos garotos que já ficou, então eu ouço e dou a ela exatamente o que ela quer: Atenção. Já beijei ela uma vez, quando ela estava carente demais. Ela disse que eu beijo bem.
- Billie! Como você está? - Abri um sorriso e os braços. Abracei Deb como se eu gostasse de tocar humanos com carinho.
- Ótima, e você? - Perguntei.
- Um pouco cansada. O Antony passou a noite inteira comigo no telefone, acredita? - Ela riu.
- Ninguém resiste a você, amiga... - Pisquei um dos olhos pra ela.
Fomos caminhando juntas até a sala onde entramos e o infeliz do Derek. Ele é o valentão da escola. Se algum dia eu me permitir matar alguém da escola, será ele.
- Faaaala, O'callaghan! - Ele esticou a mão para me cumprimentar. Eu fingi um sorriso e o cumprimentei. - O baile da primavera tá chegando. Tô doido pra ver você de vestido. O que você esconde embaixo desse monte de roupa, hein?
- Não sou pro teu bico, babaca. - Falei e lancei uma piscada para ele. - Por que você não tenta tirar a roupa de alguma patricinha mimada que se contente em ter um monte de músculos sem cérebro como você, hein?
- Linda e marrenta como sempre, né, O'Callaghan. Ainda não desisti de ficar contigo. - Girei os olhos.
- Pois desista, já disse que você não tem chance.
Sentei no meu lugar e vi Deb mordendo o lábio inferior, enquanto olhava para Derek. Pra falar a verdade, eu acho que Deb e Derek formariam um excelente casal. São dois idiotas.
Eu estava contando os minutos para a aula acabar... Era aula de ciências. Até que entrou alguém pela porta de entrada da sala que me prendeu a atenção.
Por Deus, a menina parecia a p***a de um anjo. Cabelos longos e lisos... Era loira natural. Seus olhos eram verdes, só consegui ver porque estava na primeira carteira copiando alguns exercícios.
- Turma, essa é a Andie. Veio transferida do colégio Santa Maria. Recebam bem ela. - A apresentação rápida do professor deixou a loira um pouco constrangida.
Eu analisei a loira de cima a baixo. Ela vestia uma blusa verde militar e um top preto. O filho da p**a do Derek já ficou de olho nela, como se ela fosse uma p***a de uma presa pra ele. Então eu... Eu decidi deixar pra lá.
Tirando a loirinha que me deixou um pouco perturbada, o dia seguiu conforme o planejado. Segui fazendo minhas coisas... E a noite, no horário que planejei, chegou, finalmente.
Era minha hora de agir.
No momento certo, entrei na casa de Brian Mello. Era o horário em que a mãe da família levava as crianças para o judô. Me certifiquei de que o carro não estaria ali. Rondei a casa. Já fiz isso outras cinco vezes e nunca fui pega, mas eu estava sentindo que hoje seria diferente.
A seringa de anestésico de cavalo já estava preparada para eu enfiar no filho da p**a do Brian. Entrei na casa dele pela janela da cozinha, e ele estava assistindo TV. Previsível. Fui me aproximando por trás e vi que ele mexia no celular... Eram vídeos. Vídeos pornográficos com garotinhos pequenos. Aquilo me enjoou.
Sorrateiramente, cheguei próximo o suficiente para enfiar a agulha no pescoço dele e injetar. Anestésico de cavalo é instantâneo... E minha mãe é veterinária, o que também facilita muito a minha vida.
Brian estava zonzo, paralisado, mas acordado. Eu fui andando até ficar de frente para ele, para que ele pudesse me ver... E eu sorri. Segurei o cabelo dele e fiz sua cabeça, que estava pesada por conta do anestésico, ficar de frente para a minha. Nossos olhos se encontraram.
- Você gosta de dominar coisinhas pequenininhas como o garotinho do vídeo, não é? O que você acha de ser dominado um pouquinho? - Pisquei um dos meus olhos. O homem estava de olhos arregalados e muito assustado.
Peguei o celular dele e o abri com a digital. Olhando sua galeria secreta, vi muita pornografia infantil que ele mesmo produzia com garotinhos que não dava para identificar. Por isso, conectei o celular dele na televisão e aquilo só o apavorou mais. Deixei os vídeos rodando, enquanto me preparava para o "gran finale"
- Sabe, Brian... Eu vou fingir que você teve um pouco de consciência. - Abri minha mochila, onde troquei minhas luvas pretas de couro por luvas de borracha, daquelas de médico. Caminhei até o banheiro e abri o espelho, onde eu sabia que ficavam as lâminas dele e peguei uma das lâminas e trouxe de volta. Coloquei o papelzinho que embrulhava a lamina em frente a ele e mostrei-a desembrulhada. - Você vai se suicidar. Não aguenta mais ser pedófilo, essa é a sua história. E daqui há... Seis minutos, esse anestésico não estará mais no seu sangue. As moléculas evaporam. Legal, né? Faz bem pros cavalos e para os humanos.
Adoro conversar com minhas vítimas.
Me posicionei atrás dele, fazendo com que ele segurasse a lâmina. Ele arregalou os olhos.
- Dói quando alguém mais forte faz você colocar a mão em coisas que você não quer, não dói? - Soltei uma risada irônica ao falar.
Fiz o homem cortar os dois pulsos de forma transversal. Impossível se salvar daqueles cortes. O sangue escorrendo... Lindo.
A minha luva ficou um pouco suja. Eu sorri.
Dele, roubei um anel. Quando estava preparada para sair da casa... Olhei para trás e vi a mesma garota loira, a tal da Andie, paralisada, com olhos arregalados e me olhando. Como é que eu não havia visto essa menina aqui dentro?
- c*****o! - Arregalei meus olhos. Ela estava paralisada.
- E-e-eu... E-eu... Eu não vi nada! - Ela continuava com os olhos arregalados. De repente, saiu correndo e subiu as escadas feito louca. Eu tive que ir atrás.
Eu vou ter que matar essa menina. Não posso ter testemunha de um dos meus crimes, não posso ser presa...