Meu nome é Bindy O'Callaghan e eu não sou uma adolescente comum.
Quando eu era criança, já sabia que havia algo errado comigo, mas não sabia exatamente o que era... Isso porque eu sentia uma necessidade estranha de ver sangue. Quando nenhum amiguinho meu estava machucado, eu acabava me machucando de propósito para ver o sangue escorrendo... E isso me dava paz.
Comecei a crescer e pensar em limites dos quais crianças comuns não costumam: Quantos comprimidos eu posso dar para a tia Aubrey, para ela parar de falar no telefone sem morrer? Será que meus pais não ficariam melhor mortos? Meu Deus, por que estou pensando em tirar as tripas da minha professora de história?
Foi nessa época que meus desenhos começaram a ser obscuros. Troquei meu estojo de canetinhas por uma caneta preta onde eu conseguia fazer desenhos dos monstros que habitavam minha mente... E acabei indo parar no psicólogo.
Doutor Scott Mitchell, um cara tapado de óculos fundo de garrafa com cara de perdedor me atendeu durante seis anos seguidos. Ele jurava que eu tinha salvação porque eu apresentei uma "considerável melhora", segundo ele. Doce engano... Ele apenas me ensinou como reproduzir emoções humanas e ser aceita em sociedade. Graças a ele, aprendi a fingir empatia, amor, e até bons modos. Ainda sento nas cadeiras como um "menino", mas ainda assim, apesar do meu visual pesado e diferente, as pessoas me enxergam como uma pessoa boa - mesmo que secretamente eu esteja planejando o assassinato delas.
Antes de mais nada, preciso deixar claro que eu não apenas sinto vontade de matar: Tenho vontade de torturar, estripar e tomar um banho com o sangue de pessoas mortas. Pode parecer nojento, mas é algo que deixa minha cabeça em paz.
A parte boa de tudo isso? Doutor Scott me fez ver que eu sou uma predadora natural e que até eu posso ter alguma serventia: Já que não posso controlar meus instintos, talvez eu possa direcioná-los... Matando pessoas realmente inúteis à sociedade. Então, eu comecei a ir atrás de pedófilos porque pelo que eu entendi, causam um dano irreparável à sociedade e à mente das crianças.
Foi aí que tudo começou. Comecei a escolher minhas vítimas, perseguir, planejar... Mas, no meu sexto assassinato, eu dei mole e uma garota me viu fazendo o que eu faço de melhor... E essa garota se chama Andie. Tem os olhos verdes mais lindos que já vi. Como a gente mata uma garota como ela? Ela não se encaixa no meu perfil de vítimas!