Capítulo 37

1173 Words
— Não me faça perder a paciência — ele rosnou, me intimidando. Sua ameaça me assustou profundamente. — Está me machucando, Túlio — disse, minha voz quase um sussurro. Ele me empurrou, e senti meu corpo colidir contra a parede. — Vou machucar muito mais se você continuar sendo tão teimosa — ele ameaçou, sua voz gelada. Tentei me manter firme, mas era difícil. — Vamos t*****r hoje, cansei dessa palhaçada — ele deu um passo em minha direção. — Eu já disse não! — Ele me agarrou pelo cabelo, puxando com raiva. — Me solta, Túlio! Você está me machucando! — Minha voz era um misto de dor e decepção. — Eu quero você agora, July — ele insistiu, sem qualquer traço de compaixão. Seus olhos estavam furiosos, fixos em mim. — Se encostar em mim, vou gritar, estou falando sério. Entendeu? Como você ficaria na frente dos seus amigos? Me diga? — Ameacei, ele rosnou ainda mais furioso. — Vai se ferr@r, July! — De repente, senti meu corpo sendo arremessado contra a parede com força. Lágrimas inundaram meus olhos, apesar de eu tentar segurá-las. — Você está se tornando insuportável. Sua sorte é que sou paciente. Se não fosse, você se arrependeria de agir assim comigo — ele ameaçou, sua voz cheia de desdém. — Estou cansada de você me tratar assim — disse, segurando as lágrimas, minha voz quase um sussurro. — É só você parar de ser chata que eu te trato bem. Não estou te pedindo muito — ele retrucou, indiferente ao meu sofrimento. — Eu só quero que você respeite minha decisão e espere ou que me deixe logo em paz e vai encontrar alguem que faca sex0 com você — argumentei, tentando fazer com que ele entendesse. — Cala a boca, July. Vai lavar esse rosto e vamos voltar para a festa. Lá embaixo eu posso me divertir com meus amigos, já que com minha namorada está difícil — ele disse, pegando seu celular com desdém. — Não sei qual a dificuldade em abrir as pernas. — Eu odei0 quando você fala assim comigo — confessei, sentindo meu coração se partir. — Deixa de drama, vamos logo. Depois, só não reclame quando eu ficar com outras mulheres. Você é insuportável — ele resmungou, claramente irritado. — Por mim, você pode fazer o que quiser, eu só quero que me deixe em paz e vai viver sua vida. — Chega de me testar, vai logo antes que eu perca mesmo a paciência com você. Respirei fundo, tentando controlar as emoções que ameaçavam me dominar, e caminhei em direção ao banheiro. Parada diante do espelho, observei meu reflexo com um misto de raiva e desapontamento. Túlio ultrapassava os limites dia após dia, e eu, por algum motivo, ainda me submetia a isso. Respirei fundo, sentindo a dor latejar em minha nuca, um lembrete físico da agressão que acabara de sofrer. Retornei para onde Túlio estava, perdida em pensamentos tumultuados. A cada olhar, a cada gesto dele, sentia um misto de decepção e confusão. Seu comportamento agressiv0 tornava tudo mais complicado. Sabia que precisava terminar esse relacionamento, mas a coragem para tal ato me escapava. — Você é muito linda e está ainda mais gostos@ do que o normal — disse Túlio, aproximando-se com um sorriso que não chegava a tocar seus olhos. Ele segurou meu rosto e beijou meus lábios. — Pena que é tão fresca — respirei fundo, ainda olhando em seus olhos. — Túlio, precisamos conversar de verdade — disse, tentando manter a firmeza em minha voz. — Agora não, July, chega de brigas por hoje. Vamos nos divertir com nossos amigos. Prometo que não vou mais insistir, ok? — Ele parecia sincero, mas já ouvira essas palavras antes. — Mas eu não quero mais continuar nesse namoro. — July por favor, hoje não, vamos tentar ficar de boa e depois, conversamos , por favor. Concordei com a cabeça, mas meu coração estava pesado. — Eu também não quero brigar, mas não está mais dando certo. Eu quero terminar. — Chega, July, por hoje chega — ele respondeu, visivelmente irritado. Engoli em seco, sentindo uma angústia crescente. — Não dá mais, Túlio — insisti, minha voz quase um sussurro. — Eu disse chega, July. Foi m@l, eu não quero que você fique chateada comigo. Eu te amo, meu amor. Eu só estou nervoso, vamos ficar de boa, agora é de verdade — ele parecia arrependido, mas suas palavras já não me convenciam. — Eu detesto quando você me trata assim e depois pede desculpas como se fosse simples — minha voz era firme, mas por dentro, estava desmoronando. — Quer que eu faça mais o quê? Já pedi desculpa, July. Eu também não gosto de fazer isso — ele respondeu, mas suas palavras soavam vazias. — Então por que você faz? — Perguntei, buscando em seus olhos alguma sinceridade. — Eu não vou mais fazer isso, ok? — Respirei fundo. — Você sempre fala isso, Túlio. — Mas que car@lho, July. Você também não facilita. Qual o problema em tr@nsar comigo? Não estou pedindo nada de mais, só quero que prove que me ama — ele insistiu, trazendo de volta o mesmo argumento cansativo. — Já conversamos — disse, exausta dessa repetição. — Tudo bem, não vamos mais falar sobre isso. Estou cansado de discutir. Vamos curtir a noite e amanhã decidimos o que fazer, tudo bem assim? — Ele propôs, tentando suavizar a situação. — Tudo bem — concordei, sem entusiasmo. Ele segurou meu rosto e forçou um beijo, mas não consegui corresponder o gesto. Após, retornamos para junto dos nossos amigos, mas meu coração estava distante, perdido em um mar de incertezas e dor. Voltamos para junto dos amigos, onde a descontração reinava. Enquanto todos se divertiam com conversas animadas, Mia mantinha-se ao lado de Murilo, uma presença que, confesso, me incomodava mais do que eu gostaria de admitir. Sentei-me de volta ao meu lugar, trocando a bebida morna por uma gelada, e comecei a beber, perdida em meus próprios pensamentos. Enquanto observava distraidamente o ambiente, senti aquele olhar característico sobre mim. Levantando os olhos, encontrei o olhar preocupado de Cristine. Forcei um sorriso, tentando transmitir uma serenidade que não sentia. A festa, que antes parecia um ambiente de alegria, agora me fazia sentir fora de lugar, quase como se eu não pertencesse mais ali. Túlio, por outro lado, parecia completamente alheio ao nosso recente conflito, absorvido pela animação do momento. A diferença entre nossos estados emocionais era gritante e me fazia refletir ainda mais sobre a relação turbulenta que mantínhamos. A indecisão sobre como agir me consumia. Eu já não suportava mais as constantes mudanças de humor de Túlio, nossas discussões e a tensão que isso gerava em mim. A incerteza de quando viria o próximo surto dele me mantinha em constante alerta. Eu sabia, no fundo, que não queria continuar nesse relacionamento, que as humilhações e desrespeitos eram demais para mim. Mas como poderia expressar isso sem desencadear mais um conflito?
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